Throne Of Love (Duologia Broken Hearts, Livro 01)

✨ CAPÍTULO 09 ✨

Serena Clausony

— Um baile de máscaras?

Uma animação infantil tomou conta de mim. Afinal, qual era a garota que não sonhava em ir a um baile de máscaras? Eu com certeza era uma delas. Só de pensar em como tudo estaria lindo meu coração acelerava e pensar que poderia até mesmo dançar em algum momento fazia meu estômago se contorcer de empolgação.

— Sim — respondeu Allastir, rindo da minha cara de boba — E também é uma ocasião para homenagear o príncipe de Raen.

Allastir tinha aparecido aqui em casa para o café da manhã e trouxe consigo uma torta de amora deliciosa e essa notícia do baile, que seria nessa noite e eu não conseguia parar de sorrir.

— Isso é maravilhoso — murmurei referindo-me ao baile e não ao príncipe. Um príncipe poderia ser realmente uma coisa incrível, mas um baile de máscaras era outro nível.

— Você quer muito ir, não é? — papai adivinhou, observando-me, enquanto comia mais um pedaço de torta.

— Sim! — confirmei, sorridente e Allastir riu por trás de sua xícara de café, sentado à minha frente na mesa — Imagine poder dançar no meio de toda aquela gente, usar um belo vestido e uma máscara que combinasse. Seria como um sonho!

Um sorriso de completa admiração e apreciação apareceu no rosto de meu pai, então ele e Allastir trocaram um olhar que não compreendi, mas nem tive tempo de perguntar, pois a porta da frente foi aberta e minha mãe entrou. Ela voltou depois de dois dias fora.

O rosto de meu pai se fechou como uma nuvem de tempestade e Allastir pareceu se encolher na cadeira, bem, eu estava tentando muito não sair correndo para me lembrar de fazer qualquer outra coisa senão enfiar um enorme pedaço de torta na boca, pelo menos assim ela não poderia falar comigo. Ou era o que eu pensava.

— Serena — minha mãe chamou, deixando seu chapéu e luvas na beirada da mesa e dirigindo-me seu costumeiro olhar de desapontamento — Pensei que você estava cuidando melhor das coisas por aqui, mas veja como isso aqui está imundo.

Eu tinha limpado a casa toda ontem. Cada pequena depressão nessa casa, eu limpei. Eu precisava muito ocupar meus pensamentos, então limpei. E limpei. Até que papai me chamou para passear e brincar de jogar pedrinhas no rio. A casa estava tão limpa que poderia jogar comida no chão e se servir. Mas não, ela nunca poderia ser gentil.

Engoli o resto da comida e tentei sorrir para seu rosto franzido.

— Eu fiz o meu melhor, mas peço perdão se não está do seu agrado — respondi, tomando o cuidado de deixar minha voz neutra, depois voltei a atenção para a mesa e peguei minha xícara de café, bebendo tudo em um longo gole.

— Seu melhor pelo que posso ver não é o suficiente — falou com um suspiro, como se estivesse cansada da conversa. Ela voltou sua atenção para meu pai e resmungou: — Você tem feito algo de útil, Jack? Ou está apenas mofando nessa casa?

Apertei meus dedos ao redor da xícara com força, tentando me impedir de retrucar suas palavras grosseiras. Encontrei o olhar de Allastir do outro lado da mesa e ele balançou minimamente a cabeça em negação, como se soubesse que eu estava a um passo de explodir.

— Vejo que seu humor não mudou nada, Maya — devolveu papai, sem se abalar. Ele estava acostumado com as grosserias da esposa, mas isso não me deixou menos furiosa — O palácio dispensou você? Ou devemos nos considerar privilegiados por você arranjar um tempo para sua suposta família?

Abaixei o olhar para a mesa quando a expressão de Allastir suavizou com compaixão, porque ele sabia exatamente o quanto as atitudes de minha mãe me machucavam e sua ausência mais ainda. Às vezes eu não sabia qual era mais doloroso.