Impermanência (PT-BR) PARTE II

Capítulo 270

Os salgueiros fantasmas controlados por Fan Wu She e o exército de Jiang Qu Lian começaram uma guerra feroz e enorme na estrada Huangquan. Bilhões de galhos de salgueiro se transformaram em cobras espirituais juradas de sangue, chicoteando e enredando os inimigos na floresta. Raízes grossas se estendiam do solo fértil sangrento, arrastando-os impiedosamente para o solo e os tornando seus próprios nutrientes.

Por um tempo, os gritos estridentes de fantasmas ecoaram pelo submundo e perfuraram os tímpanos como agulhas, o que foi absolutamente aterrorizante.

Jiang Qu Lian e Xie Bi An já haviam trocado mais de cem golpes. As palavras de Cui Jue não apenas o irritaram agora, mas também perturbaram sua mente, forçando-o a recordar a memória que ele mais relutava em revisitar.

Ele não conseguia enfrentar sua própria estupidez e nem mesmo aceitar que havia esgotado tudo e não conseguiu nada. Em vez disso, ele acabou sendo jogado no Caminho do Fantasma Faminto.

Ele sempre se lembraria do momento em que comeu milhares de fantasmas ferozes e finalmente se tornou um rei fantasma. No momento em que ele se tornou um rei fantasma, a primeira coisa que fez foi entrar furtivamente no Salão Yanluo e procurar os pergaminhos de seu julgamento. Ele queria saber o que havia feito em sua vida anterior para sofrer tal punição. Ele havia comido sua própria mãe, companheiros e seguidores. Quando sentia fome, seu intelecto era repetidamente derrotado pelo apetite e pelo instinto. Por centenas de anos, ele foi como um animal que enlouquecia a qualquer momento, e inúmeras vezes depois que ficou lúcido, descobriu que enchia a boca com carne podre ou mastigava as pessoas de quem gostava até que apenas membros e os ossos fossem deixados.

Quando ele viu algumas páginas de registros no pergaminho, sob aquele grande gatilho, ele se lembrou de tudo em sua vida passada. Acontece que tudo o que ele sofreu, desde um Asura que transcendeu a reencarnação e poderia viver para sempre e nunca envelhecer, até degenerar em um fantasma faminto pior do que uma besta, foi apenas porque ele se apaixonou por um deus eminente e inacessível que nunca olhou para ele. Descobriu-se que o maior mal que ele fez deliberadamente foi apenas esmagar 72 pêssegos imortais.

Naquele momento, ele se sentiu mais triste e ridículo do que raivoso. Não havia dúvida de que ele era estúpido, mas não cabia a outros manipular seu destino. O que realmente deveria ser destruído era o status perfeito dos deuses e os meios de vida, morte, recompensas e punições usados pelo palácio celestial para governar os três reinos --- os seis caminhos da reencarnação. Por que os seres celestiais poderiam desfrutar do privilégio? Por que ele deveria ser um fantasma faminto? Por que os seis caminhos da reencarnação deviam atribuir níveis, vantagens e desvantagens a todas as criaturas vivas? Por que Lan Jiang nem olhou para ele só porque ele era um Asura?

A semente do ódio que ele plantou naquela época finalmente se tornou uma árvore imponente depois de regá-la com sangue e lágrimas por duas vidas. Seu sistema radicular estava profundamente enraizado no veneno da alma. Apenas sangue, matança e vingança poderiam aliviar a dor penetrante do veneno.

Quando viu Lan Chui Han na cidade de Chidi, apesar de ele ser apenas um garoto de dezesseis ou dezessete anos, excelente, confiante, alegre, amigável, atencioso e apenas um mortal, segundo rumores, fraco e doente em tenra idade e perto da morte, ele teve a certeza de que Lan Chui Han era a reencarnação de Lan Jiang. Ele nunca esqueceria aquele rosto.

Era difícil descrever as emoções furiosas naquele momento. Ele ainda se lembrava da sensação de tremer por toda parte. Ele, que originalmente veio para ver a emoção, possuiu uma pessoa sem pensar. Essa pessoa era o segundo discípulo do líder da seita Cangyu, Qi Meng Sheng, responsável por receber a família Lan que foi à cidade de Chidi para forjar uma espada usando o Caldeirão Shen Nong. Havia também a palavra 'Yun' no nome ---- Yun Zhong Jun. Apenas para Lan Chui Han sorrir para ele, colocar o punho na outra mão, olhar para ele e chamá-lo de "irmão Yun".