0𝟐𝟑. Lembranças

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Hoje de manhã Dylan me informou dos nossos próximos passos, iríamos sair da vila dos jones, apesar de eu não querer, essa com certeza é a melhor opção. Estou sentada em uma rocha, afiando uma espada nova. Meus pensamentos estão na minha mãe, Dylan assegurou que Félix não faria nada com ela, porém mesmo com sua certeza, meu coração ainda dói de preocupação.

Deixei meus pensamentos de lado e me levantei, exercitando meus músculos. Hoje o treinamento seria diferente, já faz quase duas semanas que estou treinando com Negraes e vejo uma diferença avassaladora.

Amarrei um pequeno pano no meu rosto, tampando os meus dois olhos.

— Está pronta? — O homem perguntou e eu assenti.

Meus sentidos estavam ficando aguçados. Apesar de não conseguir ver, eu sentia sua presença e suas intenções. Negraes disse que isso era uma técnica criada pelo seu clã e poucas pessoas sabiam. Retirei a espada e cortei para a diagonal, consequentemente me defendi de um ataque que vinha de trás. Negraes não parou, continuou avançando ferozmente, alguns cortes iam no meu braço enfeitando a lâmina com sangue.

Fiz um corte giratório acertando a carne do homem, provavelmente foi profundo, mas Negraes não gemeu de dor, ao contrário, riu.

O barulho das lâminas se chocando eram irritantes, mas eu teria que me acostumar. Ele forçou sua espada na minha direção e eu tive que empurrar a minha.

Não tinha saída, a força física era algo importante e eu não tinha tanta comparada a dele, eu teria que apelar para outra coisa. Pisei no chão com força, fazendo uma lâmina ser ativada pelo meu sapato, sem pensar duas vezes, chutei sua perna, fazendo a faca cravar na sua pele.

Mesmo assim, o homem não se afastava, continuava firme.

— Não esqueça que os vampiros tem uma força inigualável, como deseja enfrentar um? Você não tem força, Nora.

— Desisto — Eu disse com dificuldade, mas o homem não parou.

— Vai realmente desistir? — Um grunhido saiu dos meus lábios, indicando o cansaço que agarrava meu corpo — E sua mãe? Como pretende salvá-la. Garota não se torne uma covarde.

A gota de suor desceu pela minha testa e parou nos meus cílios. Sem hesitar, coloquei meu braço na frente da sua espada, parando com o meu osso. Puxei um punhal da minha cintura e acertei seu ombro desprotegido.

Negraes recuou por alguns segundos, mas logo avançou novamente. Arranquei a venda que cobria meu olhos e enfaixei meu braço. Puxei um escudo de madeira que cobria minhas costas e parei seu ataque, logo em seguida empurrei meu corpo com toda força, fazendo nossos corpos caírem no chão.

Cris agarrou meus ombros e me puxou para cima. Antes que pudesse raciocinar, ele puxou meu braço e analisou o corte.

— Vá atrás de sua irmã e pegue ervas para curar, Nora — Negraes disse se erguendo. Ele já estava velho, fios brancos dominavam o topo da sua cabeça — E você garota, volte aqui de manhã, duas horas mais cedo. Vamos preparar uma espada.

 Vamos preparar uma espada

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𝐈𝐦𝐩é𝐫𝐢𝐨 𝐒𝐚𝐧𝐠𝐫𝐞𝐧𝐭𝐨Where stories live. Discover now