QUEM É VIVO SEMPRE APARECE

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É sua vez de lavar a louça- disse o irmão mais novo de Brunno, Ed.

Os gêmeos eram o que se podia dizer a elegância e ordem da família. Eram bons na escola, no cursinho de idiomas e ainda faziam todas as tarefas de casa. Eles eram melhor que uma empregada.

Brunno imaginava como seria perder um deles. Na sua cabeça seria um trauma horrível e principalmente porque eles eram tão perfetinhos que não os imaginava sofrendo algo tão terrível.

Em todo caso, ele pensava como seria o sofrimento de sua mãe. Ela iria chorar como chorava sempre que assistia a filmes antigos pós guerra. Pode ser que tenha sido dela que tenha herdado o senso chorão. Mas o pior era quando pensava em seu pai lidando com aquilo. Ele iria ficar bravo por que seu filho menor havia morrido, e tão triste que nem conseguiria ler mais os livros enormes que guardava na prateleira.

Era tão ruim imaginar como Dannie e sua família estavam.

- Você não parece feliz pela carta de admissão. - seu pai estava na entrada da cozinha o olhando preocupado.

Brunno bateu alguns pratos que escorregaram de sua mão cheias de espuma.

- Eu estou muito feliz, pai.

- Não, não está. - ele se sentou na cadeira - parece que não queria ser aceito nessa Universidade.

- Não é isso.

- Então o que é? - seu pai cossava a barbicha ficando curioso.

Após secar alguns pratos, Brunno se sentou na mesa ao lado de seu pai. O velho rolex dele que ele havia ganhado de sua mãe como presente de casamento ainda brilhava em seu braço.

- O que o senhor faria...se eu ou Ed e Bred morresemos?

O senhor Malone ficou espantado. Esse tipo de pergunta logo depois do café da manhã e antes de sua rotina de leitura lhe deixou igual quando

- Deus...Por que está falando uma coisa dessas? - ele chegou a cuspir falando - Nunca que eu iria querer perder vocês.

Brunno viu que não devia ter perguntando aquilo. De repente sua mãe entrou na cozinha vendo a cara que seu marido fazia ao olhar Brunno.

- O que aconteceu? - ela tinha bobs na cabeça.

- Nada, mulher. Esqueça.

A senhora Malone franziu as sobrancelhas curiosas.

- É mãe, esqueça.

- Bem, de qualquer forma estou feliz que nosso filho tenha entrado na faculdade. - ela sorriu.

Após alguém tocar a campainha, um dos gêmeos apareceu guiando uma pessoa até a cozinha. Sunny estava ali, como se nada tivesse acontecido na noite anteior.

- Bom dia, senhor e senhora Malone - ela tinha uma voz acolhedora de uma apresentadora de um programa pela manhã.

- Sunny? O que está fazendo aqui? - Brunno a olhou querendo arrancar sua cabeça.

- Não fale assim com sua amiga - disse a mãe de brunno.

Brunno se levantou da mesa rapidamente. Quase levou consigo a toalha da mesa e o vaso de petunias no centro dela. Seus pais conheciam os seus amigos, quer dizer, os que se diziam ser. Brunno nunca os contara que haviam terminado a amizade, muito menos o motivo do fim.

- Vem aqui - ele puxou Sunny até o jardim dos fundos - O que pensa que ta fazendo? Me diz o que você quer.

Ela apertou uma folha da horta da mãe dele. Sua maquiagem cobrindo as olheiras de sempre estavam lá. Ela parecia igualzinha a do verão anterior.

- Eu pensei bem. Melhor parar de fingir e aceitar que também tive haver com aquela porra toda.

- Assim do nada?

Sunny coçou o pescoço.

- Bem, não do nada...

Uma expressão de dúvida tomou a face de Brunno. Mas não tinha o menor interesse de saber o que tinha acontecido na cabeça dela para mudar de ideia. Quanto antes ela aceitasse seria melhor.

- Tanto faz, pelo menos não é mais uma cínica.

- Ei! - ela largou a folha, a puxando com força.

- Vou ligar pra Nathalie.

Enquanto ouvia o som que significava que a chamada estava sendo recebida, sunny o olhava com um olhar prufundo de tristeza no rosto, como se alguém tivesse morrido. Pode ser que ela tivesse prevendo o que o stalker faria com eles.

- ...hm, ela não entende. - ele olhou a tela do perfil do intagram dela - Alguma coisa deve ter acontecido.

- Então por que não vai até a casa dela?

- Nós vamos. - disse Brunno.

Pedalando pela rua, Brunno seguia Sunny em sua mobilete até a casa de Nathalie. Ele ainda se negava a dividir o mesmo automóvel com um de seus ex amigos, não lhe dava confiança.

De repente enquanto passavam pela fila de árvores que haviam sobre a antiga escola onde estudavam, um carro apitou por trás deles. Foi um alívio, Brunno já tinha as panturrilhas cansadas e o bumbum dormente de tanto pedalar. Parou no acostamento mesmo sem saber se tinham apitado justo pra ele ou não.

- Sunny? - o carro negro parou perto deles. Quando a janela fumê abaixou por inteira, viram que era Beck Torne, a irmã de kevin. - Vai aonde?

- Indo visitar uma pessoa - ela levantou a parte da frante do capacete.

Beck viu que Brunno estava pondo a língua para fora de tão cansado.

- Espera, por quê ta andando com ele? Não tinha falado que odiava seus amigos de antes?

Brunno nem se interessou em escutar. Sunny com certeza havia dito coisas maldosas sobre ele e os outros. Definindo totalmente seu trauma.

- É, mas eu sou obrigada a isso.

- Obrigada como?

Ela abaixou a parte da frente do capacete, ligando novamente a mobilete com seu chaveiro de pluma rosa. Um pequeno bufo saiu da boca de Sunny, com certeza ela estava cansada de dar satisfações a sua amiguinha curiosa.

- Eu vou ter que ir, tô sem tempo, amiga.

Beck levantou a janela e em um segundo baixou-as de novo.

- Já que está perdoando todo mundo, vai visitar depois meu irmão, com certeza ele vai adorar te ver de novo.

Sunny pareceu incerta.

- É no quarto 12 ok?

- Hm?

Beck a olhou nos olhos, tirando o óculos escuros que ela não se importou de que mostrasse as marcas de choro.

- Meu irmão está no hospital não sabia? Ele sofreu um acidente ontem.

Sunny e Brunno se olharam de boca aberta. Acidente de carro???

EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NAQUELE VERÃO!Kde žijí příběhy. Začni objevovat