Infelizmente não era muito perto, então demorou por volta de 30 minutos para chegar no quarteirão da Igreja, e não demorou muito para que visse duas formas correndo até si, duas formas que iriam encher o seu saco pelas próximas horas.

— Alec do céu, eu pensei que você iria chegar em menos de 30 minutos, por que caralhos você demorou tanto tempo? Já estava achando que alguém tinha te matado, já estava indo te procurar em uma vala mais próxima. - Isabelle havia sido a primeira a se pronunciar, olhando totalmente preocupada para o irmão, o pegando pelos ombros e o mexendo para ver se havia algum machucado. — Você está bem? Pelo menos conseguiu algumas coisas sobre o yin fen?

— Eu falei que teria sido melhor colocar algum dos seus vestidos nele. Essas pernas são irresistíveis.

E lá estava Jace fazendo as suas piadinhas de praxe, como já era de se esperar, aquele sorrisinho sarcástico na face que fazia Alec ter a vontade de socar o rostinho lindo dele em alguns momentos. Não todos, mas a maior parte deles era daquela maneira. Respirou fundo para não sair no soco com o parabatai naquele momento, apenas deu um pequeno sorriso, colocando as mãos nos ombros do seu irmão.

— Vamos conversar sobre isso dentro de casa, okay? Não é bom ficar gritando sobre drogas e máfias no meio da rua, né? - E com isso o mais velho começou a empurrar os outros para dentro da Igreja.

Decidiu que daquela vez os empurraria apenas para o seu quarto, não aguentava mais ir para a biblioteca, então apenas o trouxe para o seu quarto, os sentando na cama enquanto colocava o saco de yin fen na sua escrivaninha, se encostando na parede logo depois. Esperou cinco segundos antes de falar algo, dando tempo dos outros dois reagirem e começarem a ficar animados, mas estavam quietos, sabiam que aquele era o momento de Alec falar e fazer um relatório geral da missão, um momento que era melhor não atrapalhar.

— Eu demorei porque o cara simplesmente não queria me dar a droga, falando que eu precisava experimentar. E não Izzy...eu não experimentei nada -, falou antes que a outra pudesse dizer algo, a garota soltando apenas um 'hmpf' em resposta. — O maior problema é que ele quer um dinheiro em compensação, eu falei que ia traficar, não poderia simplesmente falar que eu tava querendo uma prova né.

— A gente pode falar pro papai e para a mamãe.

— Nem fudendo Izzy, se eles souberem que o Alec foi pegar droga e ainda foi o bonzão de ficar devendo, eles vão matar a gente.

Pela primeira vez concordava com algo que Jace estava falando, ainda se sentia culpado por simplesmente não falar tudo que tinha acontecido naquele lugar. Se eles soubessem que agora tinha o telefone de um dos feiticeiros, com certeza iriam querer bater nele, então apenas mordeu a língua e engoliu aquelas palavras teimosas que queriam sair.

— De qualquer maneira eu vou ter que falar para eles, mas deixa que com isso eu me viro. - Logo já pegou a sacola novamente e entregou para a irmã, que pegou como se aquilo fosse a coisa mais delicada do mundo. — Eu quero que você investigue isso e veja a composição, a única coisa que eu vi sobre o yin fen foi que todas as pessoas de certa maneira pareciam albinas, os cabelos e até a íris estavam brancas.

— Brancas? Que efeito colateral é esse?

— Não sei, e Jace, eu quero que você fique com a Izzy, mas não tem experimentar tá bom?

— Ei! Quem disse que eu vou experimentar?

— Quer lembrar do dia que você simplesmente tava correndo no central park peladasso porque tinha experimentado comida de fada e papai e mamãe tiveram que tirá-lo de dentro de uma fonte?

— Isso foi só uma vez.

— É, e eu não quero que aconteça de novo - foi só isso que falou, abrindo a porta do quarto enquanto esperava os outros saírem. Não demorou muito para que estes o fizessem, Isabelle estava mais do que alegre para mexer com a droga e o parabatai indo atrás, provavelmente seria quem seguraria se a irmã fosse animada demais.

Agora vinha uma das partes mais complicadas, sabia que os pais estavam acordados em Idris, deveria ser 6h ou 7h lá, e sabia que sua mãe acordava com os galos. Pegou o celular no armário, pairando sobre o número dos pais, os olhos parados, a mente pensando em o que falaria e como falaria isso. Ficou ali por alguns minutos até ter a coragem de ligar para o número. A chamada sequer tocou três vezes, quando uma voz feminina falou do outro lado da linha.

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— Alô?

— Oi mãe, é o Alec.

— Ah... oi Alexander, bom seria de bom grado dizer que foi bom você ter ligado, mas se não for para um pedido de desculpas pelo o que você falou na reunião da Clave, não vai ser uma ligação muito agradável.

Pensava que os pais já haviam superado o que tinha acontecido durante aquela reunião, mas estaria redondamente enganado se Marise Lightwood iria deixar passar algo que manchasse a reputação da sua família de alguma maneira. Porém não era algo que Alec pudesse mudar neles, sempre que fazia seu melhor, ainda tinha algo para lhe machucar.

— Okay mãe, me desculpe sobre isso tá...mas não é para isso que eu te ligu-

— Quem é? É o Alexander? Diga para ele que foi muito decepcionante o que ele fez na reunião. - E lá estava Robert, não tão agressivo quanto a sua mulher, mas ainda assim depois de tantos anos, pensavam da mesma maneira.

O primogênito apenas respirou fundo, tentando a todo momento não surtar e simplesmente desligar na cara dos pais. Tinha que fazer um pequeno relatório para os dois, já que, querendo ou não, eles dois ainda eram os diretores do Instituto.

— Fala para o pai que eu disse olá também, mas como eu estava dizendo, eu liguei para falar sobre outra coisa. Nós descobrimos que quem vendo yin fen na verdade não são os Seelies e sim os Filhos de Lilith.

— E como você descobriu isso?

— Izzy descobriu todas as baladas e domínios dos feiticeiros e eu fui atrás, conseguimos quase 500g sendo vendidas pelos capachos do Alto feiticeiro. Isabelle vai fazer experimentos com um pouco da droga para saberem como a fizeram e vou enviar o restante para a Clave.

Por um momento ouve um silêncio do outro lado da linha, talvez a mãe estivesse processando o que o outro acabara de dizer. Não demorou muito para ouvir apenas um suspiro do outro lado da linha e uma porta sendo fechada, chutava que a mãe tinha ido em um local mais privado para falar com o filho.

— Eu nem vou perguntar como você conseguiu pegar esse tanto de droga em uma balada, eu só vou te perguntar, você tem certeza do que está fazendo?

Não sabia porque sentia isso, mas o tom que a sua mãe estava fazendo o deixava totalmente desconfortável, não era um tom de preocupação, nem um tom de reprovação, parecia o tom de alguém que já havia passado por aquilo, um tom cansado. Um tom que não agradou nem um pouco Alexander.

— Eu tenho...mãe olha....aqui já são umas 2 da manhã e eu to precisando dormir um pouco, depois eu te mando um relatório formal sobre o que aconteceu e deixo arquivado lá na biblioteca. Dá um beijo no papai e no Max por mim.

— Eu mando, mas Alexander, eu rezo para Raziel que você saiba o que está fazendo.

Nemenci & Amanti [malec]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora