CAPÍTULO 53

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LUCY GONZALEZ

Eu ouvi o barulho de passos pesados e então uma luz intensa iluminou toda a escuridão do cômodo que eu estava. Abri os olhos com dificuldade e escondi o rosto com as mãos, tentando encontrar estabilidade.

— Bom dia! — Dante gritou animado, afastando as cortinas das janelas — Ouvi dizer que isso aqui estava na sua lista de lugares para conhecer, então decidi realizar esse teu sonho. — ele diz sorrindo — Bem vinda ao Brasil!

Parado no quarto, ele abre os braços na frente da janela grande com vidros grossos e aparentemente à prova de balas. Está com os cabelos desgrenhados e ouso dizer que seu sorriso é verdadeiro. Não é deboche, ou nada parecido. É felicidade genuína.
Esse cara é muito doido.

— Como você…? — franzi o cenho

— Como eu cruzei o globo com você? — ele me olha — Foi fácil, não vou perder tempo explicando algo tão chato. Eu estou tão animado!

Olho pela janela e vejo a estátua do Cristo Redentor de longe. É muito bonito, ainda que não esteja tão próximo. Jakob e eu sempre falamos sobre vir ao Brasil juntos.

— Eu estive pensando e você não estava aqui quando aqueles idiotas acabaram com o meu pai, então decidi fazer esse breve intercâmbio. — continua — O que você acha? Tá vendo como eu sou legal?

Estou deitada em um colchão que, apesar de estar no chão, é confortável

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Estou deitada em um colchão que, apesar de estar no chão, é confortável. Há um travesseiro sob a minha cabeça e um cobertor ao meu lado. É tudo o que há no quarto.
Me sentei no colchão, encostando as costas na parede e passei as mãos no rosto.

— Onde estão os outros? — eu o olhei — Samantha, B e Letty?

— Muita pergunta, dona Toretto. — ele coça a barba — Deixa eu continuar minha gentileza.

Ele bate palmas e uma senhora entra no quarto carregando uma bandeja. Ela põe a bandeja sobre o colchão, me olha e sai. Eu franzo o cenho.

— Pra ter uma experiência brasileira impecável, temos pão com mortadela defumada, café com leite e mamão. — ele mostra a bandeja — Fala a verdade, eu sou um cara muito bacana.

— Você precisa de terapia, isso sim.

— Você também. — me olha sério — E você sabe disso.

— Estou muito bem, obrigada.

— Se você diz. — ele dá de ombros voltando a sorrir

— Por que você tá sempre rindo? — mordo o pão

— Eu sei, minha vida é triste, mas eu tô tão feliz por estar me vingando. — senta no colchão, me olhando — Eu soube que seu marido saiu do hospital.

Franzi o cenho.

— Há quanto tempo eu tô aqui? — perguntei de boca cheia

— Use um guardanapo. — ele joga o pacote de guardanapos descartáveis em mim — Uns três dias.

Redenção - Jakob TorettoWhere stories live. Discover now