A senhora das armas (livro 2)

Capítulo 8 - Sem compromisso

Um ano depois

Letizia

Com o monopólio do contrabando de armas e fazendo algumas mudanças no sistema de vendas, obtive o maior faturamento dos últimos anos. Eu adorava verificar os armamentos pessoalmente, conversar com os distribuidores e prestar consultoria para alguns mercenários, além de comandantes de guerra.

Esse era o meu habitat natural. Eu era uma especialista, reconhecida na área.

Passava os fins de semana com Sergei, nosso relacionamento já estava comemorando o aniversário de um ano.

Decidi manter assim, porque meu irmão e minha mãe tinham se estabelecido definitivamente em Florença e com ele não me sentia tão sozinha. Gostava da sua companhia.

Além do fato de termos os mesmos interesses, nossas conversas eram bastante produtivas, sobre os negócios. A maioria das pessoas do nosso meio já sabia que estávamos envolvidos, o que fez com que eu fosse alvo da inveja de algumas garotas e desprezo, por outras.

Combinamos de jantar em um dos melhores restaurantes de Moscou. Pedi que Yula  comprasse um isqueiro, de luxo, para dar de presente. Ela trouxe um confeccionado em prata, já com o nome e data gravados. Resolvi colocar uma saia de couro cujo comprimento ia até os joelhos, uma blusa de lã branca e sapatos de salto. Cabelos presos em um rabo de cavalo. Coldre e pistola presos na coxa esquerda, como sempre.

Entrei no carro com meus seguranças. Assim que chegamos ao local, eles aguardaram no estacionamento e fui até o balcão, sendo atendida pela hostess que me levou até a mesa que havia sido reservada. Combinamos às nove horas, eu estava vinte minutos adiantada. Pedi uma dose de vodka e uma entrada, enquanto esperava.

Meu celular vibrou:

Vou me atrasar, apareceu um problema.

Respondi:

Precisa de ajuda?

Nova mensagem:

Não se preocupe, linda.

Depois de 40 minutos, pedi a conta resolvi ir até a sua casa. Fiquei preocupada, poderia estar com algum problema mais sério, talvez um novo desvio de carga.

Ao chegar, Yelena veio me recepcionar:

- Srta. Letizia, aguarde na sala principal que vou avisar o Sr. Sergei.

Olhei para ela:

- O que aconteceu?

Sem precisar de resposta, me dirigi até o escritório, carregando a caixa com seu presente. No corredor, ouvi a voz alterada de Sergei. Peguei minha arma, tirei meus sapatos. Me abaixei e abri a porta, pronta para atirar.

Ele estava de pé, na frente da mesa.

Ficou assustado ao me ver, passando as mãos pelos cabelos. Vi uma figura conhecida no sofá.

Natalya.

Me levantei, vesti meu sapatos, guardei a arma e andei em sua direção. A loira ficou em pé e pude ver a sua barriga.

Grávida.

Fiquei parada, transferindo meu olhar dele para ela.

Perguntei:

- Quantos meses?

Chorando e limpando os olhos, que parecia ser a única coisa que ela sabia fazer, além de servir de diversão para os homens, respondeu:

- Oito.

Fiz um cálculo rápido. As semanas em São Petersburgo.

Ele me puxou pelos ombros: