26.DOOR

2.1K 158 4
                                    

Hesitante, parou de maneira estática pensando no que deveria fazer, Lee Ari não sabia como reagir.

Acreditava que somente ela e Jungkook estaria ali, e foi neste momento que sentiu uma onda de medo a atingir.

Mas ela não deveria sentir medo, não é? Não tinha o porquê se sentir em perigo, ninguém que poderia machucá-la estava ali presente.

Com os pensamentos mais tranquilos, Lee Ari suspirou aliviada, caminhou até a porta, abrindo-a.

Quando tomou visão da figura presente, ficou mais leve, relaxando por completo seus ombros que antes estavam completamente contraídos.

— Olá minha querida, sou a governanta da casa. O doutor me pediu para atendê-la caso haver necessidade. — A mulher de rugas aparentemente disse em um sorriso singelo, sua estatura era baixa e seus fios brancos se encontravam presos em um perfeito coque. Sua vestimenta era toda em um azul marinho, cor favorita de Lee Ari.

— Oh... Entendi. Prazer em conhecê-la! — A morena se curvou, demostrando respeito. — Meu nome é Lee Ari.

— Prazer em conhecê-la Lee Ari, sou Park Hayun.

— Creio que a senhora iria me ajudar com uma coisa... — Pigarreou.

A mais jovem se sentia um pouco constrangida, raramente dizia coisas pessoais para desconhecidos, apenas em momentos urgentes como aquele.

Lee Ari sabia que esta reação era boba e que não havia problemas, mas isso não a impedia de se sentir envergonhada.

— Pode dizer, querida.

— Ah... A senhora me ajudaria a conseguir alguns absorventes? Descobri agora que estou... — Lee pigarreou novamente, abrindo um sorriso amarelo.

— Oh... Já entendi, querida. Não se preocupe, não precisa se sentir envergonhada. — A mulher sorriu, se curvando.

— Muito obrigada Sra. Park! Muito obrigada! — Lee Ari fez uma reverência em agradecimento, vendo a mais velha caminhar pelo longo corredor.

Aliviada, se dirigiu até a suíte, pensou que seria um boa ideia tomar um banho enquanto esperava a senhora voltar, e assim fez.

Sentir a água quente bater contra a sua pele frágil era a sensação mais prazerosa que Ari poderia sentir em dias.

Podia ser um ato normal e rotineiro, mas para ela estava se tornando um privilégio.

Mesmo sentindo a dor da contração do seu útero, Lee Ari não se permitiu se abalar por isso, aproveitava cada segundo naquela ducha.

Aproveitou para lavar seus cabelos e também aproveitou a oportunidade para se depilar, queria se sentir mais limpa possível.

Ari tinha uma sensação de abandono, fazia dias que não cuidava de seu corpo, de si própria.

Sentia falta de hidratar suas madeixas, de pintar suas unhas, de cuidar de sua pele... Sentia falta de ser livre.

Era surpreendente imaginar o quanto tudo poderia mudar em pouco tempo, como podia se ver em um inferno com facilidade.

Lee Ari tentava aproveitar cada segundo de sua liberdade.

A jovem enrolou a grossa toalha em seu corpo, se sentindo finalmente mais leve.

Com um breve sorriso Lee saiu do banheiro, no mesmo segundo escutou alguém bater na porta novamente.

Só poderia ser a Sra. Park.

Com passos apressados Lee Ari abriu a porta.

— Obrigada Sra... O que você está fazendo aqui?! — Ari gritou de susto quando tomou a visão de que na verdade se tratava de Kim Taehyung.

— Calma, lindinha. – Sorriu de canto, enquanto balançava a sacola em sua mão, provavelmente aqueles eram os absorventes que tinha pedido para a Sra. Park. – Aqui está o seu pedido, princesa.

Ari hesitou em pegar a sacola de sua mão por alguns segundos, pensando em como diabos aquele homem estava ali.

Não fazia nenhum sentido Kim Taehyung estar naquela casa, será que ele era parente do Dr. Kim?

Lee não sabia o que fazer, apenas conseguiu lembrar de tudo o que Kim Taehyung a fez, era inacreditável pensar que ele foi capaz de vendê-la para Jungkook.

Mas por fim acabou pegando a sacola, e logo em seguida tentou fechar a porta, mas Kim foi mais rápido colocando o seu pé para frente, impedindo da porta fechar.

— Ainda não terminei de falar, apressadinha... Não quero que conte nada ao Dr. Kim, ele não pode saber que você estava comigo e depois a devolvi para Jungkook.

— E por que eu não iria contar? Você não manda em mim.

— Mas Jungkook sim, se você contar qualquer coisa para ele, eu faço questão de ser o seu pior pesadelo. Entendeu, garota? — Taehyung parecia estar nervoso, mas ainda assim conseguia aparecer assustador.

Ari não entendia o porquê daquilo, não entendia o porquê Taehyung estava naquela casa, mas de qualquer forma não iria contar nada para Seokjin, não era este o seu plano.

Iria ficar naquela casa até Jungkook se recuperar, depois iria em busca de sua verdadeira vida, da sua verdadeira liberdade.

— Entendi, não irei contar nada para ninguém. — Por fim Ari respondeu, tentando fechar a porta novamente.

— Boa garota. Ah, já estava me esquecendo... Como sou um bom cavalheiro, trouxe esses remédios para você. — Kim tirou do bolso da calça duas caixinhas de remédio. — Caso tenha cólicas.

Lee pegou os remédios e por fim conseguiu fechar a porta, sentindo o alívio de estar sozinha novamente, de finalmente poder respirar.

Aquele dia estava sendo demais para sua cabeça processar, tudo conseguia puxar sua energia, tudo que Ari precisava era de uma boa noite de sono e torcer para que amanhã fosse um dia melhor.

Quando Lee Ari terminou de se trocar e finalizou seu cabelo já era noite, se fosse em outrora, aquele horário seria quando sempre iria jantar, mas a morena estava sem fome, conseguia pensar apenas em Jungkook.

Pensava em quando iria finalmente se livrar de tudo isso, de quando teria sua liberdade novamente.

Mas o que realmente se importava neste momento, era quando iria parar de sentir o arrependimento e culpa por ter tentado matar aquele homem, de ter quase se tornado uma assassina.

Mas seus pensamentos foram encerrados novamente quando escutou alguém bater em sua porta.

My Bad Killer Bunny - Jeon Jungkook 🐰Onde histórias criam vida. Descubra agora