Capítulo 30 - Reencontro

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Adam acordou e não reconheceu o lugar, estava em um quarto amplo, limpo e bem organizado, não era sua cela, isso já era um alívio, mas onde estava? Não lembrava de muita coisa, desde que deixou a prisão em que Kauss o havia aprisionado, se lembrava de correr pela floresta sem rumo, até que chegou... Chegou onde mesmo? Adam batia em sua testa para tentar lembrar. Sentou na cama e viu que ao lado tinha uma mesinha com uma bandeja de comida e roupas limpas. Há quanto tempo estava dormindo? Horas, dias, semanas? Não sabia, mas tinha que lembrar. Foi até a mesinha e pegou um copo de suco, bebeu com vontade. Uau fazia muito tempo que não se alimentava. Um deus não podia morrer de fome, mas podia enfraquecer consideravelmente, e Kauss sabia muito bem como deixar Adam em um nível quase nulo de energia. Depois que saciado, Adam voltou a sentar na cama, então forçou a memória. Ele lembrava de ter fugido, correu pela floresta e chegou... Chegou a uma propriedade particular, com uma casa bem grande, de quem era aquela casa?? Ah sim, era da família Krane, a família mestiça, ele os conhecia, sabia de sua existência por serem a única família naquela região composta por lycans, vampiros e mestiços. Então ele fez o que para ir parar naquele quarto? Hum, lembre Adam, lembre, você tem que lembrar. Passou alguns minutos então Adam sentiu a presença dela, e então lembrou que bateu na porta da frente, e alguém atendeu, sim alguém que era familiar e estranha ao mesmo tempo, a mulher que atendeu era Jennica, sua filha perdida, e então desmaiou, era disso que lembrava. Agora ele conseguia sentir sua presença na casa, não muito longe, mas ela não estava sozinha, lógico. Ele tinha que ir até ela, precisava vê-la. Adam levantou e foi até a porta, colocou a mão na maçaneta e antes de abrir, olhou para o lado, tinha um espelho ao na parede, ele não reconheceu a figura que olhava pra ele de volta, levou um susto ao se dar conta que o que ele estava vendo era seu estado atual, ele estava horrível, sujo, cheirou suas vestes, estava fedido, sua barba e cabelo, ah céus, estava um horror, não podia se apresentar daquela forma a sua filha. Virou de costas para a porta e foi até a mesa, pegou a muda de roupa que estava separada, olhou em volta e viu uma porta na parede oposta à da cama, foi até ele, deveria ser um banheiro, quando abriu se deparou com um banheiro pequeno, serviria para ajuda-lo a dar uma melhorada na aparência. Abriu a porta do box e ligou o chuveiro, fazia anos desde a última vez que tomou um banho. Tirou os trapos que vestia e usando um pouco do poder que tinha voltado, incinerou as roupas imundas. Entrou na embaixo do chuveiro e pela primeira vez em quase duas décadas se permitiu relaxar, levou quase duas horas para se lavar, e usando uma tesoura e uma navalha, cortou os cabelos e aparou a barba. Depois que saiu do banheiro foi até o espelho, agora sim ele estava quase se sentindo ele mesmo novamente.

Foi até a porta novamente, mas então sentiu medo, receio, vergonha... O que ele iria falar para sua filha? Que tinha sido responsável por tudo de horrível que tinha acontecido nas vidas deles? Que por egoísmo tinha causado a dor do irmão e a perda da esposa? Sim, ele foi egoísta, ele sabia disso, mas sua vida toda foi vivida em pró de ajudar os outros, sua mãe, seu pai, seus súditos... E quando, em um momento de fraqueza? Não, fraqueza não, ele amava Clair mais do que tudo na sua existência, então não foi um momento de fraqueza, foi um ato de amor, entretanto, foi egoísta, se ele ao menos tivesse conversado com seu irmão sobre Clair, as coisas não tinham saído daquele jeito. Mas será que se Kauss tivesse pedido para sair do caminho de Clair, ele teria feito? Ah não, não teria feito, Adam no final das contas sabia que desde o momento que colocou os olhos em Clair que jamais a deixaria. Se Kauss o tivesse pedido para ir embora, ele teria tentado até seu último suspiro fazer com que ele entendesse.

Adam andou de um lado para o outro tentando pensar no que falar para sua filha, não sabia como ela reagiria ao saber que ele era responsável por tudo, e se ele mentisse, colocasse a culpa toda em Kauss? Ah céus, ele não era assim, Adam sabia que tinha tomado uma decisão egoísta, mas nunca foi covarde, ele contaria a verdade a sua filha, e se ela resolvesse odiá-lo, ele não poderia culpa-la.

FugitivosHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin