𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐀𝐛𝐮𝐬𝐨

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   Kaminari: Ei... -Me encolhi por instinto. Desde quando ele está ali?- Relaxa, eu não vou sair daqui. Se você quiser eu me aproximo, se não quiser eu continuo bem aqui. -Olhei melhor e percebi que ele estava meio longe do lugar onde eu estou.

   — Denki... eu, eu não... como eu... Ah, que merda. -E lá vem a falta de ar de novo.

   Kaminari: S/N! Me escuta, e olha para mim. -Obedeci- Certo, está tudo bem, ok?! Eu estou aqui para ajudar. Então me deixe te ajudar. -Deu um passo a frente- Posso me aproximar?

Assenti.

   Um dos poucos garotos em que eu consigo ficar perto tranquilamente e que confio, é o Kaminari.

   Ele se aproximou cautelosamente, hesitando em cada passo. Talvez seja medo da minha reação. E assim que chegou em baixo das escadas, sentou do meu lado, mas em nenhum momento encostando em mim.

   Kaminari: Quer falar comigo? -Balancei a cabeça- Ótimo! Quer conversar sobre o tempo? Ou as técnicas novas que estamos desenvolvendo? Talvez a gente possa falar sobre o-

   — Posso te abraçar? -Perguntei em um sussurro, nem sei se ele ouviu. Me preparei para perguntar de novo, mas ele apenas sorriu e abriu os braços.

Céus, como eu amo ele.

Só não sei se é recíproco.

   Ficamos abraçados por alguns minutos, totalmente tortos, nossa coluna que sofre, mas pelo menos esses minutos me ajudaram a manter a calma.

   Kaminari: Ficamos preocupados. Kirishima e Mina quase correram atrás de você, mas os impedi, achei que seria melhor para você se viesse só uma pessoa. Sabia que até o Bakugou ficou aflito? Ele tentou esconder com aquela carranca, mas deu para ver nos olhos dele a preocupação.

   — Me sinto mal por tê-los empurrado aquela hora, eu precisava de espaço e estava desesperada. Me lembre de pedir desculpas mais tarde.

   Kaminari: Acho que nem se importaram. Ficou claro que algo não muito bom estava acontecendo com você, gatinha. -Afrouxou o abraço para me olhar- Quer me contar o que houve?

Respirei fundo. Eu quero contar, só não sei se consigo.

   Kaminari: Espera... tem algo haver com o Mineta? -Abaixei minha cabeça- Aquela uva podre desgraçada! Eu vou ter que eletrocutar ele de novo?

   — ...De novo? -Ele percebeu o que falou e abaixou a cabeça, envergonhado talvez?- Você já eletrocutou ele antes? -Assentiu- Quantas vezes?

   Kaminari: Eu... bem, ah, eu não sei. Mas eu sei que foram todas as vezes em que ele te importunou. E... -Corou. Ele está com vergonha de admitir isso para mim?

   — Kaminari, você é incrível. -O abracei de novo.

   Kaminari: Assim eu me apaixono, gatinha. -Quem me dera- Por que estava daquele jeito? -Murmurou baixinho contra o meu pescoço. Respirei fundo, me preparando.

   — Foi... foi um ano antes de eu entrar na U.A. Eu morava com minha mãe e meu pai, mas um dia, um dos meus tios chegou dizendo que precisava de um lugar para ficar por duas semanas. Eu estava me preparando para o exame de admissão naquela época, então ficava no quarto quase o tempo todo.

   Respirei fundo de novo, tentando impedir as lágrimas que ousavam cair. Os braços dele me apertaram mais forte. Ele já entendeu tudo.

   — Faltando dois dias para ele ir embora, meu pai estava no trabalho e minha mãe no mercado. Eu desci para a cozinha procurando algo para comer. Meu tio entrou na cozinha não muito tempo depois e... e ele... eu... -Não consegui terminar. Os soluços estavam me atrapalhando. Mas eu não conseguiria contar essa parte, de qualquer forma.

   — Eu contei aos meus pais no dia que ele ia embora. Meu pai enrolou ele enquanto minha mãe chamava a polícia. Quando chegaram, o prenderam imediatamente. Ele nos ameaçou. Meu pai bateu dele. E no fim, vai ter que ficar na prisão por uns 15 anos. Mas toda vez que o Mineta tenta se aproximar, aparecem flashes e flashes na minha mente e minha cabeça dói. É horrível.

Dessa vez, foi ele quem respirou fundo.

   Kaminari: Minha linda... -Beijou o topo da minha cabeça- Eu nem sei por onde começar. -Mexeu no meu cabelo- Primeiro, vou garantir que o Mineta fique o mais longe possível de você. Talvez eu peça para o Bakugou explodi-lo, ele não gosta daquela uva mesmo. -Isso me fez rir em meio ao choro. É verdade, o Bakugou detesta o Mineta.

   Kaminari: Segundo, Seu tio é um monstro e ninguém merece passar pelo que você passou. Ainda acho que 15 anos é pouco. Acho que quando ele sair da prisão, o Chargebolt vai estar esperando. Nunca se sabe quando um raio pode cair na cabeça de alguém, não é?!

   — Já falei que você é incrível? -Me aconcheguei mais nele.

   Kaminari: Já, mas eu nunca me canso de ovir isso vindo de você. -Segurou meu rosto para fazer com que eu o olhasse e enxugou as lágrimas- E mais uma coisa. Eu estou aqui! Sempre que precisar, pode contar comigo. Seja para conversar, desabafar e se você quiser pode ser até para te proteger. Ao seu serviço. Entendeu, gatinha?

Não consegui formular uma resposta. Sério, quão maravilhoso esse homem pode ser?

   — Amo quando você me chama assim. -Estiquei meu tronco para alcançar os lábios dele e, finalmente, beijá-lo.

   Uma corrente elétrica passou por todo meu corpo no mesmo segundo. Não sei se foi pela adrenalina ou se ele não controlou a individualidade dele, mas eu amei isso.

   Beijar ele é exatamente como eu imaginei. Sua boca é macia e quente, ao mesmo tempo que é eletrizante e viciante.

   Nos separamos alguns segundos (ou minutos) depois, puxando ar enquanto nos encarávamos.

   Kaminari: Eu estava querendo fazer isso há muito tempo. Só que não achei que agora seria o melhor momento. Sabe... depois do que você me contou.

   — Com você é... diferente. -Acariciei os cabelos de sua nuca- Mas um diferente muito bom.

   Kaminari: Então... eu posso fazer isso de novo? -Se aproximou e eu assenti. Então ele colou nossos lábios de novo.

Enviando novamente uma onda de choque por todo o meu corpo.

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