Capítulo 36 - A viagem

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Dom estava com os pensamentos longe, mesmo ali sentado na mesa para o café da manhã cheio de outras pessoas, ele não conseguia prestar a atenção em nada, sentia muito a falta de Jenni, aquele lugar era muito barulhento, todo mundo falava o tempo todo, queria ver Jenni, as ligações que fazia todas as noites não estavam dando conta da saudade que sentia, seu coração parecia oco sem a presença dela, queria muito sentir seu cheiro, seu calor, ah céus, pensar nela o deixava ainda mais inquieto. Se levantou de forma brusca e saiu, precisava de silencio, foi para o jardim, quando estava preste a sentar em um banco sozinho viu Adam, seu sogro estava lá, deu meio volta, mas antes que pudesse dar o primeiro passo ouviu a voz dele.

- OI Dom.

- OI senhor, sinto muito, não queria atrapalhar, já estou indo.

- La dentro é muito barulhento não concorda? Aliás, pode me chamar só de Adam, senhor é muito formal e agora você é da família.

- Obrigado senh... quer dizer, obrigado Adam.

- Você sente a falta dela, não é?

- Muito, já estou ficando louco aqui sem ela.

- Sei bem o que você está passando, mas filho, ela vai voltar logo, e quando tudo isso acabar, vocês vão viver felizes em algum canto.

- Obrigado Adam. Essa espera está me matando. Preciso fazer algo, se não vou enlouquecer.

- Sinto muito Dom, nunca quis que as cosias saíssem dessa maneira.

- Não é culpa sua.

- É sim, eu sei, minha consciência me mata cada dia um pouco mais, mas antes que tudo acabe vou consertar tudo.

- Eu sei que vai senhor.

- Vou voltar la pra dentro, vou deixa-lo sozinho. Ela está bem Dom, e logo estará aqui com você.

- Obrigado.

Adam virou as costas e saiu.

Quando Dom achou que finalmente iria ficar em paz ouviu a voz de seu irmão o chamando, ele estava nervoso.

- Dom, Dom, cadê você?

Dem praguejou baixinho.

- Merda.

- Aqui, Demian estou aqui.

- Ate que enfim, te procurei pela casa toda.

- O que aconteceu?

- Nossa mãe.

- O que aconteceu com ela Demian? Fale logo.

- Nosso pai a está mantendo prisioneira.

- Como você sabe?

- Ela ligou, na verdade ela só falou oi, foi ele quem mandou a mensagem.

- Que mensagem?

- Ele falou que se nós dois não nos entregarmos ele vai matá-la.

- Ele não seria capaz, seria?

Dom, antigamente eu diria que não, que nosso pai amava nossa mãe, mas depois de tudo o que já aconteceu, não duvido de mais nada.

- Sabe que é uma armadilha, não é?

- Eu sei Dom, mas que escolha temos? Não posso deixar nossa mãe com ele, nossa mãe não tem culpa da loucura do nosso pai.

- Eu sei Dem, eu sei. E o que faremos?

- Vamos ter que voltar.

- Ok, iremos voltar, mas somente eu e você, Dayana não precisa passar por isso.

- Concordo.

- Vamos nos preparar.

Dom e Demian, entraram na casa correndo, não podiam perder tempo. Arrumaram tudo o que precisavam, colocaram no carro, estavam prestes a sair quando Dayana os encontrou.

- Onde vocês pensam que vão sem mim?

- Day, por favor, não temos tempo.

- Ah vocês têm sim, anda me falem.

- É nossa mãe, ela é prisioneira do nosso pai, ele nos quer em troca dela.

- O que? Aquele lunático, eu vou junto.

- Day por favor, ele não pode pegar nos três, precisamos de você aqui, caso não voltemos em 5 dias, você será nossa única salvação. E tem outra coisa, não podemos sair para uma batalha com você, não vamos conseguir nos concentrar.

- Você acha que sou fraca?

- Não, eu não disse isso, e você já me provou que é mais letal do que imaginávamos.

Alguma dias depois que Dayana tinha chegado com seu irmão, Dom estava andando pela floresta sozinho, quando ouviu vozes, quando chegou perto teve a visão mais assustadora e impressionante. Havia uma clareira, estava Vânia, alguns lacaios e Dayana, Vânia e os outros estava com uma espada em posição de batalha e Dayana, estava desarmada e vendada, quando todos atacaram, Dom ficou paralisado, Dayana se esquivou de todos os golpes e ainda conseguiu desarmar Vânia e os outros, tudo isso vendada, como aquilo era possível, lembrou Dom de ter perguntado, Dayana por sua vez respondeu que desde muito pequena se escondia para ver o treinamento dos recrutas e depois os repetia em seu quarto, e depois de tantos anos, ela tinha se transformado em uma guerreira formidável.

- Day, eu sei que você é capaz, mas não podemos arriscar, se formos capturados você tem que nos salvar.

- Mas Dom.

- Por favor? Preciso de você aqui, e também quero que se acaso aconteça alguma coisa comigo, você tem que avisar a Jenni.

- Você não vai contar pra ela que está partindo?

- Não posso, ela já está sofrendo muita pressão, e está o tempo todo preocupada comigo, se ela souber que estou indo para casa salvar nossa mãe, ela vai surtar.

- Ok Dom, eu ficarei, mas se em 5 dias vocês não derem nenhum sinal de vida, eu vou atrás.

- Não espero menos que isso. Obrigado irmãzinha.

- Se cuidem, vocês dois.

Dom e Demian abraçaram sua pequena irmã e partiram, não antes de Demian dar um longo olhar para Vânia, dizendo muito mais com seus olhos do que quaisquer palavras que estivesse pensando em falar.

Depois de várias horas de voo e uma longa caminhada, ou melhor, corrida pela floresta, os dois chegaram até sua antiga casa. Não tiveram muito tempo para agir, quando estavam posicionados no limite da floresta, Dom sentiu uma pequena picada em seu pescoço, levou sua mão e sentiu algo, puxou desprendendo de seu pescoço um dardo, farejou, era tranquilizante, sua visão ficou nublada.

- Demian.

Não conseguiu terminar, sua mente foi tomando por uma escuridão, e os dois caíram inconsciente.

Quando acordou Dom teve certeza de duas coisas, uma: seu pai era um psicopata e estava muito bem preparado para a chegada deles e a segunda era que estavam totalmente ferrados.

FugitivosWhere stories live. Discover now