-Eca! Graças a Deus meus desejos são comestíveis!- Digo com cara de nojo.

Benjamin ri.

-Realmente. Melhor lasanha bolonhesa com farofa de banana e muitas azeitonas do que isso aí! Porque não pediu acarajé, seria uma escolha melhor!- Ele fala desdenhando de care, também fazendo cara de nojo. Ela se levanta e sai chorando.

-Opa! Peguei pesado!- Ele diz se retratando.

-Não liga! São os hormônios.

-Deus! Como irei aguentar duas grávidas juntas?- Ele fala baixinho, mas consigo ouvir enquanto vou em direção a Care.

-Eu ouvi isso Benjamin!- Grito do corredor, ele ri alto.

...

 Graças a Deus não tivemos mais nenhum problema nesses últimos meses, apenas tenho que ter muito cuidado, e evitar esforços, o médico liberou o sexo, mas que deveria ser o velho e sagrado papai e mamãe. Em minhas condições eu deveria cuidar de segurar a gestação pelo menos até o sétimo mês, e faríamos uma cesariana, não era seguro chegar aos nove meses, nem para mim, nem para o bebê.

...

Hoje vamos fazer o ultrassom para ver o sexo do meu bebê, já estou com cinco meses. A care já está remando por assim dizer, anda com as mãos nas costas e de pernas aberta, pensava que era exagero, mas depois que comecei a sentir dores nas costas a entendi muito bem. Ela está grávida de um menino, e pede a Deus que eu tenha uma menina, para que nossa família se una de algum jeito. Ri do seu comentário enquanto me vestia.

Às vezes ela vem ficar comigo aqui em casa já que não posso ficar perambulando por aí. Esse último mês mesmo, ela ficará conosco até que complete um mês pelo menos depois de conceber meu sobrinho.

Pedi que fossemos todos juntos ao médico. Ela já está com oito meses e alguns dias, quase nove. Não acho prudente ela ficar saindo assim, mas ela não nos ouve, e gosta da nossa companhia já que sua mãe está trabalhando, ela é enfermeira e trabalha em um monte de lugares, nem sei se ela dorme.

-Estão prontas minhas meninas?- Benjamin nos pergunta ao entrar em nosso quarto.

-Me ajuda!- Care pede tentando se levantar da cadeira, Ben assim o faz.

-Estamos. Vamos.... estou tão ansiosa!- Digo vibrando.

-O Frederico vai ficar feliz em assistir o vídeo de sua futura namorada.- Sim. Ela insistiu nesse nome porque tinha "F" de Fernando e porque um filho de estilista tinha que ter um nome de filho de estilista. Pode?

-Quem disse que é uma menina?- Pergunto para ela desdenhando de seu comentário.

-Eu sei que é... tenho sexto sentido de tia! E ela vai parecer com você, quer apostar?

Benjamin ri e concorda.

-Amor também acho que será uma linda menininha-Ele diz.

Por mim tudo bem. Quero que venha com saúde. Preocupo-me com essa história de cesárea, mas não podemos arriscar mais que isso. O que importa é o parto seguro, se esse será o melhor meio de ter meu bebê em meus braços que seja.

Meus pais vieram e nos encontraram no hospital juntamente com meus sogros, Benjamin pediu que fosse buscá-los, eles ficarão conosco este final de semana em comemoração a noticia, exagero, eu sei, mas estou adorando tudo isso! Jess e André também vieram nos prestigiar.

Uma senhora baixinha chama meu nome, todos se levantam. A enfermeira pede calma que somente eu entre agora para me aprontar e depois ela chamará os outros para assistirem a ultra. Entro, respondo as perguntas da doutora, até que ela pede para que eu troque de roupa e ponha o avental da clínica.

Depois de tudo pronto, já estou deitada então ela pede que os façam entrar. Todos entram em silêncio, Ben pega em minha mão que está gelada, ele sente e começa a fazer carinho para aquecê-la.

-Vamos ver... está tudo bem por aqui, tudo formadinho. Ouçam seu coração!- A Doutora fala.

-Oh...- Todos falam em uníssono suspirando de emoção. Eu choro, claro!

-Tem preferências sobre o sexo do bebê?- A médica pergunta.

-Não. O queremos saudável!- Respondo.

-Bom saudável está, só está com um pouquinho de baixo peso, mas iremos lhe encaminhar para um nutricionista que lhe ajudará nisso.

-Mas ele está bem doutora, vai ficar bem?-Benjamin pergunta desesperado.

-Sim ela vai ficar bem?

-Ela?- Pergunto.

-Sim. É uma linda menina!

-Oh!- Todos se emocionam.

 Minha mãe chora soluçando. Meu pai a abraça. Benjamin me beija em meio às lágrimas. Então ouço alguém dizer:

-Ai!

-Quem disse isso?- Questiono.

-Eu. E estou toda molhada.

-Meu Deus! Sua bolsa estourou filha!- Minha mãe grita. A sala fica um reboliço. A doutora chama a enfermeira para cuidar da situação.

A enfermeira retira todos do local, inclusive a Care numa cadeira de rodas, meu pai a ajuda. A doutora imprime o ultra da minha menina e me dá o CD com as imagens. Pede que eu contate um nutricionista para continuar com o tratamento.

Estou ansiosa para saber notícias de care, troco-me rapidamente, Ben me ajuda, já que a bata que uso tem um zíper atrás. Saímos à procura dela. Nos informaram que ela foi levada a uma maternidade perto, fomos até lá.

Um amor em NYWhere stories live. Discover now