𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟎𝟏 🦋 Não existe sensação melhor

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Seus olhos estavam pesados, e era perceptível que sua noite não havia sido boa. Ela usava o meu moletom da Nike, um short de malha preto e bem justo e seus cabelos estavam soltos e bagunçados, mas ela conseguia estar linda até mesmo daquela maneira.

─ Dormiu bem? – eu ousei perguntar.

─ Até que sim, mesmo usando pílula. – ela respondeu, se aproximando mais um pouco.

Ela segurou o meu rosto entre as mãos e uniu nossos lábios em um selinho, que parecia não ter um prazo exato de tempo. Ela me beijou algumas vezes, intercalando-se entre lábios, sorrisos e palavras carinhosas. Depois de muitas sessões como essa, eu levei meu rosto até seu pescoço, a abraçando. Rocei a ponta do nariz em sua pele, sentindo sua fragrância natural. Ela era perfeita, e quando digo perfeita, digo perfeita mesmo. Cada mínimo detalhe parecia ter vindo diretamente do Olimpo.

─ Você é linda. – eu sussurrei, sentindo um sorriso ser formado em seu rosto. Ela me deu um selinho em agradecimento.

Depois, deitou a cabeça em meu peito, passando a mão pelo meu peito em formatos aleatórios. Eu fazia carinhos pelo seu rosto, pescoço e cabelo.

Algum tempo depois, ela entrou no banheiro para se trocar, e eu fiz a mesma coisa, só que de fora do banheiro, claro.

Quando ela voltou, os cabelos estavam arrumados, ainda vestia o meu moletom, mas trocou o short por uma calça jeans preta. Olhei ela passar por mim, analisando e apreciando cada belo centímetro de seu corpo.

Então, minha namorada se aproximou, passando os braços por meu pescoço, e eu abracei sua cintura, sentindo o toque dela em minha pele.

Sem avisar, eu a puxei para um beijo calmo, mas que eu queria aprofundar. Começou lento, calmo, um beijo normal. Depois, quando nossos lábios se distanciaram brevemente, eu queria mais, e eu consegui. Beijei a de novo, agora, não era tão lento e nem tão calmo. Estava na medida certa. Uma de suas mãos estava em minha bochecha, distribuindo carícias, enquanto as minhas estavam firmes e fortes em sua cintura.

─ Eu te amo. – sussurrei entre nossos lábios.

Ela me beijou mais como resposta, mas dessa vez, foram apenas selinhos.

─ Eu também amo você. – ela respondeu, depois dos beijos.

─ Com fome? – eu perguntei, mudando de assunto.

─ Só um pouco. – ela respondeu, arrancando um sorriso aleatório meu.

─ Então, vamos descer pra comer. – eu disse, logo vendo a assentir.

Saímos do quarto e fomos em direção às escadas. Enquanto descíamos os degraus, fomos conversando e rindo das bobeiras que falávamos.

Era só o segundo dia, e eu já estava viciado em dormir, acordar e passar o dia com ela todos os dias. Vai ser difícil me desacostumar quando voltarmos à São Paulo.

Quando descemos o último degrau, várias crianças, entorno de umas dez, saíram correndo em disparada para uma porta pequena, onde era o espaço Kids. Elas atravessaram nossa passagem, gritando e rindo.

Não segurei o sorriso. Eu lembrava de mim mesmo quando era uma criança. Eu era exatamente assim. Amava viver, adorava a minha família e a vida que tínhamos.

Era difícil olhar aquelas crianças e lembrar de mim mesmo. Poderia ter aproveitado muito mais, muito mais. Se as coisas não piorassem, eu não teria feito várias besteiras. É vergonhoso lembrar do meu passado. Claro que, meu pai tem uma certa porcentagem de culpa, mas eu não precisava me render a vícios. Não precisava. Eu magoei várias pessoas, fiz os sentimentos delas parecerem merda, só pra ressaltar que eu ainda tinha algum. Era horrível lembrar disso.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Where stories live. Discover now