Capítulo 27- Presença desconhecida

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Dom acordou e não viu Jenni em lugar algum, olhou por todo o cômodo escuro e nenhum sinal dela, então farejou o ar, ela ainda estava na casa, mas seu cheiro estava se distanciando, onde Jenni estava indo àquela hora?

Levantou, colocou uma camiseta e saiu do quarto, o clima estava esfriando, não o incomodava, mas sabia que sua pequena companheira ainda não estava acostumada com o clima daquela região. Andou mais rápido, pela direção que seu rastro estava indicando, ela sairia da mansão. Chegando no hall so viu o vulto saindo pela porta tentou chama-la, não ouve resposta. Abriu a porta e foi atrás dela, mas que diabos, onde Jenni estava indo? Aquilo estava muito suspeito, ele conseguiu sentir um poder estranho, uma atmosfera diferente pairava sobre eles. Aquilo não era um bom sinal.

Jenni estava chegando no jardim, Dom tentou chama-la mais uma vez, nada. De repente ela parou e uma voz grossa, rouca e sobrenatural começou a falar, Dom tinha conseguido alcança-la, mas quando viu a presença misteriosa esperou. Ele não era um lycan ou vampiro, sua espécie não era conhecida, o vulto pairava acima de Jenni, e ela continuava sem emitir som algum, ou reação. Será que ela conhecia aquele estranho? Ele não conseguia entender o que o estranho falava, era algum tipo de língua antiga, não sabia que dialeto era, nunca tinha ouvido algo parecido. Dom não se conteve mais e chegou perto, precisava saber quem era. O vultou na verdade tinha formas brilhantes, mas dava para destacar um rosto com feições humanas no meio da claridade.

- Quem é você?

O estranho o olhou bem nos olhos, deu um sorriso maligno e sumiu. Jenni caiu desmaiada no chão.

- Jenni, acorde, Jenni por favor me responda.

Dom pegou Jenni nos braços e tentou acorda-la. Jenni abriu os olhos surpresa.

- Onde estamos? O que aconteceu? Estou com frio.

- Ah graças aos céus. Venha vou te levar para dentro.

Dom pegou Jenni em seus braços e a levou para o quarto.

- Jenni você está bem?

- Estou sim, meio tonta, mas estou bem. Porque você me levou no jardim?

- Eu não levei você Jenni, você não se lembra de nada?

- Não, só de uma voz na minha cabeça, mas eu não conseguia entender o que ela queria, achei que fosse um sonho, então acordei no Jardim com você.

- Isso é muito estranho, você não se lembra do sujeito estranho que falava com você?

- O que? Quem? Eu... Eu não sei. Só me lembro disso, sinto muito.

- Jenni quando acordei você não estava aqui, então fui atrás de você, quando cheguei no jardim tinha um ser esquisito falando com você, eu não sei quem era, mas meus instintos gritaram para que eu te afastasse dele. Você não lembra dele? Não sabe quem era?

- Não, não lembro, eu estava sonhando com uma voz, já falei.

- Sinto muito querida, desculpe. Descanse, amanhã verei se descubro alguma coisa.

Dom se afastou e foi ate a porta. Ele queria ir lá fora, talvez o estranho ainda estivesse ali, não queria ele perto de Jenni, ele parecia perigoso e cruel.

- Você não vem?

- Vou dar uma olhada na propriedade para ver se ele ainda está aqui.

- Não! Por favor não me deixe sozinha.

- Ele não vai entrar aqui, se não ele não tinha te hipnotizado para ir até longe de todos.

- Por favor Dom!!

A voz de Jenni denunciava que ela estava apavorada. Seu corpo todo tremia.

- Tudo bem pequena, vou ficar. Amanhã eu verei o que fazer.

- Obrigada.

Jenni fechou os olhos, mas não conseguiu dormir, quando acordou nos braços de Dom no jardim, ela só lembrava da voz no sonho, mas agora com os olhos fechados ela conseguia visualizar em sua mente nitidamente do que Dom estava falando, ela tinha ouvido uma voz em sua cabeça e não lembrava de ter a seguido, mas pensando bem deitada, ela lembrava sim do estranho, ele tinha lhe dito algo horrível no princípio ela não o entendia, então o estranho fez um gesto com as mãos e ela passou a entender, agora ela sabia porque seu pai nunca tinha ido atrás dela, ele estava preso em uma prisão na morada dos deuses, sabe-se lá onde era isso. O estranho tinha se apresentado como Kauss o deus da destruição, segundo ele, ele era seu tio e precisava de sua ajuda para libertar seu pai. Aquilo não estava cheirando bem, ela não confiava em Kauss, mas seu pai estava vivo, precisava saber mais sobre aquilo. Ouvir a respiração de Dom a fez relaxar, pegou no sono, mas seus sonhos foram dominados pelo rosto do estranho Kauss, um rosto belo, mas com feições perigosas, e com um sorriso que prometia dor, prometia algo terrível.

Não muito longe da mansão Krane, Kauss chegava ate a morada dos deuses, sua casa. Ele enfim tinha encontrado a filha de Adam, agora ele conseguiria a sua vingança, mas não podia simplesmente matá-la, primeiro faria ela e seu irmão sofrerem, depois como um ato misericordioso, ceifaria a vida dos dois, Adam se arrependeria do dia que tirou sua linda Clair de seus braços e a levou embora, ele e a prole imunda dele pagariam com a vida.

Adam acordou assustado, sua cela estava escura e como sempre úmida, teve um sonho, sua filha estava em perigo. Desde o dia que sentiu a presença dela tão perto sua esperança tinha sido renovada, mas ele nada podia fazer preso daquele jeito, seu irmão tinha feito o trabalho direito, ele não podia usar seus poderes, e também não podia morrer, sua existência estava resumida em viver pela eternidade como prisioneiro de seu irmão. Maldito Kauss, porque ele teve que se apaixonar justamente pela sua esposa? Agora ele tinha perdido tudo e estava preso, mas ainda restava uma centelha de esperança, afinal a presença que sentiu era poderosa, sua filha amada poderia dar um fim em seu cárcere, e ele poderia enfim se vingar de Kauss, ele com sua mente perturbada fez com que Clair tivesse que fugir, e o prendeu ali, quando sentiu a vida de Clair chegar ao fim soube que estava tudo acabado, mas quando sentiu um poder estranho o conseguiu sentir que era da sua filha, aquilo tinha lhe dado um motivo para tentar, pelo menos para vê-la uma última vez.

FugitivosWhere stories live. Discover now