QUATRO DESCONHECIDOS

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O goldendoodle preto de Brunno entrou correndo pela sala assim que seu dono chegou de mais um dia no trabalho. Brunno Malone trabalhava num mercado de peixes perto de casa e por mais que não gostasse muito daquilo - trabalhar durante horas e voltar com mãos cortadas por peixes - se sentia na obrigação de arranjar dinheiro e ajudar nas contas de casa. Nem todo mundo que termina o ensino médio consegue sair de vez da casas dos papais.

Ele fez carinho no cachorro, Darth Vader era o tinha escrito na coleira dele - chamava-o assim por que ele tinha pelo escuro, além de também ser louco pela franquia Star Wars.

- Sentiu minha falta garoto?

Ele não parava-o de lamber. Todo dia, sempre que chegava era assim, recebido com baba na cara que daria com certeza  pra encher um balde.

- Já te deram comida?

O animal correu direto pra cozinha como se tivesse entendido o que seu dono tinha dito. Não era de se admirar que a convivência de seis anos entre os dois faziam falar quase a mesma língua.

- Mãe? - Brunno reparou que não havia mais ninguém em casa.

Depois de encher a tigela com ração especial para filhotes - apesar de Darth Vader não ser mais um filhote - Brunno se jogou no sofá de couro da sala de estar, enfadado do trabalho cheirando a peixe cru dos mais fedorentos.

Quando pegou seu celular desgastado, comprado com muito esforço por seu pai no dia de seu aniversário a três anos, viu uma mensagem na barra de notificações.

Logo ele pensou que seria uma notificação no email sobre se foi aceito ou não em uma das "mil" faculdades que se escreveu meses atrás. Mas não era nada disso, era a resposta da mensagem que havia enviado mais cedo para um amigo seu, Dannie. Que apesar de não estarem tão próximos depois do fim do ensino medio ainda o considerava como tal. Ele estava fazendo aniversário aquele dia, e respondeu agradecendo os parabéns. Muito obrigado. E um emogi de soquinho.

Mas apesar que fosse aniversário dele, Brunno se sentia com um sentimento horrível dentro de si. Assim que acordava - algumas vezes até sonhava com isso -  uma sensação ruim lhe percorria a espinha, lembrava que havia feito algo terrível a um ano atrás. E nesse mesmo dia, se fazia um ano do mesmo acontecimento.

Como de costume, ele pesquisou sobre seus três ex-amigos que era apegado no ensino médio - fazia aquilo quando aquele sentimento de culpa o batia - mas quando via as fotos e videos deles em seus perfis, pareciam tão felizes. Nem pareciam terem feito parte daquilo naquele verão. Não sentiam mais culpa? Apesar de eles ainda morarem na cidade, e Brunno ainda os ver de vez em quando virando o rosto assim que percebem que ele está por alí, nunca mais desde aquele dia tocaram nenhuma palavra. Só olhares de relance de canto de olho de vez em nunca.

Depois de stalker os antigos amigos - coisa que fazia quando lembrava os tempos de amizade com seus amigos ricos por ae e que agora não exista mais - ficou deitado pensando por minutos sobre o que eles estariam sentindo, por aquela data tão...especial. Um toque de mensagem tocou vindo do celular de Brunno. Até o som do aparelho já parecia velho de mais pra ser ouvido. Ao abri-lo algo chamou sua atenção na barra de notificações.

Uma foto, cujo lugar e tudo nela ainda era fresco em sua memória. Um embrulhou nervoso percorreu o estômago vazio dele, ainda que só tivesse bebido café pela manhã. Alguém teria tirado uma foto dele e de seus amigos no ato daquele verão, mas quem?

Enquanto tinha seu coração dominado de ansiedade, alguém apareceu digitando na tela, logo, uma mensagem de texto estava lá, com a seguinte sentença:

Enquanto tinha seu coração dominado de ansiedade, alguém apareceu digitando na tela, logo, uma mensagem de texto estava lá, com a seguinte sentença:

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EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NAQUELE VERÃO!Where stories live. Discover now