Capítulo 32 - Vania

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Quando Demian acordou o avião estava pousando. Não via a hora de colocar seus pés em solo, não tinha medo de voar, mas também não era muito fã. As duas mulheres abordo com ele não paravam de falar, aquilo já estava o deixando louco, quando abriu a boca para proferir palavras rudes o piloto informou que tinham pousado. Um alívio surgiu em seu peito.

Desde a conversa estranha que teve com Dayana sobre sua amiga, Demian vinha tendo pensamentos esquisitos sobre Vânia. Não queria continuar pensando, queria muito ver Dominic, fazia muito tempo que não sentia falta do irmão, mesmo quando ele tinha ido embora, e naquele momento precisava muito ver ele.

- Chegamos! Nossa carona esta um pouco atrasada, mas não deve demorar.

- Ele já deveriam estar aqui. Essa cidade não é muito segura para os membros da família Solomon. Isso é inaceitável. O clã de vampiros que vivem aqui nos caça a décadas, não é seguro.

- Sinto muito, mas foi o único que aceitou.

- Mesmo assim é inaceitável. Se eu estivesse sozinho não esperaria, me viro muito bem sozinho, mas com a Dayana, não posso correr o risco, novamente isso é inaceitável.

- Olha...

- Vania, não precisa se explicar para o Demian, ele só está mal humorado.

- Não estou, só falei a verdade.

- Já chega. Sinto muito pelo atraso, mas a não ser que você tenha um transporte guardado dentro do bolso para usarmos o que duvido, caso contrário vamos ter que esperar.

Demian sabia que não tinha motivo para tratar Vânia daquela forma, mas era mais forte que ele, ele não conseguia aceitar que estava interessado em uma vampira, entretanto ela estava certa, ele não podia fazer nada, a não ser esperar.

- Ok. Vamos esperar.

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Vânia não aguentava mais o mal humor daquele lycan babaca, ela tinha ajudado eles, mas não por ele e sim por Dayana, ela devia a vida a Dayana, e ajudar eles eram uma forma de retribuir o que ela tinha feito. Vânia lembrava como se fosse ontem o dia que quase perdeu sua vida e se não fosse por Dayana, teria morrido de forma trágica. Foi na noite que ficou sabendo da morte de sua família, ficou cega de fúria e foi atrás do responsável, Velkan Solomon, mas foi emboscada e seus capangas a pegaram, quando a lâmina da faca de um dos homens do Solomon pousou em sua garganta achou que morreria ali mesmo sem ter a chance de vingar a morte de seus entes queridos, então fechou os olhos e nada aconteceu, quando abriu viu os 3 capangas desmaiados no chão e Dayana sorridente em sua frente. Dayana a soltou, mas depois disso se tornaram amigas, de alguma forma Dayana a encontrou na cidade onde morava e as duas se aproximaram, consequentemente Vânia contou que o pai de Dayana era o responsável pela morte de sua família e para total surpresa dela, Dayana não se opôs a vingança, pelo contrário até a incentivou, só pediu para deixar a mãe e os irmãos foram, porque nenhum deles tinha culpa na loucura do pai, e foi o que. Ela fez, até o momento sua ira era destinada a Velkan, mas aquele irmão dela, Demian Solomon, a estava deixando louca, ele era grosso, estúpido, arrogante, pretensioso, mas também era corajoso, forte, destemido, tinha salvado sua vida sem pestanejar, ela devia sua vida a ele também, e fora que ele era extremamente lindo e seu companheiro destinado, sim ele era, assim que ela colocou os olhos em Demian sentiu a conexão que todos falavam, sabia que lycans e vampiros possuíam seus companheiros destinados, mais conhecido como soulmater, o que ela não imaginava era que essa conexão poderia acontecer entre espécies, e quando ela o viu soube, ele era seu companheiro, o que a estava intrigando era que ela sabia que a conexão era recíproca em todos os caso, mas não era o que estava acontecendo com eles, Demian fazia questão de tratar Vânia com indiferença, não era o comportamento que tinha ouvido falar, será que ela era a única fêmea no mudo que tinha achado seu companheiro e ele a desprezava?? Com a sorte que tinha era bem capaz de ser, uma coisa ela estava certa, não iria abaixar a cabeça pra ele, se ele a tratasse mal então receberia o mesmo tratamento, apesar de lhe dever a vida ele não tinha o direito de ser grosseiro, o tratamento seria mutuo.

Enfim a carona tinha chegado, todos embarcaram no carro.

- Para onde vamos?

- Sabe onde fica a propriedade da família Krane?

- Família Krane? Ah não, não podemos ir lá.

- Porque não? São nossos familiares e meu irmão está lá, temos que encontra-lo.

- Eles são sua família, eu sou alguém do clã inimigo, não me levem a mal, sei que essa família é famosa por ter entre seus membros mestiços e casais de espécies diferente, mas eu ainda sou do time inimigo, o que vocês acham que vai acontecer comigo assim que colocar os pés lá? Vão decapitar primeiro perguntar depois. Sinto muito Day, fiz o que pude, mas não posso...

- Shii, Vânia. Tudo bem, não precisa se explicar. Mas insisto venha com a gente tenho certeza que Dom...

- Dayana, deixa comigo. Vânia, eu te dou minha palavra de lycan que ninguém, exatamente ninguém vai colocar a mão em você, vou protege-la se assim for necessário e tenho certeza que nosso irmão fará o mesmo, não precisa ter medo, não irá acontecer, juro pela minha vida.

- Eu... Eu não sei..., mas... E se...

- Não precisa ter medo, recuperei minhas forças, sou treinado em diversas formas de combate, fui líder do exército de meu pai depois que Dom foi embora, sou completamente capaz de te defender. Eu estarei ao seu lado até o fim.

Seus olhos se encontraram, e ela pode ver a verdade daquelas palavras em seus olhos, ele a protegeria ou morreria tentando. Vânia ficou comovida com a certeza que Demian falava, sentiu a segurança que ele lhe prometia e mesmo se tudo desse errado, ela não tinha mesmo para onde ir, até mesmo o clã de vampiros que tinha naquela cidade não a receberia depois de saber quem era seu companheiro, era melhor mesmo ela ficar com ele, se morresse, poderia se consolar sabendo que seria ao lado do seu tão sonhado companheiro, mesmo que ele não a quisesse.

- Ok, vamos, mas não poderemos ir de carro. Vamos descer aqui, vamos a pé, eu conheço o caminho pela floresta.

- Vamos então.

- Harry, obrigada pela carona, meu pai ficaria muito feliz em saber que você me ajudou, não esquecerei disso. Por favor, só não conte para ninguém, ok.

- Sinto muito pelo que aconteceu com seus pais Vânia. Pode contar comigo, mas cuidado com esses seus amigos, não confie em um lycan. Adeus.

- Adeus.

Depois de dispensar o motorista que lhe havia dado carona, os três entraram na floresta, Vânia na frente mostrando o caminho, pouco tempo depois chegavam a uma mansão, a mansão da família Krane. Os três se aproximaram da porta.

- Deixa que eu vou na frente.

Antes de Demian bater, a porta se abriu e nada mais nada menos que seu irmão saia de encontro a eles.

FugitivosWhere stories live. Discover now