Capítulo 29 - Adam - O deus dos elementos

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Sentado no chão de sua cela, Adam pensava no passado, especialmente na noite que seu irmão acabou com sua vida despertando a irá de seu pai contra ele, sua esposa e filha. Jamais perdoaria Kauss, ele por puro ciúme tinha destruído tudo o que ele mais amava.

Adam lembrou da época que tinha sido feliz com sua amada Clair e sua pequena filha Jennica. Fazia anos que ele tinha desistido da vida, esperava ansioso o dia que seu irmão acabaria com sua vida, mas quando sentiu a presença de sua filha perto, um pontinho de esperança brotou em seu coração, ele lembrava nitidamente da última vez que havia sentido a presença dela, na noite que tudo acabou para ele, até então ele não sabia o que tinha acontecido com sua família, afinal as duas haviam desaparecido e ele tinha sido capturado. Mas a alguns anos ele soubera que sua amada esposa tinha falecido, o mundo dos humanos tinha acabado com ela, viver como um humano a deixou fraca e ela sucumbiu as enfermidades humanas, Clair o visitou no mundo dos sonhos e lhe contou o que lhe havia acontecido e lhe pediu para cuidar de Jennica, mas como ele iria acha-la se ele não podia sair daquela prisão? Mesmo ele sendo um deus, as coisas não eram simples, fora que o mundo dos humanos era imenso, onde ele iria encontrá-la? Então ele a sentiu, aquela energia era conhecida, teve que suprimir sua alegria quando seu irmão veio até sua cela, sabia que ele iria procura-la. Na noite que ela chegou em Budapeste ele sonhou com ela, ela estava em perigo, maldito Kauss, porque não a deixava em paz?

- Olá irmãozinho. Dormiu bem?

Kauss olhou Adam pelas grades da prisão, sentiu nojo de olhar para seu irmão, ele estava sujo, cansado, faminto, mas o brilho que tinha se apagado de seus olhos ameaçava voltar.

- Vejo que seu humor está muito melhor hoje. Só vim te avisar que irei visitar sua prole imunda em breve, quer que eu lhe diga algo?

- Kauss seu maldito, você já teve sua vingança, eu estou preso, Clair morreu, o que mais você quer? Deixe Jennica em paz.

- Ah não irmãozinho, ainda não tive minha vingança completa, isso só irá acontecer quando eu ver a dor em seus olhos depois que a vida deixar o corpo de sua amada filha, ai quando seu espirito estiver quebrado, somente nesse momento terei minha vingança, e então o matarei.

- Fique longe da minha filha, senão eu vou...

- Vai o que? Você mal consegue ficar de pé, vai fazer o que? Em breve terei minha vingança, só fique sentadinho ai e aproveite a vista.

- Seu maldito. Porque? Porque Kauss você fez tudo isso? O que nós dois fizemos para você? Eu não tive culpa de me apaixonar pela Clair e ela por mim.

- Não teve? Como ousa falar nesse tom comigo? Você é culpado por tudo, pela morte de Clair, pela sua prisão e em breve pela morte de Jennica. Se não fosse você eu estaria feliz com a Clair, nós dois estávamos felizes antes de você resolver aparecer e acabar com tudo. Ela estava perto de me amar, mas não, o maravilhoso Adam tinha que colocar esse nariz imundo aonde não tinha sido chamado. Ouça bem Adam, você matou Clair e agora vai matar a Jennica, e só nesse momento eu serei culpado, mas culpado pela sua morte.

Kauss estava em fúria plena, sua voz saiu alta quase um grito, a raiva fazia seus olhos ficarem vermelhos.

- Clair me amou como jamais amaria você, eu não fiz nada, você foi responsável por tudo, não me culpe irmão pelo seu ciúmes e sua inveja.

- Ciúmes? Inveja? Adam, Adam, Adam... Você não perde por esperar.

Kauss saiu deixando Adam novamente sozinho no escuro da cela úmida. Adam sabia que tinha que sair daquele lugar o mais rápido possível, se não Kauss iria machucar sua pequena e amada filha, e ele não podia deixar, jamais permitiria que ele chegasse perto dela. Precisava agir. Ele estava fraco não conseguia usar seus poderes do jeito que estava, ele so tinha um pouco de energia teria que usa-la de forma certeira, se não corria o risco de perde sua única chance.

- Guarda! Por favor! Estou com sede, pode me dar um copo de água? Por favor!

- O senhor Kauss proibiu te fornecer qualquer coisa.

- Por favor, é só água.

- Eu...

- Por favor!

- Ok. Mas fique encostado na parede.

- Obrigado.

Quando o guarda chegou com a água, Adam usou todo seu poder para criar uma rajada de vento jogando o guarda contra as grades da cela, o deixando inconsciente. Adam ficou tonto, usou toda a energia que tinha, mas ainda faltava pegar a chave. A chave estava pendurada na parede, Adam tentou usar o vento, nada, então viu a água que o guarda tinha trazido, conseguiu fazer uma estaca de gelo comprida o suficiente para chegar até a parede, torcendo a ponta para formar um gancho, alcançou a chave e antes que perdesse a consciência ou alguém chegasse, ele fugiu, correu sem olhara para trás, ate seu irmão descobrir que ele tinha fugido, ele já estaria longe. Suas pernas estavam bambas, sua garganta seca, sua cabeça doía pelo esforço, mas não podia parar. Antes ele não teria conseguido fugir, não havia motivos, mas agora que sua filha corria perigo, uma força que ele pensava já ter perdido, surgiu e agora ele não podia perder tempo.

Correu até não aguentar mais, quando se deu conta estava na propriedade dos Krane, ele já tinha ouvido falar daquela estranha família de mestiços de lycan com vampiros, ali seu irmão não o procuraria. Resolveu bater na porta, quando abriu, ele olhou nos olhos de Jennica e desmaiou.

FugitivosWhere stories live. Discover now