Capítulo 33 - Mentindo pra si mesmo.

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Dominic estava falando com Jenni na sala quando farejou a presença de sua irmã, seu irmão e mais alguém se aproximando, levantou do sofá e foi até a porta, quando abriu sentiu uma felicidade ao dar de frente com seu irmão.

- Demian, ah irmão que bom que você está aqui.

- Dom, Dom meu querido irmão que bom ver você.

- Ah Day, que bom saber que estão bem.

- Dom deu um abraço no irmão e na irmã.

- Você sabia que estávamos chegando?

- Claro, o cheiro de vocês está forte, sinceramente vocês precisam de um banho, principalmente você Demian. Mas porque estão aqui em Budapeste?

- A história é longa irmão.

- Então entrem.

- A propósito, essa é Vânia minha amiga e nos ajudou a chegar até aqui em segurança.

- Oh! Sou Dominic, é um prazer em conhece-la Vânia. Sou muito grato por ajudar meus irmãos.

- O prazer é todo meu. Não foi nada.

- Nosso tio está esperando na sala, vamos temos muito o que conversar.

Horas se passaram, a conversa foi toda colocada em dia, os recém chegados tomaram seus banhos, trocaram de roupa, comeram e descansaram. Era tarde da noite quando Demian acordou, se levantou e foi até o andar de baixo, tinha ouvido a voz de Dom, queria muito conversar com ele.

- Ah, oi Demian, entre.

- Oi Dom, oi Jenni. Estou atrapalhando?

- Não, claro que não, já estou indo deitar. Fique à vontade, sei que tem muito a conversar com o Dom.

- Obrigada Jenni.

- Imagina. Boa noite Demian, boa noite Dom, não demore muito ta. Amo você.

- Também te amo, não vou demorar.

Jenni foi para o quarto deixando Dom e Demian no escritório.

- Conseguiu descansar?

- Consegui sim, obrigado. Não queria arrastar nosso tio para o meio disso tudo, mas agradeço a hospitalidade deles.

- Eu sei, eu também não queria, mas foi inevitável.

- Sim, inevitável.

- E a Vânia hen, parabéns irmão, fico muito feliz por você.

- O que? Do que está falando?

- Oras, eu vi como você olha pra ela, e de como ela olha pra você. Fora que sua força parece ter aumentado muito além do que eu lembrava. Conheço bem esse processo.

- O que? Eu e a Vânia? Não, não... Não é nada disso.

- Então o que é?

- Eu comi o coração de um urso pardo macho adulto, pode ser isso, não é?

- Duvido muito. Já vi você fazer isso, e não é nem de longe comparado com o que sinto perto de você agora.

- É só... É só... Na verdade eu não sei o que é. Sim é fato que sinto algo quando a vejo, meus instintos ficam disparados quando estou perto dela, sinto uma necessidade enlouquecedora de protege-la, mas não é nada demais, afinal ela salvou minha vida e ajudou a Dayana. É só gratidão.

- Sei... Olha, eu sentia a mesma "gratidão" pela Jenni, e eu também fugi disso, até ficar insuportável viver longe dela, quando mais eu fugia mais queria ficar com ela, depois que aceitei, foi a melhor coisa que fiz. Irmão, Dem, sei que você nunca gostou muito de me ouvir, mas me ouça agora. Quer mentir para mim, tudo bem, mas não minta para você mesmo, essa é o pior tipo de mentira.

- Digamos que tudo isso seja verdade, o que eu duvido muito, o que devo fazer? Ela me odeia, você viu o que nosso pai fez, ela me associa a ele.

- Não acho que seja verdade. Se ela pensasse assim, já tinha te atacado.

- Na verdade, ela me atacou, e eu prometi deixa-la se vingar depois que deixássemos Dayana a salvo.

- Duvido muito que ela vá fazer isso, eu vi como ela olha pra você. Não quer acreditar em mim, tudo bem, mas se eu fosse você tentava me aproximar dela, e via o que acontecia.

- Obrigado irmão. Farei isso.

- Preciso ir, não consigo ficar muito tempo longe da Jen. Boa noite Dem. Até amanhã.

- Até amanhã Dom.

Dom saiu deixando Demian sozinho. Estava parado em frente a lareira, hipnotizado pelo fogo quando sentiu o perfume dela, aquele cheiro que vinha o atormentando desde que o sentiu pela primeira vez na floresta. Sabia que tinha entrado no escritório sem precisar se virar, a conexão entre eles estava cada dia mais forte.

- Boa noite, Vânia!

Vânia acordou em seu quarto meio inquieta, não queria mais ficar ali deitada, Dayana dormia profundamente na cama ao lado, seria quase impossível acorda-la, resolveu sair do cômodo, abriu a porta e andou pelo corredor, quando se aproximava da escada deu de cara com Dom.

- Boa noite Vânia.

- Ah, boa noite Dom, sinto muito, não estou xeretando só queria...

- Shiii, tudo bem, Dem está te esperando no escritório.

- Demian? Ele quer... me ver?

- Sim, eu sei que pode ser difícil de acreditar, mas meu irmão é um cara legal, se você der uma chance verá que não existe pessoa melhor.

- É... Ok. Vou lá ver o que ele quer.

- Isso, vá mesmo. Boa noite.

- Boa noite e obrigada.

Dom sorriu pra ela e foi para seu quarto, Vânia achou aquela situação meio estranha, mas o que ela podia fazer, tudo na casa era estranho, neste mesmo dia tinha ouvido que naquela casa estava hospedado um deus que a propósito era pai da cunhada de Dayana, se antes achava aquela família estranha, agora ela parecia bizarra. Recuperada do choque que foi aquela conversa estranha com Dom, Vânia foi ao escritório, Demian queria falar com ela segundo Dom, o que será que ele queria? Ela tinha feito algo errado? Não sabia dizer, só sabia que tinha que enfrentar Demian, e ver o que ele queria.

- Boa noite Demian.

- Veio cobrar minha promessa? Se veio, só peço para me dar mais um tempo, depois pode fazer o que quiser.

- Promessa? Desculpe, não sei do que está falando.

Quando Vania se aproximou, Demian puxou o ar e fechou os olhos, o desejo brotou em seu interior. Respirou fundo antes de responder.

- Na floresta... quando me atacou, eu prometi que quando Dayana estivesse em segurança você poderia se vingar de mim. Ela está em segurança, meu irmão pode protege-la melhor que eu.

- Ah, isso.

Vânia ficou de frente com Demian, seus olhos se encontraram, por um momento ela esqueceu de tudo e quase se jogou em seus braços, mas conseguiu se segurar, mesmo que a boca do lycan em sua frente fosse tentadora, ela não tomaria a iniciativa.

- Eu te libero.

- O que?

- Eu te libero da promessa, o único que deve sofrer pelo crime contra minha família é seu pai, não você. E tem o fato que devo minha vida a você.

- Não deve, eu faria de novo, e de novo, quantas vezes fosse necessário. Falei sério quando disse que te protegeria de todos.

A voz de Demian estava baixa e roca, seu olhar estava cravado em Vânia.

- Eu sei, mas ainda sim te devo minha vida e quero agradecer da maneira correta.

Então Vânia se aproximou ainda mais de Demian, até ficar poucos centímetros os separando, colocou as mãos em seu rosto, nesse instante Vânia percebeu que perdeu a disputa entre ela mesma, ela não iria esperar coisa nenhuma, ficou nas pontas dos pés e então o beijou.

FugitivosWhere stories live. Discover now