Nada é fácil

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Retornei ao interior da casa.  Juliette estava no quarto do Gabriel a guardar umas roupinhas que tínhamos comprado a semana passada.

- Amor, vamos conversar sobre o que se passou.

- Não há mais nada a dizer.  É só deixares de ser tão lerdo e evitar estas situações.  Há sempre uma ou outra fã que ultrapassa o limite.
Eu vi o Miguel quase na mesma situação e resolvendo na hora.
Tu não, tu deixas. Parece que tens necessidade de alimentar o teu ego.
Tens necessidade de te sentires desejado e nunca perdes a oportunidade de o mostrar.

- Não é isso amor. Eu não consigo ser tão frio. Gosto de demonstrar às pessoas que estou grato pelo que fazem por mim.
É verdade que às vezes podia evitar mas quando tomo consciência, já foi.
Agora, tu viste que foi ela que me beijou. E eu ainda mandei ela sair.

- Por isso agora estás de castigo. Não tem beijo, nem brincadeira.  Podes ir tomar banho e pedir um comida gostosa que eu e o teu filho estamos morrendo de fome.

- Eu também.  Fome de tu, digo abraçando ela por trás

- Não vem que não tem. Talvez mais tarde e depois do buchinho cheio e uma massagem nas costas e nos pés.

- Dou um beijo na barriga do meu filho e sussuro: papai sofre viu.

Ele saiu para tomar banho e pedir nosso jantar. Confesso que estou com muita saudade dele.  Queria abraçá-lo,  beijá-lo e fazer um lovezinho gostoso mas vou deixá-lo penar um pouco para ele deixar de ser trouxa.

Mal ele saiu do banheiro eu entrei para tomar banho também.

- Ué!! Não podia tomar comigo?

- Esqueceu que está de castigo,  é?

Saiu amuado e foi receber o nosso jantar.
Terminei meu banho, vesti uma lingerie preta, rendada, que fazia sobressair a minha barriga já enorme e coloquei por cima um roupão pois já estava fresquinho.

- Juliette podes vir. O jantar está na mesa.

Juliette? Cadê o Amor? Por certo ficou aborrecido comigo penso eu.

Ignorei e comecei a comer.  Estávamos em silêncio e resolvi quebrar o gelo.

- Como foram os shows? Como estava de público? Quantos dias ficas? E as férias? Perguntava eu já sabendo a resposta pois sempre assistia às lives dos fc. 
Uhmmm, isto está mesmo apetitoso digo passando a língua pelos lábios olhando para ele.

- Ei! Uma pergunta de cada vez.

Ele olhava para mim com desejo e respondeu;
- Mais tarde a gente conversa mais a sério.
- Fico 5 dias e as férias vão começar quando terminares o tempo de gravidez para eu acompanhar o nascimento do Gabriel.

- Uhmm! Terminei. Tem sobremesa?

- Tem, mas a menina portou-se mal então não come.

- Mas eu não quero, não.  Quem quer é o teu filho.

- Mas menina!!! Como ela é chantagista. Tem pudim. O Gabriel quer?

- Quer. É a sobremesa preferida dele.

Ele olhou para mim, torceu o nariz, levantou-se e roubou-me um selinho.
Foi buscar 2 fatias de pudim e terminámos o jantar.

- Amor, comi muito. Vamos caminhar um pouco lá fora. Está fresco mas este roupão é quentinho.

Abracei-a e lá fomos caminhar.

- Estou perdoado? Perguntei passando o braço sobre o seu ombro.

- De quê mesmo? Respondi dando-lhe um beijo.

Terminado o passeio regressámos a casa. Realmente a temperatura estava um pouco baixa. De dia estava agradável mas à noite, bom mesmo era o aconchego do lar.

Resolvemos assistir um filme.

- Comédia ou romance? Hoje só pode estas duas opções.

- Romance. Responde Rodolffo.  Hoje só quero amorzinho.

Ainda o filme não tinha chegado a meio e já nós tínhamos desistido dele.

Acabámos a nossa arenguice com muitos beijos, muitos amassos, muito estudo de anatomia e muito amor com cheiro de saudade.

...

No dia seguinte acordei e fui preparar o nosso café com tudo o que ela gostava.

- Acorda meu amor. Acorda dorminhoca.
Vem que hoje vamos num passeio só nosso.

Terminamos nosso café e partimos em direcção a  uma estância termal.

Demorámos cerca de 3 horas. Ao chegar lá fomos agraciados com um tratamento digno de reis. Massagem, drenagem linfática,  banho em piscina sulfurosa com àgua quentinha, tratamento de beleza com direito a limpeza de pele, hidratação de cabelos e tudo o que possam imaginar.

Por fim um majestoso brunch.  Pensem na quantidade de coisas gostosas para comer. Uma mistura de café da manhã é almoço.

A segui só podíamos fazer uma coisa.  Não é o que estão a pensar.

Estávamos tão relaxados que fomos tirar um cochilo.

Acordámos lá pelas 15 horas e fomos caminhar um pouco pela mata. Não podíamos ir longe pois Juliette devido ao seu estado, cansava-se com facilidade.

No regresso parámos num barzinho perto da pousada,  ficámos sentados a tomar um suco e a apreciar o por do sol.
A paisagem era de tirar o fôlego.

Regressámos à pousada, fomos tomar um banho e jantar.

Hoje dormiríamos ali mas amanhã bem cedo precisaríamos de regressar.  A minha irmã ia deixar a Violeta por volta das 12horas.  Já tínhamos saudades da bichinha.

Terminado o jantar fomos para a cama.
Beijo pra cá, amasso pra lá,  escolhe posição, experimenta posição já que a barriga não ajudava mas quando há amor tudo é possível. Um cede daqui outro cede dali e no final o encaixe fica perfeito.
Fizemos um amor gostoso.
Finalmente fomos dormir.  O sono dos justos.

...

Violeta chegou toda risonha ao colo da titia e trazia na mão um balde de pipoca.

- Pipoca a esta hora.

- Poca. Titia dá.

- Tia é pra isso mesmo, estragar, respondeu a minha irmã.

- Espera que quando tiveres os teus filhos vou-me vingar.

- Deve ser. Toma a tua filha. Já estou atrasada. Ela portou-se muito bem.
Tchau.  Tenho um encontro com um gato.

- É o quê? Volta aqui e conta isso direitinho diz Juliette.

- Depois, já estou atrasada.

E ela se foi.

Vai ter que me contar essa história direito. Tu sabes de alguma coisa Ju?

- Não.  Mas deixa ela. Já está grandinha.  Sabe o que faz.

- Bom saber.

Ficámos o resto do dia de chamego com a Violeta.  Pensa numa coisa grudenta. Parecia que estávamos separados há meses.

Acabou dormindo no meu colo segurando a mão da mãe.











ClausuraWhere stories live. Discover now