|Capítulo 59|

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Rustan Abromowitz

Era um campo minado. Atrás de nós, vindo exatamente para nossa direção, centenas de soldados soviéticos em comboios. Tudo a nossa frente tinha soldados espalhados com suas armas, prontos para atirar em qualquer movimento suspeita. Não teria como fugir para os lados, o único caminho será para frente, pois era lá o chekingpoint americano, a nossa saída.

Uma eternidade havia se passado desde o momento em que Beike se feriu até o início de nossa fuga, não estava mais saindo no horário desejado, todavia continuávamos minutos a frente dos militares. Era agora ou nunca.

Na calada da noite, quatro fugitivos passavam sorrateiramente por entre os escombros no chão, escondendo-se nas sombras, fundindo nas paredes ao se aproximarem de soldados nas ruas. O ritmo era lento, preciso. Beike dividia o peso em Johannes, mas outras vezes revezava entre eu e Leah; ela ainda fazia  expressões de dor, o pulso mais acelerado, mas ela conseguia manter os passos sem oscilar. Deve ser por causa das altas medicações que Kira lhe proporcionou: remédios mais fortes e doses mais altas para aguentar a pressão e esforço. Isso pode sobrecarregá-lo, porém, Beike implorou por isso — de todas as nossas preocupações na nossa lista, agora tinha mais essa para acrescentar.

Beike pode desmaiar a qualquer momento, sendo por causa da ferida ou também pelos remédios, contudo, se sua pulsação subir, ela terá certamente um ataque cardíaco. E vendo o seu estado, eu forço o ritmo ser menor e menos puxado para todos — Leah não é um soldado treinado para força intensa, ela também já mostrava sinais de fadiga.

O primeiro ponto para qual devemos ir é até onde Alexander escondeu o jeep, para ir de lá até o segundo ponto, no qual nos encontraremos com Ted e teremos o rádio para nos infiltrar nas estratégias do exército e saber cada posição inimiga — daqueles que um dia foram os meus companheiros. Chegando no local dois será onde a verdadeira fuga começará, pois assim que eu avisar ao Alexander que cheguei, através de um código que criamos no início da manhã, onde nós reunimos pela última vez, todos os outros soldados saberão nossa posição. Todos virão para cima de nós como urubus em cima de carniça.

Seremos alvo fácil, mas não há mais tempo para recuar. O jeep, pelo o que Alexander havia me informado, ele deixaria alguns metros — talvez até quilômetros — a frente, na mesma rua do prédio, escondido dentro de um prédio que a porta desabou. Disse que ali era o início da transição casas e centro urbano. Um letreiro enorme, sem mais as luzes incandescentes, estava pendurado, quase desabando no chão, capaz de abrir uma cratera pelo peso.

A pouca luz da lua que vinha dentre as nuvens no céu era mais do que o suficiente para nos deixar invisíveis aos olhos dos outros. Apesar das circunstâncias, conseguimos chegar rápido até o prédio, agora só teríamos que descobrir onde foi que Alexander pôs o veículo. No entanto, quando íamos passar pela porta do prédio, dois soldados desnorteados saem da porta: eram os que havíamos feridos, o terceiro jaz morto. Eu recuo os passos e me abaixo para ficar fora da visão deles, Leah e os outros fazem o mesmo.

O que eu havia atirado na perna — e impedido de Johannes matar a ambos — se apoiava no ombro de seu companheiro. Eles pareciam inofensivos da forma que eu os olhava, contudo eu sabia do que eles eram capazes de fazer e, ainda que feridos, poderiam atirar em nós, a fim de nós matar. Não por estarmos em vantagem ou mais fortes, porém por causa dos ensinamentos ensinados a não terem piedade de nenhum ser que respira. Existe excessões, eu sou uma delas.

Soldados bem treinados seguem o lema até o fim, bons soldados trilha seu próprio caminho no fim. Sendo traidor ou não, rebelde ou ousado, nada iria me parar.

Amor a Toda ProvaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu