Capítulo 8

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Encosto minha cabeça no ombro de Care, que está preocupada, mas não me pergunta nada ainda. Os seguranças me levam até o prédio onde fica os escritórios da SMITH Construction. James abre a porta para eu sair, dou um beijo na bochecha de minha amiga e desço prometendo que à noite conversaremos e lhe contarei, ela confirma com a cabeça e diz que dormirá comigo hoje.

Nem me preocupo com Jess, há essa hora ela deve estar pendurada no celular trocando mensagens com o André e durante a noite ela estará bastante ocupada com ele. James me guia para a entrada do prédio e fico espantada com tanta elegância, a recepção é espaçosa com jarros grandes e plantas belíssimas bem cuidadas.

O chão brilha que tenho até medo do James ver minha pequena lingerie. Sério! Corro sério risco. O James está pegando nossos passaportes na recepção quando vejo o Ben se aproximando rapidamente, ele beija minha testa e diz:

-Vem. Vou te levar ao hospital- Pega em minha mão e sai quase me arrastando pelo salão da recepção.

-Ben!... Ben!... Para!- Falo tentando tirar minha mão da dele. E fazendo-o frear.

-Estou ótima é sério! Foi um mal estar passageiro- Digo olhando no fundo de seus olhos que agora estão quase amarelos com o reflexo da luz do sol entrando pelos vidros do ambiente.

-Vou acreditar em você. Vamos almoçar. Não quero que passe mal novamente... Hoje vamos conversar Emily, não adianta fugir, de hoje não passa!- Sussurra insatisfeito.

-Pode apostar!- Digo erguendo uma sobrancelha e encarando-o. Afinal, também quero saber tudo sobre ele e o que está acontecendo. Porque aquela louca me ameaçou daquele jeito? Será que ele ainda está com ela? Ele se vira e me guia para o carro já estacionado em frente ao prédio nos aguardando.

Desta vez ele não está dirigindo, senta ao meu lado, James entra e senta no banco do passageiro. Chegamos a um restaurante distante do centro, um ambiente muito gostoso serve de tudo desde hambúrguer a caviar. Ele escolhe para mim suco de laranja natural sem gelo, e salmão para nós dois.

De entrada ele pediu caprese: Rodelas de tomate, mozzarella de búfala, com pesto de manjericão. Delícia. Quando comemos o salmão, nossa! Jamais comi algo igual. Limpo meus lábios com a toalha, e sinto que é a hora.

-Antes de tudo... Eu gostaria de saber um pouco mais sobre você!

-O que quer saber?- Ele pergunta recostando-se na cadeira.

-Lembro que se casou e se separou. Como aconteceu?

-A família do meu pai é daqui, todos são descendentes de ingleses. Minha mãe é brasileira e meu pai se apaixonou. Não quis mais voltar porque minha mãe estava grávida de mim e não queria vir para um lugar estranho sem família alguma. Então meu pai se instalou lá, mas sempre vinha para cá para tratar de negócios com meu avô e ver a família. Nessas idas e vindas eu comecei a acompanhá-lo, foi aí que conheci a Sophia Banks. Ela não desgrudava de mim quando vinha para cá, a família dela era muito íntima da família do meu pai.

Ele suspira profundamente e continua...

-Quando minha avó faleceu eu vim administrar os negócios segundo a vontade de minha avó. Ela aproveitou para se aproximar, com a conversa de que queria me consolar. E eu estava desolado, mesmo após um ano da morte de minha avó, eu sentia falta, principalmente tendo que morar na mesma casa que pertenceu a ela, eu a amava muito. A Sophia e eu nos envolvemos algumas vezes, e ela veio com a conversa de que estava grávida, que tínhamos que nos casar porque a família dela jamais a aceitaria como mãe solteira. E eu casei. Mas com o passar do tempo nada acontecia, e então descobri que era tudo mentira... Um filho entende? Tudo que eu sempre quis era um filho. Tentei amá-la, mas não consegui. Pedi a separação, ela não ficou feliz com isso, porém aceitou o dinheiro que negociamos junto aos advogados.

Um amor em NYWhere stories live. Discover now