22 Almoço na minha casa

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O domingo amanheceu lindo e eu já estava na janela vendo o dia nascer, ontem pela exaustão eu caí na cama na hora que cheguei, então eu acordei muito cedo. Sentei na varanda e fiquei assistindo o dia clarear.

Eu pensava na minha vida, tudo que passei, no amor e cuidado que meu pai tinha comigo e em como eu queria que com minha mãe fosse igual. Era triste vê como ela nunca acreditava em mim, ela nem se preocupava em me perguntar.

Eu me perguntava se ela tivesse passado por tudo comigo como meu pai passou se ela estaria assim. Será que poupar ela foi o certo? Eu pensei mas nela do que em mim que estava sofrendo na pele.

Se ela lesse a minha carta talvez ela pensasse, será? Talvez não, meu pai contando ela não quis ouvir, não quis saber e nem me ligar. Isso me deixou bem triste.

Mas não era culpa minha, nada foi minha culpa. A única coisa que eu me arrependia foi de não ter contado pra ela ou melhor mostrado, quem sabe vendo com os olhos dela, ela agiria diferente.

Eu estava sem fome, resolvi caminhar e me vesti pra isso. Sai deixando a chave com meu porteiro e fui em direção à praia. Eu era muito agradecida por respirar esse ar maravilhoso, graças a Dra. Bel eu não pirei.

Conheci ela não tinha um mês que tudo aconteceu e ela esteve comigo até quando o meu desejo de não viver falava mais alto. Ela soube me fazer enxergar muitas coisas e se hoje estou aqui seguindo em frente, muito eu devo a ela que me fez conectar com todos os pontos emocionais que eu tinha perdido.

Eu passava esses momentos sozinha e colocava tudo no lugar, eu estava triste mas eu conseguia entender que nada disso era minha culpa e que não dependia de mim minha mãe agir como era esperado.

Eu caminhei e consegui absorver tudo que estava dentro do meu peito, esses momentos sozinha me fazia tão bem. Eu amava o mar mais ainda não era nem 8 horas da manhã eu acho, não sei quanto tempo passou.

Voltei pra casa caminhando tranquila, cheguei dentro de casa e meu celular estava tocando, me aproximei e parou. Olhei e tinha 5 chamadas não atendidas do meu pai.

Que estranho, retornei pra ele "Oi minha filha porque não me atendia?"

"Oi meu amor, bom dia.. eu fui caminhar na praia acordei muito cedo."- falei sorrindo.

"Que susto tomei, tive um sonho estranho e estava esperando dar o horário pra te ligar."- ele disse rápido.

"Estou bem pai, eu precisava pensar e fiz isso bastante"- Falei sorrindo.

"Ah sim entendo. Mas você está bem né?"

"Estou pai de verdade, eu não tenho como agir pelas pessoas, no começo não consigo absorver mas quando paro pra colocar a cabeça no lugar é mais fácil."- Falei pensativa.

"Que bom meu amor, acho que erramos em esconder tudo dela."- ele disse de repente.

"Eu estava pensando sobre isso, acho que se ela estivesse pelo menos no hospital, ela já acreditaria um pouco."- Falei suspirando.

"Sim, mas vamos dar tempo ao tempo, vai que ela melhora."- Ele disse calmo.

"Isso, vai ficar tudo bem não é pai?"- falei abraçando as pernas.

"Vai sim meu amor, eu prometo."- Ele dias com carinho.

"Ta bem pai, eu te amo e obrigada por tudo que fez e faz por mim sempre."- Falei com lágrimas nos olhos.

"Oh meu amor, não precisa me agradecer eu que sou grato por ter você, você é o que tenho de mais importante."- Ele disse com amor.

"Você também, eu não sei o que seria de mim sem você."- Falei chorando.

Only You | DOCSHOES Where stories live. Discover now