Capítulo 23 - Reino das Fadas - Budapeste

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Não muito longe da residência da família Krane, havia uma floresta que escondia, não apenas criaturas inimagináveis, mas também a entrada para o reino das fadas. No mundo todo só haviam 3 grandes reinos, e esse era um deles. Sua entrada era escondida por uma floresta enfeitiçada para bloquear a entrada de humanos, assim como a floresta que Dom e Jenni haviam se conhecido. O nome desse reino era Avalon, sua rainha era Maeve das Brumas. Maeve era conhecida como uma rainha benevolente, justa e leal, sua beleza era inigualável, sim, todas as fadas eram lindas, mas a rainha era de uma beleza sem fim, todos a amavam, sempre houve paz em seu reino, os inimigos ela mantinha longe com seus poderes sem se quer ter um rei ao seu lado, não precisava de um, ela havia amado somente uma vez e aquilo tinha sido a muitos anos, ela guardava em seu coração a dor de uma perda. Em uma só noite ela perdeu seu amor, sua irmã e sua amada sobrinha. Não sabia para onde sua irmã tinha fugido, daquela noite só se recordava da fúria de um deus caindo sobre sua família, não sabia ao certo o que sua irmã tinha feito, mas sabia que era algo grande, algo imperdoável da perspectiva de um deus, mas não se importava com o motivo, daria tudo, até seu reino para encontra-la novamente. Aqueles pensamentos vieram em sua cabeça sem ela perceber, porque, depois de tanto tempo ela estava pensando em sua irmã?

Ela se quer tinha se dado ao trabalho de lhe avisar se estava bem, ou onde ficaria, isso era imperdoável, mas algo na atmosfera estava diferente. Havia sentido uma áurea diferente, poderosa entrando naquela região, era até mesmo conhecida, mas não lembrava de ter conhecido o ser capaz de emanar aquele poder. Sabia que seu reino ficava próximo de um clã grande de vampiros e de uma família nada tradicional de mestiços, mas nenhum deles era poderoso o suficiente para fazer com que seus sentidos disparassem daquele jeito, teria que mandar alguém investigar, não seria pega de surpresa novamente, não depois do que aconteceu a sua família, ela era a rainha do terceiro reino das fadas, se aquilo não significasse algo, ela estaria perdida.

- Vossa Majestade, eles estão esperando.

- Sim?

- Oh céus, quanto tempo fiquei divagando?

- Sinto muito, Liz, sobre o que mesmo estamos discutindo?

A rainha sussurrou no ouvido da sua conselheira.

- Sobre o que faremos com os intrusos.

Liz falou tão baixinho que até a própria Maeve teve dificuldade para entender.

- Muito bem. Esses intrusos nos oferecem algum perigo? São de que espécie?

- Não sabemos ainda minha soberana, sabemos apenas que desembarcaram ontem no aeroporto de Budapeste dois seres imortais e foram para a mansão dos Krane.

- E porque isso nos preocupa? Não invadiram nossas terras, nunca tivemos problemas com os Krane, porque dois de seus membros deixaram minha corte tão preocupada?

- Minha senhora, o que nos preocupou foi que o nosso oraculo previu que dois seres distintos chegariam em nossas terras e trariam uma guerra com eles.

- Ok, e como vocês sabem que são esses dois?

- Não sabemos majestade.

Aqueles conselheiros estavam mais perdidos do que um dente de leão no meio de um jardim de girassóis.

- Deixa-me ver se entendi. Vocês estão me perguntando o que fazer sobre dois forasteiros que vocês não sabem quem são, o que são e o que vieram fazer aqui? Eles ao menos entraram em meus domínios?

- Não, minha senhora.

- Isso já é o suficiente, saiam todos, quando tiverem informações precisas conversaremos novamente.

- Sim, minha senhora.

- Estão todos dispensados.

Todos os conselheiros saíram da sala do trono menos Liz, ela era conselheira pessoal de Maeve por muitos anos, desde sua coroação, a muitos séculos antes.

- Minha senhora, está tudo bem?

- Não sei Liz, peça para alguém de nossa confiança investigar esses dois, mas não deixe ninguém do conselho saber. Ontem senti uma presença muito poderosa, preciso saber quem é.

- Agora mesmo majestade.

- Obrigada Liz, pode ir também, vou para meus aposentos.

- Sim, minha senhora.

Maeve subiu para seu quarto, mas não conseguiu descansar, algo estava acontecendo, e era algo grande, não sabia dizer o que era, mas precisava descobrir. Aquele poder que sentiu, era familiar, onde ela já tinha sentindo algo semelhante? Tentou sem sucesso lembrar, mas nada vinha a sua cabeça, a não ser a imagem de sua irmã e sua sobrinha, naquele dia onde sua família acabou. Aquele deus, ela iria encontra-lo e teria sua vingança. Deus da destruição ou não, ele pagaria pelo que tinha feito a sua família. Depois de horas pensando em tudo em vão, finalmente Maeve pegou no sono, e no mundo dos sonhos teve uma revelação.

"Maeve estava na clareira onde tudo tinha acontecido, onde seu amor perdeu a vida e sua irmã e sobrinha sofreram a ira de um deus. Olhou em volta, não tinha ninguém, estava amanhecendo, uma nevoa cobria o solo, ao longe ouvia o som de um choro de criança, era minha pequena Nica? - Nica é você? Maeve correu ate o som, mas quando chegou a criança havia desaparecido. - Não por favor, volte... Então ouviu a voz. A voz de sua irmã. – Maeve cuide da minha amada filha, ela voltara para seus braços e precisara de todo o seu apoio. – Quando? Onde vocês estão? – Minha querida irmã, eu parti desse mundo, mais meu coração ainda vive, cuide dela por mim... – Mas onde ela está? O que devo fazer?... Sua irmã tinha desaparecido. Quando olhou para o lado, viu a silhueta de seu inimigo, e antes de chegar até ele..."

Maeve acordou toda suada e tremendo, sua irmã tinha morrido, isso era fato, uma dor tomou conta de seu coração, mas sua sobrinha estava viva e voltaria para ela, aquele certamente não tinha sido um sonho comum, ela sempre teve aqueles sonhos premonitórios, ate mesmo no dia que tudo aconteceu, ela havia tido um sonho daqueles, mas ninguém tinha creditado nela, agora ela estava ali, novamente com uma informação importante em mãos, precisava encontrar sua Nica, nem que levasse a vida toda. Ela a encontraria.

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