𝟎𝟐𝟓. Ciúmes

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O dia tinha começado da pior forma o possível. Eu tinha trazido poucas bolsas de sangue, então o certo seria economizar, mas eu precisava saciar a minha fome, então tive que beber whisky para aliviar a coceira que sinto na minha garganta.

O mar estava calmo, não tinha tantas ondas para chacoalhar o navio. Todos estavam na sala de baixo, tomando café, exceto eu e Dylan.

- O que está te preocupando? - Perguntei, fazendo Dylan tirar os olhos do mar.

- Faylle, ela não vai gostar da ideia de levar uma Aurelius para o seu Reino, apesar de apreciar Guerras, ela sabe que isso é muito arriscado - Murmurou baixo, logo acendendo um maço de cigarro. Dylan só fumava quando estava realmente estressado.

- Não se preocupe, eu irei convencê-la - Tentei acalmar seus nervos, mas não adiantou muito.

- Ela vai te manipular novamente, não seja bobo - Eu não me irritava quando ele tentava agir como irmão mais velho, mas o que realmente me deixava nervoso, era quando Dylan me tratava como uma criança.

- Não vai - assegurei - isso já faz anos, Dylan e eu aprendi a minha lição.

- Espero, ela faz você se tornar a sua pior versão - Dylan jogou o cigarro no chão e pisou com o seu sapato preto brilhante, logo se retirando.

Continuei analisando a vista, até ouvir risadas e passos. Só tinha uma mulher neste navio, então foi fácil identificar a risada feminina. Nora estava acompanhada de Cris, eles se sentaram um ao lado do outro. Seu rosto estava um pouco pálido, provavelmente por conta do frio que se tornou pior.

O lobo colocou a mão nas costas dela, acariciando a região. Era óbvio que ele estava se aproveitando da situação.

Ela não era minha, nunca poderia ser, mas eu não aceito a possibilidade dela encontrar uma pessoa que aceite seus sentimentos. Nem que eu tenha que prendê-la pelo resto de sua vida infeliz, impedindo-a de oferecer seu corpo para outro homem.

Sem que pudesse escolher, minhas presas se tornaram maiores e as veias começaram a surgir. Antes que pudesse fazer algo, me afastei dos dois, indo para a parte debaixo.

Meu único desejo era arrancar Nora de perto dele e depois ouvir seus gritos irritados, então eu finalmente poderia realizar os pensamentos obscenos que atravessam a minha mente. Que mulher infeliz, como ela pode mexer tanto com a minha cabeça?

Toda vez que fecho meus olhos, imagino seu corpo ensanguentado sobre a minha cama. Suas pernas abertas, facilitando a minha entrada em seu ventre. Eu poderia aquecer seu corpo da melhor forma o possível.

É o whisky, tenho certeza. Nunca me senti tão excitado igual hoje. Meus nervos estão à flor da pele, por conta da falta de sangue, a única coisa que poderia aliviar isso era ela, mas eu não poderia saciar minha vontade com o seu corpo, definitivamente isso não era uma opção.

Sem pensar duas vezes, bebi uma bolsa de sangue inteira, sentir o sangue descer era algo maravilhoso, tudo estava voltando ao normal. Todo aquele sentimento estava desaparecendo. Exceto o ciúmes

Estamos em uma sala fechada, está cheio de homens com cheiro de peixe, o único aroma bom é o dela, que está sentada ao lado do lobo novamente

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Estamos em uma sala fechada, está cheio de homens com cheiro de peixe, o único aroma bom é o dela, que está sentada ao lado do lobo novamente.

Cris cochicha algo no ouvido dela, antes que o comandante do barco começasse a falar.

- Quero avisar que hoje a noite o mar vai ficar turbulento, peço para que todos fechem as janelas e fiquem mais atentos, não quero erros!

Não acredito que ele me chamou para isso.

Todos que estavam naquela sala assentiram. Tudo estava indo bem, até eu ouvir uma piada sem graça.

- Por favor, casal, fechem a porta também - Um homem barbudo disse, logo dando uma gargalhada insuportável - Não queremos escutar barulhos.

Nora ficou mais envergonhada quando todos riram. Suas bochechas ficaram vermelhas e suas coxas se espremeram. Que porra de reação é essa? Apesar de não sentir o cheiro dele sobre o seu corpo, fico em dúvidas e isso me tortura por dentro. Observei seu rosto, até que ela percebesse que estou incomodando, mas a garota não me deu atenção, apenas abriu um pequeno sorriso.

- Cale a boca, Reiner - Cris se levantou, o idiota também estava envergonhado.

Saí daquele lugar fedorento e fui até o corredor. Meu único desejo era questionar a sua reação, mas como eu poderia fazer isso? Não posso exigir nada.

- Não me diga que ficou incomodado - Dylan surgiu, com um sorriso debochado no rosto.

- Não venha encher a minha paciência - Avisei tentando me afastar, mas Dylan fez questão de me acompanhar.

- Ela parece estar se dando bem com os lobos, isso é bom.

- Não me importo com isso - Resmunguei - Que Nora faça o que bem entender!

Não! Nora não poderia fazer o que bem entender, não enquanto eu estiver vivo, essa mulher é minha, não deixarei que um lobo idiota roube-a dos meus braços. Preciso de mais sangue, isso está me torturando!

Como infelizmente o capítulo 24 e 25 ficaram pequenos, eu publiquei os dois no mesmo dia. Aproveitem.

𝐈𝐦𝐩é𝐫𝐢𝐨 𝐒𝐚𝐧𝐠𝐫𝐞𝐧𝐭𝐨Where stories live. Discover now