Redenção - Jakob Toretto

CAPÍTULO 08

LUCY GONZALEZ

Desci do Skyline de Brian e suspirei pesado. O meu couro cabeludo estava pinicando embaixo daquela peruca ruiva ridícula, meu corpo estava todo amarrado numa roupa curta e sensual e o meu humor não estava dos melhores.

— Meu bem, aceita uma bebida? — Brian sorriu implicante ao apoiar a mão na curvatura da minha bunda

— Desce mais essa mão e eu juro que jogo água quente no seu ouvido quando você estiver dormindo. — ameaço sorrindo, arrumando a gola de sua camisa

— Uh, eu tenho uma namorada raivosa. — ele diz rindo

— Que nojo. — faço careta olhando em volta — O Campos está ali em cima, fazendo tacadas de golfe. — digo disfarçando e ele olha na direção que eu aviso

— Ele tem bons guarda-costas. — murmura

Observo o local à nossa volta e franzo o cenho quando um rosto me parece familiar. É uma mulher alta, magra e esbelta. Apesar de seu rosto ser muito familiar para mim, eu não tenho certeza de onde a conheço. Minha mente me faz pensar sobre algo na época em que entrei para a equipe de jovens agentes do Tanner, mas nada me parece muito certo. De qualquer forma, fico em alerta.

— Aí! — ouço um babaca rodeado por três mulheres chamar e percebo que Brian ficou muito tempo encarando — Tá olhando o quê, mané?

— Eu não sei. — Brian responde — Me diz você.

— Brian. — murmuro em alerta

— Ah, você tá querendo o que o Dwight tem. — ele ri — É o seguinte, gatas, Dwight já está na equipe, porque é preciso ser rápido pra correr pro Braga.

Reviro os olhos.

— Algum problema aqui? — a mulher que eu acho que conheço se aproxima de nós, fazendo o tal Dwight se calar

— Não. — Dwight responde

Seguro o riso escondendo o rosto no ombro do Brian.

— Você é um dos caras do Park? — a mulher olha para Brian

— Eu sou. — ele responde — Essa aqui é minha namorada.

— Hum. — ela estreita os olhos nos olhando — Vem comigo.

Brian segura minha mão e, juntos, caminhamos seguindo a mulher e seus guarda-costas. O lugar está cheio, parece um racha convencional, mas o ronco pesado de um motor chama minha atenção.

— Merda. — ouço Brian murmurar

— É claro que ele não deixaria isso passar.

Com seu carro envenenado, Dominic chegou no racha com sua melhor pose de macho alfa. Eu senti um arrepio de alerta atravessar o meu corpo e apertei a mão de Brian com força. Será que o Dom já sabe quem fez a ponte entre Letty e Braga?

— A princesa fica. — a mulher se vira ao parar perto da escada que dá acesso ao local em que Campos está — Tenho certeza de que ela encontrará um jeito de se divertir enquanto te espera.

Brian me olha e eu aceno com a cabeça.

— Te vejo depois. — me dá um selinho

Preciso me controlar pra não vomitar na cara dele.

Eu solto a mão de Brian e decido então dar uma volta e fazer reconhecimento do local. Eu vejo mulheres se exibindo, homens se exibindo, pessoas enchendo a cara. Houve um tempo em que eu gostaria de estar aqui. Jakob correndo com os babacas, eu correndo com os misóginos. Foi assim que seguimos nossas vidas nos nossos dois anos de paz, sem Dominic. Eu sei que ele me disse que depois de nos casarmos, ele queria trabalhar com o Buddy e sair dessa vida, mas acho que sempre daríamos uma escapada pra correr, quando a saudade do asfalto viesse. Seria uma boa vida. Difícil, mas boa.