CAPÍTULO 12

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LUCY GONZALEZ

Encarei a base militar secreta por trás dos óculos escuros e tentei ignorar o arrepio esquisito que atravessou meu corpo. A base era composta por um andar amplo como uma grande garagem cheia de carros e um segundo andar aberto que cobria as laterais. Senhor Ninguém me trouxe mesmo estando de ressaca e me largou por aqui há quase uma hora. Desde então, eu passei a perceber os pequenos detalhes dessa base. Principalmente a torre de vidro panorâmico. Era escuro ao ponto de eu só conseguir ver meu reflexo, mas eu tinha certeza de que tinha alguém me observando ali.
Cruzei os braços e encarei o vidro, pensando em quem estaria me encarando de volta do outro lado. Meu coração estava batendo um pouco mais agitado que o normal, meus instintos em alerta.

— Ah, Lucy, desculpe a demora. — Senhor Ninguém diz se aproximando ao lado de um agente algo, com documentos nas mãos

— Sem problemas. — ironizo — Foi maravilhoso ficar aqui sendo vigiada por algum fantasma do outro lado desse vidro.

— Não tem ninguém aí, Lucy.

— Claro. — o olho — E eu sou casada com o Axl Rose.

Senhor Ninguém sorri e me entrega os documentos.

— Lucinda Gonzalez, capitão da Força Tarefa Bravo. — avisa — Oficialmente você trabalha para o DSS, mas extraoficialmente você está presa à mim. Desculpe não realizar uma cerimônia com direito a uniformes e salvas de tiros.

— Guarde essa merda piegas pro meu funeral. — resmungo dobrando os documentos e o guardando no bolso interno da jaqueta — Já foi um saco minha cerimônia pra tenente.

— Bom saber. — murmura — Lucy esse é Sheppard, capitão da Força Tarefa Alpha.

— Oi. — aperto sua mão

— Jaqueta maneira. — Sheppard comenta — Eu tinha uma quando era adolescente.

— É, era de um amigo meu.

É a jaqueta do Jakob. Tudo o que restou dele lá em casa.

— Sheppard vai te mostrar a sua equipe. — explica — E eu vou buscar as últimas atualizações sobre sua primeira missão.

— Como quiser. — dou de ombros

— Aliás, sinta-se em casa. — Ninguém me olha — E escolha um daqueles carros pra você. Vai precisar dirigir algo melhor que seu Camaro.

Franzo o cenho e ergo uma sobrancelha o encarando. Como ele sabe do meu Camaro?

— Eu sei tudo sobre quem trabalha pra mim, Lucinda. — ele sorri — Vamos.

Descemos para o primeiro andar e caminhamos os três juntos para a área onde alguns super carros estão estacionados. Tem carros excelentes ali, é verdade, porém é o Mustang Shelby GT350 preto fosco. Meu corpo arrepiou e eu sorri parando na frente do veículo.

— São 526 cavalos no motor V8. — Sheppard avisa

— Você é o cara do manual? — pergunto encarando o carro — Eu quero esse.

— Bacana. — Senhor Ninguém sorri — Só que esse já tem dono.

— Não tem mais. — dou uns tapinhas no capô

— Eu acho que o dono dele não está disposto a perdê-lo. — Ninguém se aproxima de mim — Mas acho que posso arrumar um similar pra você.

— Se fizer isso por mim, vai me deixar mal acostumada. — o olho

— Você vale a pena. — sorri — Agora escolhe outro desse lado.

Encarei a fileira de carros, reconhecendo todos que estavam ao meu dispor. Era um Mitsubishi Lancer Evolution vermelho escuro, um Mazda RX-8 cinza, Nissan Silvia S15 prata, um Ford Mustang 1960 preto fosco que quase me deixou de pernas bambas, um Maverick, um Camaro SS 1968, um Plymouth Barracuda e um Buick Grand National 1982.
Que decisão difícil.

Redenção - Jakob TorettoWhere stories live. Discover now