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Você é o tipo errado de
garoto.

Ella

Chego em casa e me tranco no quarto. Dez segundos de respiração, não será capaz de resolver a guerra que está dentro da minha cabeça. Estou muito tensa. Minha cabeça parece que quer explodir de tanta dor.

Agora o Caian quer ficar aqui em meus pensamentos, esse menino parece que tem o controle. Argh! Era só esquecer ele, e tudo estaria certo. Mas nem tudo, ainda tem aquela maldita escola. Hoje aconteceu tudo o que estava previsto para todo o resto do ano e para o início do outro.

Pelo o meu mau humor e sem assunto de como cheguei, e também pela forma violenta como subir as escadas, meu pai bate na porta com força, e ele está com a sua voz um pouco destemperada. Meu pai deve estar achando que me matei aqui, mas eu não teria coragem pra isso. Eu só sou uma pessoa com os nervos saltando de dentro da alma, e que com: não vou  conversar com você.... vou te deixar em paz... vou sair da sua vida. Tudo se resolveria.

Ele insiste lá fora. Não quero falar com ele, não agora. Papai irá me fazer um monte de perguntas, e eu não tenho nenhuma respostas para dar. Só preciso de mais um tempinho para respirar.

— Ella! Abre agora — me chamou pelo meu nome, a coisa é séria.

Me levanto da cama e vou até lá. Abro a porta e volto a deitar.

— Que jeito é este de entrar em casa, e não falar nada com seus pais? — sua voz é firme.

— Eu não quero falar com ninguém — minha voz sai abafada, devido ao travesseiro em meu rosto.

— Isso eu já percebi, a um lance de escada a baixo. — Ele retira o travesseiro. — Eu quero que você se levanta e olhe pra mim.

Faço desdém de suas palavras, e continuo na mesma posição.

— Ella...

— Fala.

— Eu quero que você me fale o que está acontecendo. — Ele senta no canto da cama, cruzando os braços. Me encara sério.

— Eu só quero ficar sozinha! Ou eu não posso? Por que se eu não posso, você fala logo meu amor. Não tenho tempo pra ficar de conversinhas. — Meu tom é alto.

— É assim que vai falar comigo? Neste tom? — ele sai da cama.

Me arrependo imediatamente.

— Desculpa, papai. Vem aqui. — O olho.

Estou elétrica pelo que está acontecendo de sábado até hoje. Não é culpa do meu pai, pelas minhas frustrações. Ele só está querendo saber o motivo, e tratar ele assim está sendo ridículo da minha parte.

Ele me olha com um olhar vago. Pela sua expressão, parece que ficou magoado pelo meu jeito. Ah, poxa! Eu só não estou no meu dia. O garoto que eu gosto terminou comigo, e agora tem pessoas na escola pegando no meu pé. E pra completar, a tpm está vindo com sintomas que estão me deixando irritada e triste.

Ele está parado me olhando. Já sei o que ele quer. Saio da cama e o abraço apertado, ele retribui.

— Me desculpa papai. — Levanto meu olhar e ele sorri. Continuo abraçada, e ele beija minha cabeça.

Sento na cama e ele faz o mesmo.

— O que está te deixando assim? — Pega em minhas mãos acariciando-as.

— Eu só estou nervosa ultimamente.

— Isso não é novidade. Mas hoje você falou alto comigo, eu nunca te vi assim, tão... nervosa. Você sempre foi assim, mas tinha seu limite.

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