Capítulo 5 - O dia seguinte

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Sergei

Abri os olhos e bocejei. Fazia muito tempo que não tinha uma noite de sono como aquela. Estava descansado. Letizia não estava lá.

Sentei na cama, quando a porta se abriu e ela entrou, com roupas na mão:

- Se quiser tomar banho – estendeu para mim – são de Domenico.

A segurei pela cintura:

- Que horas são?

Ela sorriu:

- Quase meio-dia.

Saí procurando meu celular feito um louco. Quando consegui achar, estava desligado. Apertei o botão, torcendo para que tudo estivesse bem. A luz da tela acendeu com várias mensagens.

Telefonei para Bóris que estava perplexo, Bogdan havia informado que toda a carga que havia sido desviada seria devolvida em dois dias.

Letizia estava encostada na parede com os braços cruzados, toda vestida de preto, seu uniforme habitual de treinamento. Desliguei e olhei para ela:

- Vão devolver tudo.

Ela olhou para mim, sorridente:

- Você vai pensar no que te pedi? O repasse?

Peguei as roupas e fui em direção ao banheiro. Abri o chuveiro, sentindo a água escorrer, aliviado pelo problema ter sido resolvido e ao mesmo tempo preocupado por estar cedendo tanto a uma mulher.

Estava encrencado.

Me vesti e ao sair, ela ainda continuava lá, sentada na cama. Seus olhos, brilhantes, aguardavam a minha resposta. Mas eu não estava satisfeito:

- Por que você passou a noite comigo?

Ela respirou fundo:

- Porque eu quis. Você é um homem atraente e eu, bem, já fazia algum tempo que... não tinha ninguém.

- E como ficamos agora?

- Do mesmo jeito, Sergei. Eu sigo a minha vida e você a sua. Nada demais.

- Em troca eu deixo o seu negócio independente, sem o repasse, é isso?

Ficou séria:

- Você me deixa independente em troca da devolução dos seus 20 milhões. Eu não misturo as coisas. Não sou do tipo sentimental. Se não quiser me ver de novo, tudo bem.

Desafiei:

- E se eu quiser?

- Continuamos, mas sem compromisso.

- Venha até aqui – ordenei.

Ela se levantou e ficou na minha frente. Segurei seu rosto e a beijei. Gostava de sentir sua língua, curiosa, explorando todos os cantos da minha boca.

Eu já tinha a resposta e poderia me arrepender futuramente por isso.

Encostei na sua orelha:

- Não tem mais repasse para você, Tizia.

Ela soltou um grito e se pendurou no meu pescoço:

- Obrigada, obrigada!

Comecei a rir.

Jovem, inteligente, corajosa, determinada.

Eu, completamente ferrado nas mãos dela.

Mudei de assunto:

- Tem algo para comer, ou vai me matar de fome?

- Claro, pedi que deixassem a mesa do café para você. Ou prefere almoçar?

A senhora das armas (livro 2)Where stories live. Discover now