Capítulo 17 - Vingança

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Letizia

Fiz a apresentação de resultados para o conselho italiano, que foi um sucesso. Fui elogiada por todos os membros. Aproveitei para saber mais sobre a reunião na qual haveria a votação para a confirmação do novo Don.

Nas semanas em que fiquei na Sicília, fiz algumas reuniões e descobri que vários membros não eram favoráveis ao nome de Giuliano, afinal quase ninguém sabia que ele era o herdeiro e nunca se destacou na organização. O maior receio era que ele colocasse os negócios em risco pela sua inexperiência.

Conversei com meu irmão dizendo que havia convencido a maioria a votar em mim, pois sabiam que posteriormente passaria o comando para ele. É lógico que não seria só pelos bons resultados que obtive. Ofereci uma quantia generosa para cada um.

Estava tudo certo.

Chamei Nikolai para uma reunião e contei o plano. Solicitei que ficasse responsável por vigiar e prender Giuliano no dia da reunião. Ele ficaria em Moscou, acompanhando tudo por videoconferência.

Domenico ainda não tinha falado com Manoela sobre assumir o comando da máfia italiana. Isso me preocupava, tinha receio que se deixasse levar pelos sentimentos e esquecesse a promessa feita ao meu pai. Além disso, ela era muito ligada à Giuliano, ele havia escolhido seu treinamento de armas nos Estados Unidos justamente para que ela pudesse fugir. Ela teria que escolher um dos lados.

Uma semana depois, estava no escritório trabalhando quando ele entrou.

Parecia irritado. Trancou a porta e veio em minha direção, em pé ao lado da minha cadeira. Sem entender direito, perguntei:

- Precisa de algo?

Seus olhos estavam escuros e avermelhados, me pegou pelo braço:

- Da minha mulher.

Fui puxada da cadeira e colocada em cima da mesa. Suas mãos estavam na minha cintura, descendo para as minhas coxas. Segurei seus braços:

- Posso pedir para alguma garota vir atendê-lo, sei que tem suas necessidades.

Prendeu meus pulsos atrás das minhas costas, se aproximando do meu rosto:

- Eu quero que você me atenda. Sou seu marido.

Jogou tudo o que estava em cima da mesa no chão, abrindo caminho. Me empurrou e fiquei deitada. Levantou minha blusa, arrancou o restante da minha roupa, me deixando nua da cintura para baixo.

Poderia revidar, pegar minha arma e atirar na sua cabeça, mas precisava dele para completar meu plano.

Fechei meus olhos quando vi que estava no meio das minhas pernas, com as calças abaixadas e o preservativo nas mãos. Apertou as minhas coxas, enterrando suas unhas nelas.

Respirei fundo, silenciei a minha mente, como havia aprendido. Era uma técnica a ser utilizada para os casos de dor ou tortura.

Eu não estava mais lá. Não sentia nada.

Fui trazida de volta ao ouvir sua voz, me chamando. Parecia aborrecido por eu não ter resistido, nem emitido nenhum som.

Abri meus olhos. Me sentei na mesa, com dificuldade e um pouco de dor. Olhei para baixo e vi minha virilha e pernas com alguns hematomas.

Ele estava sentado na poltrona, me observando. Vesti minhas roupas, segurei meus sapatos nas mãos, abri a porta e fui descalça até o meu quarto, tomar banho.

A partir daí, quase todos os dias me procurava, sempre da mesma forma, agressivo, perguntando se eu sentia a sua falta, me deixando cheia de marcas como se eu fosse uma qualquer. Tentando me fazer sentir algum tipo de dor, sem sucesso.

Eu precisava aguentar até o dia da votação.

Só não sabia se o manteria vivo depois disso, como meu irmão havia pedido.


Giuliano

Nikolai era informante de Manoela e ficamos sabendo dos planos de Letizia. Ela ia tomar o comando e me deixar subordinado ao seu irmão. Mas eu não correria o risco de ser morto.

Tudo por causa de uma promessa. Não teve nenhuma consideração, só então entendi que sua proposta de união era parte do plano.

Estávamos com tudo pronto para a nossa fuga. Meu pai tinha o melhor sistema de segurança, instalado pela empresa de Manoela. Ele seria retirado do local da reunião do conselho rapidamente e Nikolai ajudaria na minha fuga de Moscou.

Lembrei das palavras de Domenico, na festa do meu casamento: ela seria capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que quer.

Tomado pela raiva, fiquei pensando em uma maneira de me vingar. Decidi tratá-la como uma prostituta, usando-a como quisesse. Ela não poderia me impedir, nem contaria para o irmão, pois eu era a peça-chave para que seu plano desse certo.

Manoela foi contra, mas eu disse que faria mesmo assim.

Por mais que eu fosse bruto e a deixasse cheia de marcas, Letizia não mostrava nenhuma reação, o que me deixava cada vez mais irritado. Quando eu terminava, vestia suas roupas e ia embora, em silêncio.

Até que um dia, aguardei que retornasse dos armazéns e fui até seu quarto. Ao me ver, tirou suas roupas.

Olhei para ela, sentindo a raiva subir pelo meu corpo:

- O que está fazendo?

Ela sentou na cama:

- Não foi para isso que veio?

Fiz que sim com a cabeça. Ela se deitou. Seu corpo era realmente perfeito, mas seus olhos haviam perdido o brilho.

Tirei minha camisa e deitei em cima dela. Fechou os olhos, como costumava fazer.

- Abra seus olhos, Letizia – ordenei.

Os manteve fechados.

Comecei a beijar seu pescoço, de forma suave, descendo para os seios, barriga. Voltei para o seu rosto, e beijei sua boca com vontade, enquanto acariciava suas coxas, subindo para sua virilha. Passei meus dedos pela sua abertura quente e úmida, colocando-os dentro dela sem dificuldade. Comecei a movimentá-los, devagar. Ela colocou as mãos nas minhas costas e abriu os olhos, que brilharam por um momento. Começou a gemer baixo. Eu sorri, encostando meu queixo no seu rosto.

De repente, me afastou com força, sentando perto da cabeceira, abraçando os joelhos com a cabeça apoiada neles.

Ouvi seus soluços. Estava chorando. Vesti minha camisa e saí do quarto.

Não me aproximei dela desde então.

A senhora das armas (livro 2)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ