𝐈𝐦𝐩é𝐫𝐢𝐨 𝐒𝐚𝐧𝐠𝐫𝐞𝐧𝐭𝐨

𝟎𝟎𝟖

→antes de começar esse capítulo, eu gostaria de pedir a colaboração de vocês. Por favor, votem.

 Estava nevando. Os flocos de neve caiam no meu vestido violeta, cheio de babados. Não estava tão iluminado, o sol se escondia entre as nuvens, passando uma sensação estranha. Estou acompanhando Dylan em seu passeio, caminhamos por uma linha apagada pela neve.

— Está com frio? — Questionou ele.

— Não — Obviamente era mentira, o frio desse lugar era doloroso.

— Não parece. Seus lábios estão ressecados e seu nariz bem vermelho — Ele analisou cada detalhe do meu rosto e então sorriu, mostrando seus dentes brancos. Fico pensando como eles devem ficar sujos por conta do sangue.

Senti o tecido grosso entrar em contato com a minha pele. Dylan havia retirado seu casaco para me aquecer.

— nós não sentimos frio, nosso corpo se adaptou a essa região. Aqui as coisas não se espalham rápido e se alguém morrer, podemos colocar a culpa no frio intenso — Uma fumaça saiu junto com suas palavras, por conta do clima.

Engoli seco, sua sinceridade às vezes me assustava.

— Vocês matam pessoas para se alimentarem? — Minha pergunta parecia ter incomodado ele.

— Eu tenho  sangue puro, não tenho fome constante, então consigo saciar minha sede com animais selvagens.

Todas essas explicações são confusas pra mim, eu tenho milhões de perguntas, porém decidi perguntar a primeira coisa veio na minha mente.

— Aiden também se alimenta de animais? 

Dylan balançou a cabeça.

— Não. Aiden é rebelde, prefere ver o sofrimento nos olhos de suas vítimas — Essa resposta me fez ficar enjoada, eu já esperava isso dele — Mas ela não chega ao ponto de matar.

Me mantenho calada, não estou mais com vontade de ouvir essas coisas de vampiros, quero apenas me acalmar e ficar em paz. Observo cada mínimo detalhe que está na minha frente, havia algumas construções destruídas.

— Isso era uma igreja — Dylan havia notado a minha curiosidade — Antes da tragédia, aqui era um vilarejo. As crianças andavam com seus casacos longos e as mãos cheias de frutas, já seus pais. Bom, eles trabalhavam com frequência, sempre construindo novas casas para abrigar pessoas.

— O frio fez com que eles morressem? — indaguei curiosa. Seus olhos se desviaram do meu.

Ele apontou para um banco que estava na nossa frente, pedindo para que eu me sentasse.

— Nossa família estava sendo ameaçada, por conta do meu tio. Ele sempre foi arrogante, se sentia superior a todos, tanto que desafiou uma família de sangue puro. Meu pai sempre amou muito seu irmão, ao ponto de começar uma batalha entre reinos. Obviamente ele não estava pensando direito, por mais que nosso reino fosse forte, não poderíamos começar uma batalha sem preparativos. Ele acabou não resistindo, morreu com uma lança de ferro atravessando seu peito. Tudo se tornou um caos após a morte dele, minha mãe ficou doente e nosso reino foi tomado.

Consegui enxergar a dor em seus olhos.

— Esse reino não é nosso, nunca foi — ele ergueu a cabeça, com um olhar angustiado — Tomamos ele de humanos, destruímos famílias e depois construímos coisas novas, como se este território fosse nosso.

Eles haviam feito isso de novo, destruíram minha família. Não consigo sentir pena, mesmo que a história seja triste. 

— Porque vocês fizeram isso com a minha família também? — Meu tom era agressivo — Já que você se arrepende tanto, porque me sequestrou? 

— Nora… — Ele apenas conseguiu falar o meu nome, porque um barulho alto fez os pássaros voarem para outra direção. Em questão de segundos seus olhos dourados se tornaram brancos e veias surgiram em seu rosto.

Dylan se levantou apressadamente e segurou meu pulso. Quando eu notei, já estava em seus braços frios, ele me apertava com força.

— O que está acontecendo — Tentei descer, mas ele me apertou mais ainda — Dylan me solta.

— Feche os olhos — aquilo não era um pedido e sim uma ordem. Sua voz era séria, me causando medo.

Obedeci, fechei meus olhos e então senti uma brisa gelada vindo em direção ao meu rosto, meus lábios ficaram mais ressecados, era como se o vento frio cortasse o meu rosto. Quando eu abri os olhos já estava na frente do castelo. Então finalmente ele me soltou.

— Entre para dentro! — Gritou. Sua feição era de preocupação. Não fiz mais nenhuma pergunta, apenas corri para dentro.

A porta atrás de mim foi fechada com força, fazendo a mesa ao lado tremer. Corri para as escadas e percorri o corredor.

— Aiden! — Gritei seu nome, mas não recebi nenhuma resposta. Meu coração estava disparado. Tinha diversas portas no corredor e eu fui abrindo cada uma delas, até finalmente encontrar ele.

— Que inferno! O que diabos você está fazendo aqui? — Seus lábios estavam sujos de sangue e sua feição transformada. Aiden se levantou, me empurrando para fora do seu quarto — Nunca mais entre no meu quarto!

— Espera Aiden. Eu preciso da sua ajuda! — Falei antes que ele fechasse a porta. Seus olhos se voltaram para mim novamente, então ele se aproximou de novo. Suas presas estavam amostras e ensanguentadas.

— Fale, antes que eu me arrependa e te deixe na mão — seu tom fez meu corpo estremecer e seus olhos também. Eu não conseguia falar com ele, não dessa forma. Seus lábios estavam sujos de sangue fresco e suas presas também, sem contar a feição assustadora.

Quando ele percebeu que eu estava com medo, aiden riu. Com certeza estava se sentindo ótimo com isso. Suas mãos foram até meus ombros, mesmo que o tecido do meu vestido seja grosso, a sua pele fria ainda fazia efeito.

— Está com medo, Nora — Seu timbre havia mudado, agora era baixo, mas continuava ameaçador — Tem medo que eu acabe com o seu corpo e chupe todo o sangue que corre pelas suas veias?

Olhei para trás e vi. havia uma mulher com cabelos longos e cacheados. Sua pele era branca e seus olhos pretos. Suas bochechas estavam vermelhas e sua respiração funda, não entendi o porquê.

— Por favor, se afaste — Por mais que parecesse ser um pedido, não era. Eu estava com raiva dele, então minha voz saiu firme e forte. — eu tenho algo importante para falar.

Um suspiro alto veio dele, e a decepção surgiu em seu rosto.

— Você está me interrompendo um momento íntimo, espero que o que você tem a falar, seja realmente importante.

— Eu acho que Dylan está em perigo.

→ Eu deveria ter mandado esse capítulo ontem, porém estou completamente ocupada com a escola. Me perdoem.