Throne Of Love (Duologia Broken Hearts, Livro 01)

✨ CAPÍTULO 10 ✨

Serena Clausony

Gael era o príncipe.

Príncipe de Raen e futuro rei.

Dei um passo para trás com a dor me apunhalando bem no meio do peito. Por que ele não me contou? Por que mentiu para mim? O que ele poderia ganhar fazendo isso? Por que fazer isso comigo? Com meu pai?

Meu rosto esquentou de indignação e vergonha. Vergonha por não perceber antes, por permitir que ele me fizesse de idiota, por colocar meu pai no meio de suas mentiras.

Gael percebeu minha mudança e depois seus olhos se arregalaram temerosos por trás da máscara ao constatar, ou finalmente perceber que havia acabado de me chamar de Sunshine. Ele deu um passo à frente imediatamente e eu o parei.

— Não! — rosnei — Nem mais um passo.

Ele tirou a máscara e a deixou cair. E ver seu rosto agora, seu rosto bonito e perfeito, só me fez ter mais raiva. Porque uma minúscula parte de mim ainda queria acreditar que estava enganada e quando o mistério da máscara fosse revelado, não seria o mesmo Gael que conheci por trás daquela máscara. Mas era. Como eu, dolorosamente constatei.

Minha própria máscara parecia sufocar-me naquele momento e arranquei-a, tentando respirar de novo. Mas não conseguia.

— Sunshine — suplicou Gael, parecendo derrotado e o medo em seu olhar era dilacerante — Por favor, eu posso explicar...

Uma risada estrangulada e vazia me deixou. E meu peito doeu.

— Explicar o que? — indaguei e minha vontade era de gritar — Como você pretende explicar isso, vossa alteza?

Ele estremeceu.

— Por favor, me escute — implorou mais uma vez.

— Estou ouvindo, majestade — consegui forçar as palavras por entre meus dentes cerrados.

Gael respirou fundo e minha brecha, mesmo que mínima, pareceu dar a ele forças.

— Sunshine, eu não queria mentir para você — ele começou e não consegui me segurar.

— Mas mentiu mesmo assim! — disparei com o coração acelerado no peito.

— Eu sei! — ele exclamou, frustrado — Você acha que não sei disso? Não acha que eu não sei que por minha culpa eu posso ter estragado tudo? Não acha que eu sei que por mais que eu tente você não vai me perdoar tão facilmente?

— É bom que saiba — sussurrei e lágrimas encheram meus olhos, mas me forcei a contê-las.

— Mas eu estou tentando, droga! — ele argumentou, sua respiração saindo pesada e seu peito subia e descia de forma irregular — Eu estou tentando te explicar. Quando nos conhecemos e você não me reconheceu, eu não consegui te contar a verdade.

— Então a culpa é minha? — perguntei e minha respiração falhou.

— Claro que não! Inferno, Serena — praguejou ele, passando as mãos pelos cabelos e bagunçando-os de uma maneira tentadora. E fiquei brava comigo mesma por ainda reparar nessas pequenas coisas sobre ele.

Eu não conseguia ficar aqui. Uma boa quantidade de pessoas já tinha percebido e estava muito interessada em nossa discussão. Ou talvez estejam se perguntando o por que o príncipe só não manda que me prendam e pronto.

Essa constatação me tirou o último fio de autocontrole e uma lágrima traiçoeira escapou e escorreu pela lateral do meu rosto. Quente. Sentida. Magoada.