44 Voltando ao passado

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..Abro os olhos e me dou conta de onde estou, sinto uma pancada no meu rosto e escuto"você é fria como o gelo" / "você pode melhorar muito".

Minha boca tem gosto de sangue, sinto que meu olho está um pouco inchado...

Me sento na cama e sinto como fui invadida, vejo sangue me minhas pernas e choro por ter acreditado que ele respeitaria minhas vontades..

Eu escuto vozes.. são os pais dele, ele pergunta por mim e a mãe fala que no mínimo estou dormindo... Ele insiste em me ver mais Cristian diz que eu ainda não levantei..

Depois de ir ao banheiro e me vesti adequadamente, ele já saíram... Ele vem na minha direcção "já sentiu minha falta?"

Eu tento voltar pro banheiro, tento correr mais ele agarra meu braço e eu berro...

-AAHHHHHHHHHH- Acordo gritando.

-Calma meu amor eu tô aqui.- Antônio fala assustado.

Me desvencilho das cobertas e corro pro banheiro a tempo de vomitar tudo que eu tinha no estômago. Que sonho horrível, que sensação ruim. Nem me dei conta que Antônio segurava meus cabelos.

-O que houve?- Meu pai pergunta da porta.

-Um pesadelo.- Falo me recuperando do mal estar ainda.

-Oh meu amor.- Ele fala triste.

-Está tudo bem paizinho.- Falo me levantando.

-Foi por causa de ontem.- Ele fala triste.

-Sim, ela chorou muito ontem.- Antônio fala me fazendo carinho.

-Quer me contar?- Meu pai fala me olhando com carinho.

-Eu estava pensando e eu acho que Cristiano não sabe mesmo.- Falo fechando os olhos.- Ele queria me ver e Maria não deixou.

-Verdade?- Meu pai pergunta surpreso.

-Sim, visitei memórias que guardei lá naquela caixinha.- Falo olhando pra ele.

-Ele deve me procurar, ai vai ser mais fácil saber.- Meu pai fala sorrindo.- Não quero ver você assim minha filha.

-Foi muita coisa ontem.- Antônio fala segurando minha mão.

-Sim.- Falo sorrindo.

-Vem vamos tomar café antes de vocês irem.- Meu pai fala sorrindo.

-Vou tomar um banho.- Eu falo sorrindo.

-Espero vocês lá em baixo.-Ele fala saindo do banheiro.

Então eu tiro o roupão e vou tomar banho. Que sensação ruim, desde o dia que ele me atormentou me ligando eu não tinha pesadelos.

Pareciam tão reais, acordava achando que estava vivendo aquilo . Fico tentando arrumar tudo na minha mente, pra respirar tranquila.

Antônio

Mal acordo com o grito de Amanda e já vou correndo atrás dela ajudá-la enquanto passa mal, dói em mim o quanto tudo isso faz mal a ela.

Manoel chega antes dela se levantar do vaso, sabe que a muito tempo ela não tem esses pesadelos. Ele fica receoso igual eu sobre Cristiano não saber, mas prefere esperar pra ver.

Ele nos chama para o café, mas vamos nos arrumar primeiro. Amanda entra no banho assim que ele sai, eu aguardo no banheiro, entro apenas quando ela acaba.

Término meu banho e ela ainda está se vestindo, e eu sinto que se eu pudesse eu tiraria tudo isso dela, esse sofrimento, pesadelos e fases ruins.

-Está melhor meu amor?- Pergunto olhando pra ela.

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