💫 Capítulo Final

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Quando deixaram o planeta chuvoso Shan, os caminhos de Alpha e Mazu se dividiram em rumos diferentes. Enquanto o príncipe fora levado para o sistema-capital de Aurora, Alpha e Qui-va foram transportados como animais até a prisão de segurança máxima de Aurora, onde residiam os presidiários mais perigosos da galáxia.

A prisão era localizada entre um cinturão de asteroides próximos de uma estrela anã-branca. Fora construída em um enorme fragmento de asteroide durante a Grande Guerra e por anos foi usada para prender opositores do governo e criminosos extremamente perigosos para a sociedade. Nomearam-a Shantak em homenagem ao desenvolvedor e cientista da prisão conhecido por torturar seus prisioneiros e transformá-los em... máquinas.

Como uma fortaleza altamente protegida, um escudo de força envolvia a prisão (apenas naves autorizadas conseguiam atravessar o campo energético do escudo). Em seu interior, estruturas esféricas formavam cinco fileiras perfeitas em volta de uma gigantesca torre. A torre de vigilância. Como um farol, uma luz ofuscante vinda do topo da torre era lançada sob as estruturas ao redor. A torre de vigilância era cinquenta metros mais alta que as estruturas abaixo, que na verdade, eram blocos de celas dos prisioneiros. Não havia pátio, nem mesmo uma área onde os prisioneiros pudessem caminhar; o único espaço aberto entre as cinco fileiras dos blocos de celas eram os corredores, que serviam como ponto de locomoção de naves transportadoras de prisioneiros. Todos os mafiosos, piratas e fugitivos chamavam Shantak de Cemitério dos Malditos. Uma vez lá dentro, você jamais poderia sair.

As antenas no topo da torre de vigilância eram sobrecarregadas com energia suficiente para alimentar o escudo energético da prisão. Além de evitar que fugitivos ou intrusos entrem em Shandak, o escudo também prevenia que asteroides destruíssem as instalações. Sob um asteroide, Shandak vagava pelo vácuo em volta de uma estrela junto a outros asteroides. Era realmente como um cemitério. Além do escudo, milhares de asteroides circulavam a prisão. Lá dentro, os prisioneiros estavam enterrados e jamais poderiam sair.

Alpha sabia muito bem disso, afinal durante sua carreira como agente da L.D.A, ele prendera vários criminosos e os levara diretamente para Shandak.

O agente estava sentado em um assento metálico ao lado de Qui-va. Ambos tinham suas mãos acorrentadas.

Não precisava ser um especialista para perceber que Qui-va estava destruída por dentro. Alpha também estava, porém nada comparado a dor e tristeza de Qui-va. Ela perdera não apenas seu planeta, mas todo seu povo em um piscar de olhos. Ela não chorava mais. Seu olhar estava fixado no chão, sem expressão alguma.

Mazu saberia o que dizer para ajudar, pensou Alpha.

— Sinto muito — falou o agente.

Qui-va o olhou.

— Sinto muito por Mazu.

Alpha abaixou a cabeça e observou suas mãos acorrentadas.

Falhara com Mazu, assim como falhou com a criança. Não importava o que Kondrak e o culto estavam planejando, Alpha sabia que o plano não implicava em Mazu sair com vida. Malditos sejam eles, pensou o agente com raiva. Desejava intensamente quebrar as correntes, tomar controle daquela nave e correr até Mazu. Um sonho impossível.

Ele suspirou.

A nave na qual estava transportando Alpha e Qui-va pousou na pista de decolagem. A rampa abaixou, cinco silhuetas surgiram diante da momentânea luz ofuscante da torre de vigilância. Quando a luz circular mudou de posição, as silhuetas se tornaram mais claras do que nunca para Alpha. Eram agentes da L.D.A e o general Varod. Varod o aguardava com decepção estampada no rosto. Dois agentes se aproximaram de Alpha e envolveram suas mãos nos braços do mesmo, o forçando a se levantar do banco.

⭐ STARBOY ✩ O ChamadoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora