tudo pelo que passei me tornou assim

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Pov s/n

Saio dessas memórias sem saber quanto tempo estava parada no mesmo lugar.

Limpo uma lágrima solitária que escorrega pela minha bochecha, mesmo depois de anos desse acontecido, de ter sido abandonada, ainda me doía lembrar.

Quando meu pai me abandonou foi como se eu fosse a errada da história, me sentia muito culpada e tentava entender o porque dele ter me deixado também.

No caso quando a minha mãe me abandonou não me lembro se doeu tanto, tinha apenas três anos quando ela abandonou a nossa família e foi embora sem olhar para trás, por ter essa idade não me lembro dela, ou talvez meu subconsciente me protegeu de lembrar. De qualquer forma não faz diferença ela foi embora, como se não fosse nada na sua vida, como se nunca tivesse sido importante e três anos depois meu pai fez a mesma coisa.

Confesso que demorei um tempo para entender que o problema nunca foi comigo, sempre foi com eles.

Afim de espantar essas lembranças dolorosas volto a fazer a atividade que estava fazendo antes de ser interrompida.

Com quinze anos descobri que atirar era a minha válvula de escape, me fazia bem, me fazia descontar toda a minha raiva, frustração, tristeza, chateação, todos os meus sentimentos negativos.

Nem mesmo eren sabe desse lugar, esse lugar é o meu lugar, é o meu refúgio.

Não imagino quanto tempo deve ter se passado, sempre perco a noção do tempo quando venho aqui, apenas paro quando will interfere e dessa fez não foi diferente.

Will: te trouxe um lanche. - diz entrando na sala com uma bandeja média em suas mãos -

Deixo a arma em cima do balcão e caminho em sua direção, sentindo meu estômago roncar, nem ao menos tinha percebido antes que estava com fome.

S/n: quanto tempo? - pergunto me referindo a quanto tempo estava ali -

Para ele ter trazido um lanche deveria ter se passado pelo menos umas três horas.

Will: cinco horas. - diz me entregando a bandeja -

Aceno em concordância, parece que temos um novo record.

Me sento em uma das cadeiras que tinham no lugar e Will se senta ao meu lado.

Começo a comer c/p e beber b/p, ele sabia que era o meu preferido, por algum motivo adorava, talvez por me lembrar da minha tia, por em algum momento especial irmos comer isso para comemorar, mesmo sendo algo tão simples.

Ficamos em silêncio, mas não era um silêncio incômodo, as vezes era bom apenas se sentar ao lado de alguém sem ter a necessidade de falar algo, ainda mais quando esse alguém me conhece desde de pequena e esteve comigo em um dos momentos mais difíceis.

S/n: tenho que ir. - digo depois que termino de comer -

Tinha ficado muito tempo ausente, no meu próprio mundo, tentando esquecer dos meus problemas, mas agora tenho que voltar para a realidade para tentar lidar com eles.

Will: não precisa ficar tão apreensiva, você é excepcionalmente inteligente e saberá pensar em algo para contornar essa situação. - diz colocando a sua mão direita em meu ombro -

S/n: você tem razão. - digo sendo egocêntrica -

Ele dá uma risada disso, vendo que estava voltando ao normal, voltando ao meu personagem.

Ele tira sua mão do meu ombro e me levanto.

Will: você sabe que a hora que quiser pode vir aqui, essa é a sua casa. - diz enquanto me observa pegar a minha bolsa -

Amor e poder (levi×leitora)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora