CAPÍTULO 50

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LUCY GONZALEZ

Segurando o crucifixo do Jakob na mão, eu suspirei enquanto o observava. Ele permanecia imóvel, não apresentava melhora em seu quadro de saúde, estava realmente mal e passeando na linha tênue entre a vida e a morte. Eu me sentia totalmente derrotada. É como se durante todos esses anos a minha força viesse dele. O fato de ele respirar me deixa pronta pra enfrentar o que for no mundo, mas agora essa força virou fraqueza. Jakob é a minha kriptonita.

— Eu sei que eu tenho que levantar daqui. — murmurei abaixando a cabeça e encarando minhas mãos

Minhas unhas estavam machucadas. Todas elas foram roídas até a carne e estavam feridas, com marca de sangue seco. Meu cabelo não via um pente há alguns dias, eu estava me entupindo de cafeína. Aquela não era eu. Eu estava afundando no luto de ter perdido a minha avó, a única mãe que eu conheci e agora esse sentimento se mescla ao medo de perder o homem da minha vida. O homem que me fez esperar anos para ser feliz de novo.

— Eu não posso mais fingir que dou conta de tudo sozinha. — murmurei de novo — Você diz que eu sou forte, mas eu não sou, Jakob. — o encarei com os olhos cheios de lágrimas — Você é forte. Você me protegeu durante todos esses anos.

Sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto e aperto o crucifixo na minha mão, até machucar. O peso sentimental desse objeto é surreal. O lugar dele não é na minha mão e nem comigo, é no pescoço dele. Jakob é o dono.

— Então se você quer que eu resista a isso, levanta daí. — o encaro — Lute pela sua vida. Levante e proteja a mim e aos nossos filhos. — seguro sua mão — Porque sozinha eu não consigo.

Abaixo minha cabeça e encosto minha testa em sua mão, ouvindo os soluços do meu choro e os apitos da máquina que indica que ele ainda está respirando com a ajuda do oxigênio extra.

Suada, sinto a mão de Jakob passeando pelas minhas costas nuas, enquanto eu estou deitada sobre seu coração. Ele está agitado, mas tem um sorriso besta no rosto enquanto encara as estrelas apagadas coladas no teto do meu quarto.

— Vai mesmo se casar comigo, no final do ano? — ele perguntou

— Eu me casaria agora, se pudesse. — ri fraco — Mas é melhor esperar meus dezoito anos.

— Leda vai nos matar.

— Sabe o que eu acho? — ergui a cabeça e o encarei, fazendo-o me olhar de volta — Eu acho que ela sabe de tudo.

Jakob franze o cenho.

— Eu ainda estou vivo, então é claro que ela não sabe de tudo.

— Nah. — faço careta — Eu sinto que ela sabe. Ela sabe que eu saio escondido, sabe que estou com você. Na real, eu acho que todo mundo sabe.

— Você disse alguma coisa pra Mia?

— Não, mas sua irmã é quase uma agente do FBI. — reviro os olhos — Não há nada que ela não descubra.

Jakob sorri e faz carinho no meu rosto.

— O que foi? — pergunto

— Estou apenas te admirando. — ele diz sorrindo — E pensando no dia em que você será a senhora Toretto.

— Nossa, como você é brega, Jakob. — eu ri

— Só com você. — me dá um selinho

— Acho que o Vince tem que ser nosso padrinho de casamento. — comento — Ele sempre disse que a gente ia acabar se casando.

— Definitivamente. — ele ri — Eu queria que o Buddy te levasse no altar.

Redenção - Jakob TorettoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant