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Aceitar as vezes não é bom...

Ella

Minha amiga me abandonou no momento em que eu mais precisei. Além de ter ficado sozinha no bar, eu ainda tive que lidar com o marginal que me perseguiu e me prendeu no banheiro.

— Até quando vai ficar com esse drama?

Sua voz nenhum pouco aveludada ecoa no cômodo.

— Você me deixou sozinha. — Afundo o travesseiro em meu rosto.

— Não sei porque está reclamando. Você mesma disse que ele é lindo, tem um cabelo que nunca viu um pente na vida, tatuagens por toda parte, e um corpo que ui que delícia.

Tiro o travesseiro do meu rosto e o olho.

— Eu não disse isto.

— Mas o lado mais oculto da minha imaginação, não teve preguiça de progetá-lo.

— Credo!

— O que foi senhora certinha? Não foi você que disse que sentiu a coisa dele?

Não vou dizer que não sentir, o... é... o negócio lá dele. Ele me apertou muito forte, tão forte que senti um pouco de sua ereção. E com certeza foi de propósito, aquele lá não tem só a cara de safado.

— Sim, isso eu disse. Mas eu também disse que o empurrei, não quis que aquilo me incomodasse por mais de um minuto. — Sento na cama.

— Então deve ser grande pra você ter se incomodado.

Seu olhar malicioso não deixa de existir. Não posso dizer nada a Margô, que ela já leva para o lado maldoso. Mas mesmo assim, eu continuo dizendo tudo a ela.

— Safada! — falo, e ela solta uma risada.

Repentinamente, meu peito se enche de um sentimento invasor. É uma sensação de vazio, uma dorzinha que incomoda. O qual está me deixando estranha, e uma vontade louca de por pra fora o que está causando isso. Nem preciso recorrer a outros motivos, para ter a certeza de que o autor disso é o Caian.

Volto a me deitar e abraço meu corpo. Confesso que estou sentindo a falta dele agora. O efeito do término está agindo agora em mim. É ruim ter que se desligar de uma pessoa, que um dia foi o motivo de muitas coisas legais

— Ella...

Margô me balança querendo que eu vire pra te olhar, mas continuo imóvel.

— Está brava ainda?

— Não é isso. — Rasto minha voz desanimada.

— É o que então?

Viro meu corpo para o lado que Margô está, e seu olhar confuso me questiona.

— Estou com saudade do Caian.

Suas íris castanho não é difícil de decifrar. Ela me olha com indignação, como se o que eu disse era pra manter a sete chaves.

— Você com certeza não está bem. — Seus olhos indignados ainda me observam.

— Eu estou falando sério.

— Você me disse que já tinha superado, e que o que teve com ele foi só um mal entendido.

Não foi isso, teve muita coisa. Eu achei que tinha superado, e que ele foi só um sonho que tive, e que quando acordei eu não me lembrava mais. Mas agora do nada, eu sei que um beliscão não irá me trazer a realidade, porque a realidade nunca foi um sonho.

Uma Única VerdadeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora