MORTAL E CRUEL, ISSO LEMBRA ALGUÉM?

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Naquela mesma hora Sunny e Nathalie começaram a soltar algumas lágrimas discretas dos olhos. Kevin que por mais que odiasse fazer coisas assim em público, se abraçou com as duas também chorando pelo ocorrido.

Brunno agora estava morto. A polícia que havia chegado tirou todos do local para averiguação. Um dos políciais trouxe do banheiro um saco plástico com um estilete banhado em sangue dentro.

Do outro lado da fita amarela, Sunny, Kevin e Nathalie se tremiam de medo do que, ou quem estaria por trás disso. Óbvio que Nathalie se sentiu culpada por ter batido em Brunno, mas eles acreditavam que não teria sido ele que escrevera aquilo no espelho. Era bizarro demais mas eles não acreditavam que ele seria capaz de fazer tudo aquilo.

Toques de mensagens sincronizados soaram assustando os três. O coração de cada um deles vibrou enquanto abriam os celulares juntos e liam todos a mesma mensagem.

Posso colocar mais algo na ficha de vocês? Incentivo ao suicídio seria ótimo né!?

Eles olharam em volta mas apenas políciais, enfermeiros e agora a família de Brunno estava alí no corredor. O senhor e a senhora Malone havia acabado de chegar e se dirigiam a uma sala com um polícial moreno. Os três ficaram chocados a verem que os gêmeos, irmãos de Brunno, também estavam alí sendo consolados por uma polícial gordinha.

- Vocês não podem ficar aqui - disse outro polícial os guiando para outra área.

Mas mesmo assim eles conseguiam ouvir, os choros da mãe e o pai de Brunno gritando de desespero ao saber do acontecido. Nathalie tapou os ouvidos morrendo de culpa. Se ela não tivesse dado um tapa em Brunno e começado toda aquela discussão, provável que ele ainda estaria vivo?

- Quem quer que seja, não vai dar as caras - disse Nathalie num tom de voz minucioso. - Estamos cercados de políciais, se tem alguém que deveria aparecer somos nós.

- Como assim? - perguntou Kevin segurando a roupa hospitalar que usava.

- Nós deveríamos contar tudo para a polícia. Não tem mais como esconder.

Os olhos de Sunny saltaram de uma forma assutadora.

- Não...Brunno que teve culpa. Ele estava dirigindo.

Os dois se viraram para ela tentando compreende-la.

- Não não e não! - Nathalie puxou o cabelo - Eu lembro bem o que você quis fazer com o corpo pra não ter prova nenhuma!

- E eu lembro de vocês loucões jogando bebida nele.

- Cala bo...

De repente alguém bateu a porta do quarto. O medo deles da vez é que alguém tivesse escutado tudo. Pro susto deles era um polícial que queria conversar com os três.

- Hm, certo. Brunno Malone saiu daqui depois que vocês brigaram - ele ia anotando as coisas relevantes em um bloco de notas. - Sobre o que era a discussão?

Eles ficaram em silêncio. Nesse momento uma enfermeira entrou dentro do quarto e falou para o polícial que Kevin precisava descansar e que estavam fazendo muito barulho.

A essa altura alí nem parecia mais um hospital, e sim uma delegacia. O polícial baixinho guardou o caderno e foi pra fora, antes ele pôs a cabeça entre a porta com um aviso.

- Preciso que vocês venham dar um depoimento. O senhor Kevin pode ficar.

Tinha sido um acidente e uma morte em menos de um dia. O que mais estaria por vim?

Enquanto andavam pelo corredor em direção a um dos elevadores, as meninas viram uma pessoa conhecida de costas na recepção. Dannie estava lá e parecia tão feliz como no seu aniversário do ano anterior. Será que ele sabia que Brunno não estava mais vivo?

Ele pôs o gorro do moletom na cabeça e saiu na direção contrária. As meninas se entreolharam. Tudo estava muito estranho, estranho do tipo como num programa de documento criminal, e que por um acaso, elas já eram culpadas.

EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NAQUELE VERÃO!Where stories live. Discover now