Capítulo 21 - Traidora

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CINCO MESES DEPOIS

Giuliano

Atravessei a calçada coberta de neve.

Detestava o frio.

Abri a porta da casa, deixando a sacola de compras em cima da mesa da cozinha, tirei meu casaco e fui preparar o almoço.

No dia da votação, Letizia havia conseguido com a ajuda de Domenico, acabar com os poucos membros que eram contra a sua nomeação como líder da máfia italiana. Havia assumido e o comando, que seria passado para seu irmão em poucos meses.

Meu pai conseguiu ser retirado do local rapidamente pela equipe de Manoela.

Eu estava em Moscou, e assim que a votação começou, fui ajudado por Nikolai. Em três horas, o jato estava pousando na Islândia.

A casa era agradável. Não havia nenhum empregado, para evitar problemas. Ficaríamos escondidos até que nos dessem o sinal para voltar. Felizmente, o sistema de segurança instalado pela empresa de Manoela era o melhor e mais avançado. Não conseguiram nos rastrear.

Olhei no relógio. Peguei o celular em cima do balcão e telefonei para Nikolai:

- Alguma novidade?

- Tirando o fato que Nico está enlouquecido desde que Manoela foi embora, nada de novo.

- Letizia?

- Está trabalhando feito uma louca. Passa mais tempo na Itália, visto que o irmão não tem cabeça para nada. Voltou para Moscou há poucos dias. Tivemos um problema em um dos carregamentos de armas.

- Ela foi visitar Sergei?

- A vi no bar, bem embriagada. Saiu correndo do escritório dele, tropeçando pelo caminho e sendo escoltada pelos seguranças até o carro.

Fechei meu punho com força, ao pensar no que podia ter acontecido.

Respirei fundo:

- Tudo está saindo de acordo com o planejado.

- Sim. Agora é esperar.

- Nos falamos na próxima semana.

Desliguei.

Tirei o chip do aparelho, destruindo em seguida. Abri a gaveta e peguei um novo, colocando no lugar.

Manoela havia se mudado logo após a votação, deixando Domenico sozinho. Ele não sabia onde ela estava e certamente faria qualquer coisa para vê-la, nem que fosse pela última vez. 

Minhas contas bancárias, assim como as do meu pai, foram bloqueadas. Letizia agiu rapidamente nesse sentido, era esperta. Manoela cobria todas as nossas despesas, vivíamos bem, mas queria nosso dinheiro de volta.

Meu pai estava mudado, já não havia nele mais nenhum resquício do Don. Não reagiu bem ao saber que havia sido traído pelos membros do conselho.

Coloquei os pratos na mesa e o chamei para almoçar:

- Notícias da Itália, filho?

Abri uma garrafa de vinho:

- Tudo seguindo conforme o plano.

- Acha que Nico vai ceder?

Comecei a me servir:

- Sim, está desesperado.

- E Letizia?

- Está cuidando bem dos nossos negócios, tenho certeza.

- Pretender se livrar dela?

- Não posso eliminá-la. É a líder russa e irmã de Nico.

Ele olhou para mim, apertando os olhos:

A senhora das armas (livro 2)Where stories live. Discover now