CAPÍTULO 17

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BRIAN O'CONNER

Era bom estar ao lado de Lucy, apesar das circunstâncias. Quando a noite caiu e nós cercamos o local onde a Interpol armou uma emboscada para o Shaw, enquanto todos estavam com os olhos atentos no que acontecia lá embaixo, eu tinha os olhos atentos nela.
Quando Owen Shaw apareceu e estacionou seu carro modificado rebaixado, eu vi Lucy tremer e fechar a cara. A coisa parecia pessoal para ela, mas eu não conseguia entender o motivo.

— Você está bem? — murmuro

— Estou. — ela disfarça — É o fuso.

— Qual é, não mente pra mim. — insisto sem chamar a atenção dos outros — Você conhece esse Shaw?

Ela respira fundo e cruza os braços, ainda encarando a emboscada lá embaixo.

— Eu vou encarar isso como um sim. — murmuro

— O'Conner, eu sei que você perdeu o jeito, então deixa eu refrescar a sua memória. — me olha — Quando estamos de tocaia, conversar sobre aleatoriedades não é o ideal.

Acabo sorrindo para ela.

— Eu sei, mas você não é mais minha superiora. — ergo uma sobrancelha — Estamos aqui como iguais, então eu não preciso obedecer você.

— Já que somos iguais, então eu vou, finalmente, poder te dar a surra que vivo te prometendo há anos, né?

— Pode. — dou de ombros — Eu já percebi que bater é um ato de amor pra você. Então você vai ter que aceitar quando eu chutar você também.

Eu conheço Lucy há anos e sei quando ela está realmente chateada e quando só está fingindo estar. Agora, por exemplo, ao me ouvir, ela vira pra frente de novo, segurando o riso.

— Pode até me dar uns chutes, mas será a última vez que terá pernas. — rebate

— Que seja. — dou de ombros — Mas ainda ganho de você no Monopoly.

Cruzo os braços e viro para frente, sabendo que ela virou o rosto para me encarar agora.

— Tá falando das vezes em que você roubou?

Ela e eu costumávamos jogar jogos de tabuleiro no bar do Larry, quando eu já estava de saco cheio de perder pra ela na sinuca. A sinuca é o território dela e os tabuleiros são os meus.

— Eu nunca roubei. — a olho de relance

— Roubou sim. — insiste — Você caiu na minha propriedade, devia ser preso.

— Lu, não é assim que se joga. — franzo o cenho

— Eu não sigo as regras, apenas crio elas. — dá de ombros

— Isso não faz sentido nenhum.

— Se eu digo que faz, então faz.

— Aí, Hobbs! — Tej diz — Mandaram seu saco de pancadas entrar.

— Ótimo. — Hobbs murmura

— Por que não estamos lá embaixo com eles? — Gisele pergunta

— Não fomos convidados. — Lucy responde

Ficamos alguns minutos em silêncio, Tej conectado na frequência da Interpol e sabendo tudo o que estava acontecendo lá.

— Quero pedir desculpas pra ela, quando tudo se resolver. — murmuro e Lucy me olha — Pra Letty. Fui eu que coloquei ela nisso.

— E foi ela quem pediu por isso. — Lucy murmura — Ninguém deve desculpas pra ninguém aqui, Brian. Owen é o culpado.

— Owen? — estreito os olhos

Redenção - Jakob TorettoWhere stories live. Discover now