Capítulo - 04

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San Diego, CA – Setembro/2019

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San Diego, CA – Setembro/2019.

Atrasada! Atrasada! Atrasada!

É assim que levanto da cama, tomo um banho em tempo recorde e começo a correr de um lado para o outro para conseguir me arrumar e sair para a Universidade. Céus! Porque eu fui escutar a maluca da Paula e ir a um Pub para comemorar meu aniversário de 21 anos, em plena quarta-feira?

Minha maioridade oficial não poderia ter dado em uma sexta ou no sábado? É claro que não! Teria que ser na quarta-feira, um dia antes da minha apresentação de ballet contemporâneo, que definiria a minha nota do bimestre, além de ter que ouvir as reclamações do meu irmão, caso ele saiba que passei a noite toda fora de casa.

Minha nossa Senhora das irmãs encrencadas, e se o Adrian descobrir que não fiquei na casa dos nossos pais como eu tinha dito que iria fazer? Não quero nem imaginar o tanto que ele irá falar no meu pobre ouvidinho, mas pelo menos eu dormi em casa, bom, cheguei de madrugada, mas dormi em casa e isso ele não pode reclamar.

Dou uma risadinha e pego meu collant, vestindo-o e me lembro do drama que ele faz sempre que diz "Eu ainda irei enfartar por causa de você, Anastásia". Acho que pelo menos uma vez por semana eu ouço essas palavras vindas dele, mas o que posso fazer se as coisas insistem em acontecer comigo?

Quando eu tinha 10 anos, eu estava brincando com o Yuri, na pracinha que ficava não muito longe do apartamento dos nossos pais, quando o padrasto dele chegou e pegou com brutalidade em seu braço, arrastando-o para o carro, apenas porque ele nos viu brincando de boneca. Vendo aquela injustiça com o meu amigo, eu peguei uma pedra – que não era muito grande – para acertar nele, para que pudesse soltar o meu amigo, mas a danada da pedra desviou e acertou o vidro do seu carro. Resultado? Fiquei de castigo sem poder brincar com o meu amigo por uma semana.

A Vovó Marlene, que agora eu chamo de Tia, pois ela é muito nova para ser a minha Avó, até tentou me defender, mas não teve jeito. Eu fui castigada por tentar ajudar meu amigo que estava sendo machucado. Então eu pergunto? Eu tive culpa da pedra desviar o seu caminho e acertar o vidro, quando era para acertar aquele porco imundo? Claro que não! Um absurdo isso, não é? Pois é! Eu também acho.

Ah, mas não foi só isso que aconteceu não, pois quando eu tinha 12 anos, estava eu novamente com o Yuri, mas esse dia foi na sua casa, que ficava no apartamento no andar abaixo dos meus pais, quando sem que eu percebesse, acertei um chute nas partes intimas do meio-irmão do meu amigo. Mas ele mereceu, pois ele entrou no quarto e começou a xingar o meu amigo de "frutinha", só porque estávamos ensaiando passos de dança, na verdade, eu estava ensinando para ele, o que eu tinha aprendido na Escola de Ballet, antes de chegar em casa.

E mais uma vez eu fiquei de castigo, porque segundo o meu pai e o meu irmão, eu não poderia sair agredindo as pessoas porque fazem maldade, pois assim eu estaria me igualando, rebaixando-me ao nível delas. Tudo bem que depois que cresci, eu passei a entender melhor isso e perceber que eles estavam certos, mas no dia eu até tentei convencê-los que eu estava mostrando como era o Grand Battement para o Yuri, quando o seu meio-irmão entrou na hora, mas não se convenceram da minha inocência.

O Preço da VerdadeWhere stories live. Discover now