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Você sabe como me enlouquecer...

Ella

Afundo meus dedos em seu cabelo, puxando-o para perto de mim. Estamos nos interagindo com olhares e sorrisos, enquanto enrolamos para qualquer coisa. Me arrepio quando ele beija meu pescoço. É bom essa sensação. Afasto Nickolas, preciso de ar. Toco levemente seus lábios. Ele me olha de um jeito embriagado. Derepente, ele quer me beijar.

— Sabe que... Eu gosto dos seus olhos — falo baixinho. Nickolas me olha enquanto eu aperto seu cabelo, na tentativa de aproximá-lo. Está quentinho aqui no edredom. E ele por cima, está me deixando ofegante.

— E eu gosto que você gosta dos meus olhos. — Ele ri e eu também. Sinto sua mão por baixo da minha saia. Respiro fundo. — Linda. — Sua voz é calma. Ele volta a por seu rosto em meu pescoço. Meu corpo pulsa, quando sua mão aperta minha bunda.

— Nickolas... — Ele para o que está fazendo e me olha. — A gente vai fazer isso?

Me assusto com algo em minha cintura. Passo a mão nos olhos e me espreguiço. Sonho esquisito. Abro os olhos vendo de cara um abajur preto. É... mas o meu é rosa. Paredes cinzas e super quadradas. Eu não tenho essa poltrona robusta assim. Tiro o braço de Teddy da minha cintura — que braço pesado —, sento na cama, amarro meu cabelo em um coque e me espreguiço outra vez.

Janelas grandes, saco de pancada, móveis todos alinhados, letreiro escrito Sad and Lonely, cobertor negro, um perfume diferente. Que lugar estranho... Esse não é o meu quarto. Sinto minha alma voltar para o corpo e meus sentidos também. Viro meu pescoço para meu lado direito. Meu  Deus. Me desequilibro e caio no chão. Ai minha coluna.

Não. O relógio da cabeceira marca quase nove horas. Como eu dormir aqui? Na cama dele, compartilhando o mesmo edredom, e com ele. Saio daqui e entro na primeira porta que encontro. Tranco a porta e continuo com as mãos nela. Fecho os olhos. Não era para ter dormido aqui. Eu estava semimorta ontem, nem vi quando peguei no sono. Ah, mas que coisa.

Abro os olhos. Estou no banheiro dele. Caminho até a pia, encho minhas mãos unidas com água e jogo no meu rosto. Isso não está certo. Dormir aqui não está certo. Sonhar com ele não está certo.

— Ella, o que está acontecendo? — falo para o meu reflexo de bruxa no espelho. Você está louca.

Recosto minha coluna dolorida na pia, inclino minha cabeça para trás, fecho os olhos e respiro um pouco. Algumas coisas da minha cabeça, tortura meu coração. Elas vem em forma de aspiral e com nuvens, não sei o que significa essas imagens. Não tem transparência e nem cor, eu só estou sentindo elas. Estão me castigando.

Abro a porta depois do meu cérebro forçá-las a não fazer isso. Foi a contragosto. Visualizo Nickolas lá longe, está sem camiseta. Ai meu Deus. Não sei se chego lá e pego meu casaco que está debaixo de sua cabeça — não sei como foi parar lá —, ou esqueço que um dia tive este casaco. Comprometo nossa distância e me atrevo a tirar sem fazer qualquer movimento perigoso e acordá-lo. Nickolas é pesado, minha força está sendo quase inexistente. Ah, agora não sei como pegar.

Sem querer, minhas pupilas analisam seu peito subir e descer com sua respiração paciente. Olho seu peito coberto por tatuagens feias. Seu lado esquerdo, tem uma de coração partido e uma data. Deve significar alguma coisa. Examino minuciosamente seus traços, como é lindo. Mas eu nunca vou falar isso pra ele, isso te deixaria exibido.

Aqui passando meu dedo em seus cílios, lembro de ontem, como estava e como teve até febre emocional. Estava triste, e eu não tenho dúvida de que essa sua reação foi devido as suas emoções. Ainda não sei quem te deixou neste estado, mas eu entendi que essa pessoa foi importante pra ele. Será uma namorada? Mas eu lembro que ele me disse que não namora, então devera ser outro alguém. Não tenho pressa ou curiosidade em saber quem, mas eu posso ficar do lado dele enquanto ameniza.

Uma Única VerdadeWhere stories live. Discover now