Capítulo 44 - Por você

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Letizia

Ficamos em Moscou até a cerimônia da união de Sergei com Rana.

A festa foi para poucos convidados, chique e elegante, como a noiva.

Eu e Svetlana tivemos a oportunidade de conhecê-la melhor, e ficamos impressionadas com a classe e inteligência daquela mulher.

Em pouco tempo, nos tornamos próximas.

Até mesmo Dimitri, que agora era seu enteado, se mostrava receptivo e à vontade com ela, que tinha uma vida separada de Sergei, sem se abalar pelas garotas de boate que entravam e saíam da sua (nova) casa, com certa frequência.

Ela preferia dessa forma, unidos na teoria, mas separados na prática. Como ela mesmo dizia, nada mais que um contrato. Eu achava que era uma questão de tempo, para que enxergasse Sergei com outros olhos, mas guardei minha opinião em segredo.

Giuliano finalmente se livrou das talas na mão direita, fazendo sessões de fisioterapia, recuperando os movimentos de forma integral. Lucca foi para passar alguns meses com Domenico e Manoela, e decidimos ir para Florença, visitar minha mãe. Depois seguiríamos para Sicília, onde nossa presença era necessária no jantar mensal do Don para as famílias.

Estávamos em pleno verão, a cidade estava linda, viva e colorida.

Minha mãe nos aguardava com uma mesa farta, no jardim externo:

- Tizia, minha filha, quanto tempo! Está se alimentando direito?

A abracei:

- Estou bem, não se preocupe.

Ela olhou para Giuliano:

- E meu genro, está cuidando bem de você?

Ele entregou para ela um buquê de flores, beijando sua mão:

- Tizia é a minha rainha, Dona Martha.

Apertei meus olhos para ele, movendo meus lábios: Rainha? Sério?

Sorriu, para me irritar, enquanto sentávamos.

Minha mãe era só sorrisos:

- Não me canso de elogiar seu marido. Fico contente que tenha conseguido um homem charmoso, educado e poderoso.

Como se ele fosse um animal em extinção e eu tivesse saído para caçá-lo em uma floresta.

Virei meus olhos.

Giuliano apertou minha perna com força:

- Sua filha é muito inteligente.

- Por isso mesmo eu achava ela ia ficar sozinha.

Fiquei inconformada:

- Mãe!

Ela olhou para mim, séria:

- Nesse meio em que vivemos, ser inteligente não é algo muito bom para uma mulher.

Resolvi não discutir.

Conversamos sobre meu irmão e Lucca, o único herdeiro.

Assim que completasse seis anos, seria matriculado na academia russa. Deixaria que voltasse para casa por pelo menos dois dias na semana, eu sabia como as provas e treinos eram exaustivos. Ensinaria para ele tudo o que precisaria saber sobre os armamentos, para que mais tarde assumisse a minha organização. Acreditava que ele e Dimitri se tornariam bons amigos, apesar da diferença de idade.

Após a sobremesa, nos despedimos e seguimos para a casa de verão, que agora era de Giuliano.

Passamos o final de semana passeando pela cidade, aproveitando o sol.

A senhora das armas (livro 2)Where stories live. Discover now