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Sua respiração me
irrita.

Ella

Vou fingir que nem ouvir isso. Não quero me estressar no meu primeiro dia nesta escola. Pessoas assim, eu prefiro manter distância.

Saio deste corredor desagradável, e sigo em um novo. Acho que aqui é composto por corredores. Lembro do que ia fazer, abro novamente minha mochila, e procuro pelo o papel. Agora terei matemática.

Não demora muito e encontro a sala. Tem poucas pessoas, e alguns deles olham para mim. Peço licença ao professor, entro, e me sento em uma carteira mais ao fundo. Aqui todas as mesas são conjugadas com outra.

Organizo meus materiais.

O professor vem até mim e me faz várias perguntas. Respondo todas, e ele sai.

(...)

O sinal para o almoço é tocado. Sinto um vazio enorme em mim, a fome está sendo uma prioridade agora.

Enquanto andava até chegar na lanchonete, encontrei uma biblioteca aberta. O tamanho dela chama minha atenção, e eu entro. É muito linda, tem livros a bessa. Rondo ainda mais meus olhos, e vejo muitas placas onde dizem pra ficar em silêncio.

Me esbarro em uma caixa grande com algumas coisas, fazendo tudo o que tinha dentro cair. Todos os olhares voltam pra mim, e eles são de repreensão. Se tem regra de silêncio, então acabei de quebrar.

Me agacho e começo a recolher. Vejo um par de tênis preto em minha frente, ergo meus olhos para olhar. É um rapaz de cabelo castanho. Ele se abaixa ficando quase da minha altura.

— Eu te ajudo — sua voz é doce, e sai em um sussurro.

Não falo nada, apenas deixo ele me ajudar.

— Você tem sorte que a senhora Vallinsk não está aqui. Se ela escuta isso, você certamente teria uma punição por isso. — Encurva seus lábios em um pequeno sorriso.

— Nossa! — Franzo o cenho.

— Brincadeira. — Ri. — Mas ela não gosta de barulho em sua biblioteca.

— Todas estas placas mostram isto. — Aponto.

— E parece que você não leu. — Fecho o meu semblante e ele volta a recolher as coisas. — É só isso. — Nos levantamos e deixamos a caixa na mesa. — Eu sou o Constant. E você quem é? — Me entrega sua mão direita, esperando que eu aperte.

— Thompson. — Sorrio, apertando sua mão — E... obrigada pela ajuda — falo baixo.

— É o meu trabalho, ajudar quem deixa coisas caírem. Sou pago pra isso.

— Sério?

— Não. — Passa por mim e chega na porta. — Mas estou com fome. Você está? — Sai por ela.

— Eu estou, e com muita. — Saio também.

— Você tem um nome além de Thompson, não tem? — Ele anda ao meu lado.

— Ella.

— Hum... — Coloca as mãos nos bolsos. — Bonito nome, combina com você. — Olha pra mim.

— E o seu?

— Benjamin Constant Hernandez, sempre me canso em pronunciar. — Ele ri.

— Hoje você foi o primeiro a falar comigo.

Além daquele que xingou o meu lenço. Diferente dele, o Benjamin parece ser gentil.

— Então essa honra foi minha?

Uma Única VerdadeWhere stories live. Discover now