Christian Grey é um homem atormentado por seu passado e que carrega a culpa pela morte de seus pais. Tendo apenas 28 anos, já acumulou uma fortuna imensurável, com seus vários negócios, no qual se dedica totalmente, pois dinheiro nunca é demais.
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A possibilidade de almoçar com uma mulher, que não fosse para tratar sobre negócios, realmente me deixou nervoso, justamente por não saber que direção eu deveria tomar ou que assuntos eu poderia abordar para não criar uma situação constrangedora, mas estar sozinho com Anastásia enquanto tomávamos os nossos lugares à mesa, definitivamente me deixou apavorado, principalmente quando ela começou a disparar perguntas das quais eu não conseguia responder.
E como sempre a minha mente fodida começou a projetar apenas cenários negativos quando ouvi a menção que ela pudesse saber alguma coisa relacionada a mim, o que obviamente seriam apenas suposições coletadas da mídia, seja no presente ou do passado, o que me deixa realmente incomodado, e por pouco não acabei com o nosso almoço antes que sequer pudesse começar.
Porém mais uma vez fui surpreendido com a sua sinceridade em dizer que preferia me conhecer por mim mesmo, e não que fosse necessário buscar por informações, ou como foi dito por ela "fazer uma pesquisa ou ler alguma biografia sobre mim", que pudesse ter vindo de fontes não confiáveis. E dessa forma consegui baixar um pouco a guarda e não ficar tão na defensiva - como já ouvi diversas vezes dos meus irmãos que não hesitam em dizer que sempre faço, e agora reconheço ser verdade -, pois ela conseguiu manter a leveza durante todo o nosso almoço, passando-me mais confiança quando decidiu me contar praticamente toda a sua vida, sem que me pressionasse para obter as mesmas respostas.
E esse é um problema que talvez tenha me impossibilitado de me relacionar no passado - ou talvez eu apenas estivesse esperando por ela -, por saber que perguntas são inevitáveis assim como ouvir as respostas também são, mas eu não me sinto pronto para falar tão abertamente sobre mim, se é que algum dia eu conseguirei fazer de forma tão natural como ela faz. Entretanto a sua capacidade de me entender e me compreender, sem de fato saber como realmente sou, de certa forma me deixa intrigado e ainda mais fascinado com a sua espontaneidade, inclusive quando sem permissão quer me beijar ou simplesmente me tocar como se nem percebesse que estivesse fazendo isso.
Durante os anos de terapia eu tenho trabalhado essa questão e aprendi a controlar o meu corpo para não se retrair a cada pessoa que vier a se aproximar, e não é totalmente um problema que isso aconteça quando estou ciente e antevendo o que irá acontecer principalmente se for alguém da minha família que estiver fazendo isso. Só que não posso negar que os toques um pouco mais íntimos, ou os mais bruscos de algumas pessoas insistem em me levar para onde não pretendo voltar, por essa razão prefiro evitar.
Porém com a Anastásia é totalmente diferente, pois não consigo antecipar quando serei tocado por ela. Ela simplesmente age sem pensar, tomando o que quer, quando quer e na hora que quer, o que me deixa muito confuso por não ficar de fato incomodado. Muito pelo contrário, pois por alguma razão acabo ansiando para o momento em que ela irá se aproximar e envolver o meu pescoço com os seus braços delicados, fazendo-me sentir o contato do seu corpo e o seus lábios macios e suaves selando os meus.
Sempre tive o controle sobre esse tipo de contato, não permitindo que ninguém, absolutamente nenhuma mulher me tocasse durante os parcos momentos de sexo que me permiti compartilhar, nem mesmo a Letícia, nas raras vezes que a aceitei no meu apartamento, conseguiu fazer isso. E agora me vejo rendido a uma menina atrevida que simplesmente me encurralou no sofá da minha sala, tomando todo e qualquer controle que um dia eu cheguei a ter.
