𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟎𝟎 🦋 Eu não estou onde você acha que eu estou.

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Mesmo se for mentira, essa é a melhor que eu já vivi.

Sobre a depressão? É, ela ainda vive aqui... Ainda existem crises, ainda existem inseguranças, pensamentos intrusivos e cortes nos braços, mas eu estou melhorando. Tenho consciência que se leva tempo para me curar disso tudo, mas eu sei que estou conseguindo, e sei que vou conseguir.

É como se você fosse jogado em alto mar, e o deck estivesse a quilômetros de distância. Eu sei que, se eu nadar e tomar cuidado com os tubarões da minha mente, eu vou conseguir. Chegarei viva até a ponte, sairei da água, talvez não inteira, talvez despedaçada, mas eu vou me recuperar. O problema, é que esses tubarões estão me machucando, mordendo, machucando, tirando cada vez mais partes do meu coração, eles estão me afogando, e não vão parar até eu morrer.

Despertei dos meus devaneios quando eu escutei a Porsche de Victor estacionando na frente de casa. Senti as altas doses de adrenalina sendo disparadas nas minhas veias.

Ouvi batidas na porta, e rapidamente fui atende-la. Victor estava usando uma calça cargo e um moletom preto da Nike. Pela sua cara, ele parecia tranquilo, mas eu o conheço, e sei que ele estava surtando mais que eu. Sua primeira reação foi me abraçar tão forte que quase me esmagaria.

─ Eu não acredito que esse dia finalmente chegou, parecia que ia demorar uma eternidade... – ele disse, dando um beijo na minha bochecha enquanto me abraçava.

─ Nem eu! – eu respondi.

Victor me colocou no chão com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto. Ele pegou meu rosto nas mãos e me deu um selinho demorado.

─ Quer ajuda pra levar as malas? – ele perguntou, passando um de seus braços pela minha cintura.

─ Sim, sou fraca demais pra levar essas coisas. – eu digo, logo escutando sua risada.

Saímos do abraço, e logo Victor foi até a cozinha comigo, cumprimentando minha mãe com um abraço e meu pai com um aceno.

─ E então, animado? – minha mãe perguntou.

─ Bastante, eu tinha planejado essa viagem faz tempo. – meu namorado respondeu, sorrindo para a minha mãe.

─ Vão ficar em qual hotel? – minha mãe perguntou.

─ No Toriba. – Victor respondeu.

─ É um ótimo hotel, boa escolha. – meu pai disse.

─ Meus pais me levaram lá no meu aniversário de sete anos. Eu adorei. Deste então, eu levo minha mãe lá nas férias de Julho, quando ela não trabalha, mas não é sempre que dá. – Victor disse.

─ Espero que vocês aproveitem. – minha mãe disse.

─ Obrigado. – Victor respondeu. – Eu vou ajudar a Babi a pegar as coisas, já voltamos.

─ Tá bom. – minha mãe respondeu, sorrindo.

Victor entrelaçou a minha mão com a sua, e logo subimos as escadas. Seguimos andando até o meu quarto, onde tinha uma mala grande e uma média, com as minhas coisas.

─ Desculpa se for muita coisa, mas não coube tudo em uma só... – eu me desculpei.

─ A Suellen levou quatro malas para uma viagem de dois dias. Eu não tenho o que reclamar. – ele disse, enquanto riamos.

Não me julguem, o meu primeiro namorado estava pouco se fodendo para mim, então eu estou aprendendo como ser namorada de alguém que realmente se importa e que realmente me ama.

Ele me deu um selinho, antes de pegar a mala maior e levar pra fora do meu quarto. Peguei a menor, levando para o mesmo lugar que ele.

─ Deixa que eu levo meu anjo. – ele disse, pegando a mala da minha mão e levando as duas na escada.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde as histórias ganham vida. Descobre agora