Letizia
Assim que entrei no meu escritório, tranquei a porta e telefonei para Bogdan. Ele demorou para atender, quando já estava para desistir, ouvi sua voz:
- Tizia, não tenho nada...
Interrompi:
- Giuliano era o alvo. Tem ideia de quem pode estar por trás disso? Anton não falou nada para você?
- Por mim, seu marido pode deixar meu irmão em um porão para sempre. Não sei com quem está metido, dessa vez.
- Ele não será poupado.
- Anton só me dá problemas, estou cansado de limpar suas bagunças. Da última vez, minha mulher quase levou um tiro por causa dele. E ela está grávida.
- Ele ultrapassou todos os limites, concordo. Vou investigar, por aqui.
- Tente falar com Alexei. Talvez tenha alguma informação.
- Boa ideia, vou fazer isso.
Alexei era o chefe de um grupo de mercenários, assassinos pagos. Se algum mercenário russo tivesse sido contratado para os ataques na Sicília, ele saberia me informar.
Pedi a Yula que confirmasse com alguém se ele estaria no bar naquela noite.
Mas, tinha que despistar Giuliano. Tudo indicava que deveria haver um preço pela sua cabeça e era melhor que ficasse dentro de casa, vigiado. Pedi à que Ivan reforçasse a segurança, deslocasse mais homens da cidade para a casa de campo.
Fui até o quarto e encontrei Giuliano deitado, olhando para a janela:
- Tizia, estou te esperando faz tempo.
Me sentei ao lado dele e menti:
- Eu sei, mas tive um problema com um novo carregamento de armas, e o cliente pediu a minha presença.
Levantou:
- Agora?
- Sim, é uma pessoa importante. Volto logo, tente descansar um pouco.
Me levantei, coloquei minhas roupas pretas habituais, botas de cano alto e peguei a chave da moto. Ele nem discutiu, sabia que eu era consultora de muitos chefes de Estado, e que isso era importante para fortalecer a organização.
Acelerei em direção ao bar, seguida de perto pelos seguranças e Ivan, que insistiu em me acompanhar.
Entramos. O cheiro característico do tabaco, e o velho e bom rock clássico tocando ao fundo.
Para localizá-lo, era só procurar o local com a maior concentração de garotas.
Alexei chamava a atenção por sua beleza. Um mercenário competente, que dificilmente fracassava em suas missões. Herdeiro de uma família nobre, renunciou a herança, seguindo um caminho violento. Os boatos sobre a sua vida pregressa envolviam traição e vingança. Havia enriquecido com a profissão pouco conceituada, ninguém sabia onde sua base ficava localizada, muito menos sobre a sua vida pessoal.
Mas, sempre foi leal à mim, em troca o ajudei em alguns momentos complicados da sua vida.
Andei até sua mesa e abri caminho entre as garotas que se equilibravam nos bancos, em torno dele.
Sorri:
- Alexei.
Ele se levantou, empurrando uma das mulheres para fora do seu colo, fazendo uma reverência:
- Dama oruzhiya.
(Senhora das armas)
- Preciso conversar com você, pode me acompanhar até o balcão?
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A senhora das armas (livro 2)
Action"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...