Ultimando os preparativos

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A semana de shows tinha terminado.  Hoje regressámos a casa finalmente.

Além de estar feliz pelo retorno a casa e rever a minha família, estava ansioso pelo casamento.  Como não tinha participado em nada tentava imaginar como seria: a igreja, o local do evento, as vestimentas, enfim, toda uma cerimónia.

Havia uma coisa que estava a deixar-me angustiado.  A Ju nunca falou sobre a parte musical da festa.  Será que não se lembrou desse pormenor?  Quem será que vai animar o povo?

Perguntei ao Miguel se ela falou algo com ele e não,  não tinha mencionado nada.

Resolvi deixar pra lá.  Em último caso pomos a tocar uma playlist aleatória para o povo dançar. 

- E a nossa dança?  Nem ensaiamos nada!  Aí que isto não vai prestar, pensei eu já imaginando nós dois no meio do salão sem acertar o passo.

Tudo isto me vinha à lembrança no ónibus da dupla durante o regresso a casa.  As horas que deveriam ser de sono, eram agora ocupadas por pensamentos que a esta altura já nada havia a fazer.

Enfim, cheguei.

A minha mulher e os meus filhos vieram receber-me à porta.

- Papai.  Que bom.  Chegaste?

- Cheguei  meu amor.  Dá um beijinho.   Ummm...  Gotoso.

- Boa tarde, meu amor digo beijando a minha esposa e o meu filho.

- Boa tarde amor.  Sê bem vindo.

- Como estão os dentinhos do Gabriel?

- Estão bem.  Já se vêem.  Já não tem tanta dor.

- Vem comer amor, ainda não almoçaste?

- Não.  Boa tarde Clara e Eva.

- Boa tarde.  Vou já preparar o teu
  prato, diz Clara.

- Deixa-me primeiro tomar um banho.

Subi para tomar banho e logo ju surge atrás de mim.  Passou as mãos pela minha cintura e beijou as minha costas que já estavam livres da camisa.

- Tou com tanta saudade.   Tens algum remédio?

- Tenho.  Vem comigo para o chuveiro.  Não prometo tirar tudo mas vai dar uma aliviada.

Fechei a porta, livrei-me da roupa e segui abraçada a ele por trás para o chuveiro.

A àgua quente, o cheiro do shampoo e do sabonete, o toque das mãos dele iam-me deixando super relaxada.
Enquanto ele beijava a minha boca, o meu pescoço,  os meus seios, as mãos dele exploravam todo o meu corpo.
Entregámo-nos ao prazer de forma intensa tentante matar a saudade que nos consumia.
Terminámos na nossa cama para outra rodada.

Descemos e fui almoçar a comidinha
gostosa de casa. 

Ficámos em amena cavaqueira durante quase 2 horas, contando os perrengues dos shows e Ju contava alguns que teve com a organização do casamento mas sem dar muito spoiler.

- Amor!  Por acaso trataste da atracção musical?  Lembro que nem falávamos sobre isso.

- Eu sou boa em tudo o que faço.  Se nada der errado vai estar tudo perfeito digo com ar de superioridade.

- Modesta é o sobrenome dela, digo dando-lhe um selinho.

- Amanhã vou tratar da despedida de solteiro para os meninos.

- Na, na ni na não.  Já tratei disso também.   Tu só tens que estar na igreja no dia do casamento.

- Estou lascado.

Na verdade, dois dias atrás,  tinha conversado com o António sobre o assunto.
Uma vez que ele seria um dos padrinhos e a mulher do Miguel madrinha,  deleguei neles a organização das respectivas despedidas de solteiro.  A única recomendação: nada de safadeza.

As despedidas de solteiro seriam dia 10.  Dois dias antes do casamento para todo o mundo ter tempo de curar a ressaca.  Não quero ninguém doente e com olheiras na minha festa.  Todo o mundo estava proibido de dizer ao Rodolffo a data do enlace.

Hoje seria a prova do terno dele.  Claro que eu fui.  Quero ver a reacção dele.

Chegámos à alfaiataria e logo que trouxeram o terno eu notei uma expressão de surpresa na face dele.

- Isto é para mim?  Mas não é possível.

- É sim.  Porquê?  Não está bom?

- Eu não digo é nada.  Vamos lá vestir.

Fui vestir o conjunto todo incluindo sapatos e não é que fiquei bonitinho!
Mais, porque bonito já sou.

Saí do provador, fui até onde estava Ju e ela sorriu ao ver-me.

- Oba!  Quem é o gato?

- Estou bem?  Eu gostei amor.

- Estás muito bem.  Está quase perfeito.  O terno só precisava de uns pequenos ajustes e nem era necessário outra prova.

Saímos dali satisfeitos.

Como estávamos sozinhos resolvemos almoçar no nosso restaurante favorito.  Há tanto tempo não fazíamos assim um programa a dois.

Depois do almoço fomos curtir um cineminha.  Uma comédia que hoje só quero rir.

As crianças tinham ido passar o dia e a noite com os avós.  Hoje éramos só nós os dois.

Demos um passeio à beira do lago,  tomámos sorvete.  Mais tarde iremos jantar num local muito agradável e ouvir música.   Este local tem sempre artistas ao vivo.  Aparecem artistas já consagrados e anónimos querendo uma oportunidade.  Nunca sabemos quem actua até que o mesmo se apresente.

Eu e o Miguel já cantámos aqui algumas vezes no início da nossa carreira.  Agora não vimos tanto por falta de tempo.

Foi uma noite muito agradável.   Há muito não tinha uma assim, feliz e descontraída.

Voltamos para casa com a promessa de que iríamos repetir sempre que fosse possível.  Os nossos filhos são tudo na nossa vida mas, estes momentos a sós são tão revigorantes.

Para terminar bem a noite só um banho com sexo à mistura e nisso nós somos experts. 

Fomos dormir super agradecidos por nos termos um ao outro.
Deitei a cabeça no peito dele, passei a perna por cima das dele, com a mão percorria o peitoral até ao umbigo.
Ele, abraçado a mim fazia carinho na minha cabeça.

- Obrigada amor por este dia.  Amo-te.

- Obrigado a ti.  Amo-te também.

Assim adormecemos.


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