Despedidas de solteiro

32 3 1
                                    

Tinha chegado o dia.  Hoje iríamos para as nossas despedidas de solteiro.

- Amor.  Não vai ter um monte de marmanjo fazendo streep, não?

- Não sei. Não fui eu que organizei.  Mas, e se tiver?  Tu nunca foste em show de mulher pelada?

- Já.  E se tiver na nossa. Quem organizou?

- O António.

- Ishhh!!  Acho que vai dar bronca.  O António é muito safado.

- Nem digas uma coisa dessas que eu cancelo já as festas.  Promete comportar-se?

- Prometo.  Se tiver mulheres prometo olhar para elas como se fossem homens.

- Vamo-nos arrumar para não nos atrasar-mos.

Tomámos banho junto e ele saiu do banheiro e foi-se vestir.

- Amor, espero-te lá em baixo com o Miguel.  Eu e Miguel iríamos juntos.

- Está bem.  Já, já eu desço.

Terminei a minha maquilhagem bem pronunciada por sinal.  O look que havíamos escolhido era todo preto,  transparente deixando ver toda a roupa interior.  Uma sandália preta com alguns apliques em prata completavam o look.  Cabelo solto e ondulado.   Desde que eu cortei o cabelo curto ele já tinha crescido bastante.

Olhei-me no espelho e pensei: alguém vai surtar, mas hoje não quero saber.

Fui descendo as escadas quando vejo o Rodolffo  a olhar para mim de um modo que nunca tinha visto.

- Amor, sobe aqui que eu preciso falar contigo, diz ele segurando o meu braço e quase me arrastando.

Chegámos ao nosso quarto e ele trancou a porta.

- Tu não vais sair assim.

- Estás a perguntar ou a afirmar porque para qualquer que seja o caso a resposta é: vou sim.

- Olha para ti.  Achas essa vestimenta decente? Achas que uma mulher de família se veste assim?

- Primeiro.  Não é a vestimenta da mulher que define a decência dela e sim as suas atitudes.
- Segundo. Mulher de família pode e deve vestir-se com se sentir bem.  A festa é num lugar reservado.  Só tem eu e as minhas amigas mais o pessoal que trabalha lá, então,  eu vou assim quer gostes ou não.

- Não vais não,  diz ele elevando a voz.

- Experimenta impedir-me. Não te conhecia essa faceta maxista! Comecei a ficar agitada e furiosa.

- Passei a escova no cabelo enquanto barafustava.  Era só o que faltava.

Atiro a escova com força e dirigi-me para a porta.

- Ju, tu não vais sair assim.

Encarei-o de frente com as mãos na cintura e disse:

- Só há duas hipóteses.   Eu saio assim e cada um vai para a sua festa, na boa, esquecendo o que se passou aqui, ou  cancelam-se as festas e o casamento.

- Amor, não é preciso ser tão radical.  Cancelar o casamento porquê? Eu bem podia passar sem as despedidas de solteiro.

- Não tem alternativa, ou cancelo tudo ou mantenho tudo.  Escolhe.  E vê bem o que vais falar porque não me agrada nada essa faceta que mostraste hoje.  Nunca te tinha visto assim.

Ele ficou pensativo, olhando para o chão.

Estava sentado na cama, levantou-se, veio até mim, segurou no meu rosto e deu-me um beijo.

- Desculpa mas eu morro de ciúmes.   Morro só de pensar noutros homens cobiçando este corpo.  Tenho muito medo de te perder.  Perdoa este homem apaixonado.

- Depois deste tempo todo e tudo o que passámos ainda tens esse medo. Então e eu com as piranhas todas se atracando a ti nos shows?  
Acalma-te.  Não vão estar homens na festa.  Confia em mim.

- Eu confio disse beijando-me de novo.  Vamos?

Descemos de mãos dadas sob o olhar
de Miguel e a esposa.

- Está tudo bem?  Comadre, que chiqueza, diz Miguel piscando-me o olho.

- Vamos embora Miguel antes que eu me arrependa.

Saímos em carros separados.

- Tu acreditas que o Rodolffo não queria que eu saísse com este look?

- E que fizeste para aceitar.

- Impus a minha vontade. Com algumas ameaçazinhas mas vale lutar pelo que se quer.

Chegámos o local onde já estavam as outras meninas.  Como eu disse, na sala que fora reservada os únicos homens eram dois garçons.

A música era muito agradável.

Segui com o  Miguel para a discoteca onde seria a nossa festa.

- Miguel, sabes onde é a festa das meninas?

- Sei, porquê?

- Vamos ficar na nossa um pouco e depois eu quero ir lá.  Viste a roupa da Ju?

- Compadre,  se ela sentir que está a ser controlada vai sobrar para ti.

- Não é controle, é protecção.

- Sei.  Me engana que eu gosto.

Na verdade ambas as festas estavam sem muita animação.

Os rapazes porque maioritariamente  eram comprometidos não se queriam envolver com ninguém.  As meninas estavam sózinhas na sala reservada.

- Pessoal, vamos ter com a mulherada?  Melhor fazer a despedida com elas.

- Vamos.  Só ficou o António que já tinha engatado um boy todo musculado.

Chegámos lá, não nos queriam deixar entrar por ser uma festa privada.  Expliquei que era surpresa para a noiva e liberaram a entrada.

As meninas ficaram surpresas e Ju desconfiada.

- A nossa festa estava um tédio.  Todos concordámos em vir.

- Todos ou tu insististe?  Não é ainda o assunto da roupa, não?

- Não amor.  Podes perguntar a todos.  A festa estava mesmo chata.  O António levou-nos para uma discoteca gay.  Por isso ele ficou lá atracado a um boy.

- O António a subir na minha consideração.

- Estava mesmo aborrecida mas até que tinha música boa só que íamos dançar com quem?  Por isso viemos.   Quero dançar com a minha gata.

A partir dali foi uma resenha geral.  Muita bebida, comida e muita dança.
Tivemos um sessão de Karaoke e claro o Rodolffo e o Miguel deram cartas.  Eu até nem me saí muito mal.

Já o dia amanhecia quando regressámos cada um a sua casa.  Estávamos felizes.  Mais uma etapa na nossa caminhada.

- Amor, em que dia vamos casar?  Perguntei pois como ela estava um pouco bebinha queria apanhá-la desprevenida.

- Isso foi um golpe muito baixo.  Não te podes aproveitar assim.  Estou alegre mas no meu perfeito juízo.  Vais levar um castigo.

- Qual?

- Espera até chegares ao quarto.

Cheguei ao quarto mandei-o deitar sem camisa, amarrei-lhe os braços na cabeceira da cama, coloquei-lhe uma venda e fui tirando o resto da roupa.  O que se passou a seguir eu não conto porque vocês já sabem que eu não sou boca de sacola.

No final estávamos os dois em êxtase e felizes.

ClausuraWhere stories live. Discover now