IV

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Foi dada a largada.

Os vinte competidores correram como se suas vidas dependessem disso. Mazu, que estava à frente de cinco jovens, avançou em direção a um dos torkos e posicionou-se em cima do animal. Sem mostrar qualquer resistência, o torko pôs-se a correr em direção à trilha.

Mais à frente, encabeçando a manada, estava Dakris já percorrendo a trilha. Ao redor, haviam várias árvores cobrindo a trilha como um teto protetor — mas estas árvores não estavam lá para protegê-los.

Rochas gigantescas emergiram do verde em torno dos jovens. Eram esféricas, rápidas e resistentes. As árvores entortavam para os lados, abrindo espaço para as rochas chegarem até a trilha e surpreenderem os jovens.

Uma das gigantes esféricas veio rolando em direção a Mazu. Antes que pudesse atingir ele e o torko em que estava montado, Mazu acumulou uma quantidade considerável de estímulo em seu punho esquerdo, socando a rocha de forma que a deixou em pedaços.

Ainda na liderança, Dakris fazia o mesmo que Mazu, porém não estava apenas se defendendo das rochas, objetos rápidos e brilhantes passavam zumbindo próximos do garoto, que estava se esquivando com muita velocidade. Flechas energizadas com o estímulo. Haviam arqueiros experientes escondidos nas copas das árvores. Muitos dos competidores acabaram sendo atingidos e caíam no chão junto de seus torkos.

Seu corpo balançava enquanto o torko corria pelo solo. Após explodir mais duas rochas, Mazu se viu encurralado: duas flechas vinham em sua direção. Antes mesmo de pensar em uma ação rápida, o torko passou a correr na diagonal, passando próximo de rochas que rolavam desenfreadas pela trilha. Ambas as flechas atingiram uma rocha, que acabou servindo de escudo para Mazu.

— Mas o que... — Ao olhar melhor para o animal em que estava montado, Mazu soube quem era aquele torko. — É você!

O torko no qual Mazu ajudara na noite passada continuou a correr até estarem próximos do final da trilha.

Muitos dos competidores já haviam chegado no final. Uma barreira de proteção indicava que a partir dali os torkos deveriam ser deixados para trás.

Além da barreira, um riacho de águas raivosas seguia até terminar desaguando em um abismo. Próximo do riacho, uma gigantesca árvore com longos cipós. Dakris e outros estelares já estavam pendurados, balançando seus corpos de forma que pudessem se agarrar a outros cipós até chegarem no solo do outro lado do riacho.

Mazu deixou o torko, agora seu amigo, próximo da barreira de proteção.

— Tchau, amigão — o torko lambeu o rosto do príncipe como resposta.

Cravou suas unhas no tronco da gigantesca árvore e subiu até estar na altura suficiente para agarrar os cipós. Agarrou um, e depois, com um pulo, agarrou outro. Alguns jovens acabavam escorregando e caindo na água furiosa abaixo de todos, sendo levados em direção ao precipício.

Alguns dos cipós eram como armadilhas, fazendo o corpo de muitos dos competidores girarem no ar, sem nunca levá-los do outro lado do rio. Este era o caso de Dakris, que com muito esforço, estava tentando se equilibrar enquanto o cipó em que estava agarrado balançava descontrolado pelo ar.

Ele passou veloz ao lado de Mazu. Por sua vez, o príncipe não deu importância e seguiu se pendurando, sem encontrar dificuldades em sua travessia.

Mazu agarrou-se em um último cipó e se impulsionou no ar, chegando até certa altura e soltando-se, caindo de joelhos no solo do outro lado do rio. Mazu aterrissou e já se pôs a correr, pois a próxima etapa era uma das mais difíceis: escalar uma montanha.

⭐ STARBOY ✩ O ChamadoOnde histórias criam vida. Descubra agora