Capítulo 18 - Afeição

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Letizia

A reunião do conselho para a votação tinha sido antecipada. Avisei meu irmão, pois deveríamos estar presentes.

Eu estava aliviada, porque ia me livrar de Giuliano definitivamente. Assim que passasse o comando para Domenico, ficaria focada na minha organização e pediria a separação.

Aquele desgraçado tinha me feito chegar à exaustão.

Na última vez em que me procurou, chorei de raiva por meu corpo me trair, fazendo com que eu gostasse do seu toque, e pela frustração de não poder matá-lo.

Eu quase nunca chorava e não ia perdoá-lo por isso.

Havia me deixado em paz desde aquele episódio.

Desci as escadas em direção à copa, encontrando ele sentado, tomando o café da manhã, enquanto checava o celular. Evitei qualquer contato visual. Yula veio em seguida me passar a agenda do dia:

- Tizia, bom dia. Hoje temos algumas reuniões com os pakhans que estão encarregados dos armazéns do sul, incluindo Nikolai. Para a tarde, duas consultorias. E um treinamento.

Tomei um gole de café e mordi um pedaço da torrada:

- Ótimo. Treinamento de quem?

Ela olhou para mim, tensa:

- Dimitri.

Eu tinha esquecido que ia fazer o treinamento do filho de Sergei. Enchi meu copo com água, bebendo logo em seguida.

- Ah, sim. Veja com Bóris quando o menino pode começar e peça para Ivan redobrar a segurança quando ele estiver aqui. Vou ter que montar um cronograma.

Giuliano desviou os olhos do aparelho, prestando atenção em Yula:

- Quem é esse garoto?

Quando ela ia responder, me antecipei:

- Filho de Sergei, chefe da maior organização russa.

Ele sorriu para mim, com ironia:

- Ah, o tal que nunca tira os olhos de você.

Levantei da mesa:

- Prometi que treinaria seu filho. É o mínimo que posso fazer, ele me ajudou muito desde que assumi o comando.

- Pelo que soube eram bem próximos – continuou – gostaria de conhecê-lo.

Terminei a conversa:

- Não vai gostar nem um pouco de vê-lo, se ele souber o que fez comigo. Eu e Sergei juntos poderíamos varrer todas as famílias italianas do mapa. Só não faço isso por causa do meu irmão.

"E porque tenho um objetivo a cumprir"- pensei.

Saí em direção ao escritório, seguida por Yula, que perguntou:

- O que ele fez com você?

- Nada que eu não pudesse aguentar – respondi.


Giuliano

Repassei o plano de fuga com Manoela mais uma vez, pelo telefone. Ela estava preocupada com Letizia, achava que tentaria se vingar. Estava tensa:

- Como ela está?

- Me evitando.

- Você continua...

Interrompi:

- Não toquei mais nela. O que fiz já foi o bastante.

- Não devia ter feito isso, você a humilhou da pior forma possível. Se Domenico souber, vai acabar com você.

A senhora das armas (livro 2)Kde žijí příběhy. Začni objevovat